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30. O valor da amizade

30. O valor da amizade

Noir olhava contemplativamente para o jornal em cima da mesa. A reportagem de Rita estava estampada em grandes letras. Não conseguia acreditar em como as coisas ficaram ao seu favor. De um homem louco buscando sangue foi para um Lord respeitável desejando mudar a Comunidade Bruxa para melhor. Ás vezes sentia que tinha tomado uma grande dosagem de Felix Felicis. Desde que se aliou a Harry seu sonho estava cada vez mais próximo de se tornar realidade.

Não apenas levar o Mundo Mágico para uma era de prosperidade, sem todo o paradigma de bem e mal, mas conseguiu até mesmo uma família. Pessoas com quem se importar e cuidar que fariam o mesmo por ele. Uma relação que desde tenra idade, ao descobrir a verdadeira causa de sua concepção, se conformou de que estaria para sempre sozinho. Alguém incapaz de entender sentimentos tão complexos. O fruto de uma poção do amor, da enganação e obsessão por uma vida diferente de uma bruxa quase aborto. Encontrar Nagini foi uma das melhores coisas que lhe aconteceu, foi uma esperança de companheirismo e companhia.

Resignou-se em ser apenas os dois, ao menos não estaria completamente sozinho novamente. Entretanto fazendo jus á sua reputação, um adolescente imprevisível mudou tudo e agora tinha mais duas pessoas que irão lhe acompanhar quando seus velhos associados deixarem este mundo. Seguidores vem e vão. Sessenta anos se passaram desde que entrou no Mundo Mágico e a maioria de seus colegas da Sonserina morreram devido á Guerra, acidente ou doença.

De seus Cavalheiros de Walpurgis, apenas Lestrange, Nott e Rosier estavam vivos. O primeiro encontrando seus únicos filhos em Azkaban por causa de Bellatrix. Desde que retornou, se sentia mal pelo que aconteceu com seu velho amigo. Tinha que pensar em um plano para retirar alguns de seus seguidores da prisão. Claro, aqueles que já foram perdidos pelos Dementadores e caído em loucura não poderiam sair, por mais que lhe doesse abandoná-los, deixá-los á solta prejudicaria aquilo pelo qual estava lutando, a segunda chance que recebeu de consertar seus primeiros erros.

_Seus convidados chegaram Mestre Slytherin. -A voz estridente do elfo lhe retirou da autoflagelação. Quando tempo havia perdido pensando no passado?

_Mande-os entrar. -Ordenou arrumando-se em sua cadeira. Esta reunião deveria ter ocorrido há muito tempo, mas com tantas coisas acontecendo o empurrou para o fundo de sua mente. Entretanto, não poderia mais fugir.

_Meu Senhor. -Os três homens saudaram, se ajoelhando, as cabeças baixas em deferência. No passado ele se sentia grandioso com essa demonstração, mas hoje apenas a vergonha lhe preenchia ao ver até onde sua loucura o levou.

_Levantem-se, disse que não há necessidade de tal ato. Vocês foram os primeiros a entrarem para meu círculo. Aqueles que ajudaram a perseguir meu desejo. Não há necessidade de se portarem como meros seguidores. -Disse enquanto apontava para as poltronas em um convite silencioso, seus rostos atônitos enquanto obedeciam. -Não há necessidade de me chamar pelo título, Noir servirá, conseguiram este direito há muito tempo.

Foi com divertimento e uma dose de melancolia que observou a descrença em suas expressões. Merlim! Realmente perdeu a cabeça se até os mais antigos aliados tinham medo de si. Albus Dumbledore conseguiu destruir sua vida por tempo suficiente, agora recuperaria o que perdeu.

_Não me olhem como se estivessem vendo Dumbledore dizer que entraria para o lado Negro, vocês mais do que ninguém deveriam saber que não sou a mesma pessoa de quinze anos atrás. -Comentou quando o silêncio continuava a se estender com as três pessoas lhe encarando.

_Desculpe, mas é como se como se -Lestrange não conseguia terminar suas palavras, o que estava ouvindo, vendo e esperando foram coisas completamente diferentes. O homem á sua frente trazia a nostalgia de tempos esperançosos e há muito perdidos.