4.Não há perdão para quem não merece

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4. Não há perdão para quem não merece

Harry podia ouvir os aplausos e gritos das pessoas enquanto Madame Pomfrey lhe empurrava para uma maca na tenda. Agora, parecia que seria novamente o garoto de ouro de Hogwarts. Já não bastava Skeeter com suas reportagens falsas, não aceitaria isso novamente. Chega de herói, chega de Grifinórios, chega de degradar seu nome. Já estava na hora de mostrar que não aceitaria ninguém brincar consigo novamente.

Estava em primeiro lugar na prova, porém isso não significava nada, talvez houvesse um pouco de orgulho, era o mais novo do grupo, tinha uma grande diferença de treinamento entre eles, mas ainda faltavam duas tarefas para determinar tudo. Duas malditas tarefas. Onde sua vida seria colocada em risco novamente.

Lhe disseram que o ovo era a pista da próxima. Tentou abrir, e só havia gritos estridentes que lembravam de Molly Weasley. Decidiu tentar a Sala Precisa, talvez lhe dessem uma pista? Valia a pena tentar.

Dumbledore se aproximou dele, parabenizando-o por sua pontuação. Lhe dizendo para ir se divertir e comemorar com seus amigos. Amigos. Por um momento, quis socar a cara do velho. Onde eles estão? Quem são eles? Não existiam tais pessoas e era grato por isso. Se não tem amigos, você não se machuca. É simples. Olhando-o nos olhos, mascarando toda sua raiva em uma expressão em branco, disse que estava cansado. E saiu. Não conseguiria ficar perto do mago e não tentar lançar o Avada pela primeira vez, tamanho ódio que nutria.

No meio do caminho encontrou Ronald e Hermione. Justo quem não queria ver. Mas era um bom momento de começar o show. As mudanças em suas roupas foram comentadas por dias. Apesar de só tê-las usado nos finais de semana e quase não ficar no meio dos outros alunos. Podia sentir a necessidade de perguntar pela mudança, mas ainda era o ladrão de holofotes, o garotinho ansiando por mais atenção. Agora chegou a hora de ensinar a todos uma lição. Eles veriam sua parte Sonserina sobrepondo á Grifinória.

_Ei cara que prova foi essa? -A voz veio ao seu lado, e Harry observou consternado como ambos tentavam fingir que nada aconteceu.

_Agora estamos conversando? -Perguntou vendo seus ombros se enrijecerem.

_Nos desculpe Harry. Fomos injustos com você. Mas entenda que a forma como agiu não nos indicou o contrário. -A voz de Hermione veio com aquela tonalidade como se estivesse explicando algo a uma criança de quatro anos.

_Então a culpa é minha? Mesmo? Não tem nenhuma desculpa melhor? -Questionou com escárnio, tentando trazer á tona a personalidade do professor de poções.

_Ei cara, estamos arrependidos, okay? Não precisa ser tão rancoroso. Foi apenas um erro. -A voz do ruivo começou a subir, assim como seu rosto se avermelhou, de raiva ou indignação?

_Ronald! -Hermione repreendeu na mesma hora que soltava a exclamação:

_Como se eu me importasse!

Harry continuou seu percurso, ignorando suas falas, deixando-os para trás, passando por vários alunos que o parabenizava, sendo totalmente ignorados, não olhando para os lados nem para trás, apenas seguindo em frente. No meio do caminho Moody lhe dá um aceno de aprovação pela prova, retribui, reconhecendo que o Auror lhe deu uma grande ajuda. Vai andando até a sala precisa, tomando cuidado para ninguém segui-lo.

Enquanto dá as três voltas pensa que quer algo que lhe ajude a desvendar o ovo, quando entra, a sala lhe apresenta um grande sofá em frente a uma lareira, uma manta de aparência fofa repousando em um dos braços, um grosso livro sobre a mesinha de centro. É uma imagem bem-vinda.

O título do livro é Espécies Mágicas: tudo sobre elas, começa a ler já imaginando se aquele barulho é de alguma espécie de criatura? Talvez, se a sala lhe mostrou aquele livro é porque vai encontrar respostas. Mas não hoje, pois minutos depois adormece, o cansaço finalmente se fazendo presente quando a adrenalina vai embora.

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