Capítulo 1

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Vinte e três de outubro, domigo. O pior dia da semana, um dia consideravelmente triste. Quando eu penso na palavra "domingo" me lembra um dia chato, chuvoso e sem luz, sem nada pra fazer e no maior tédio do mundo. Igualzinho a uma Segunda-feira, totalmente sem graça e dramáticas.

São exatamente 10:50 da manhã, Lua e Mia estão na sala assistindo a nova temporada de The Walking Dead, com uma bacia enorme de pipica e alguns doces do lado. Os gatos estão pegando um sol na sacada, eles simplesmente amam quando a gente canta pra eles, mas não fazemos isso a bastante tempo.

Amanhã eu tenho trabalho, estou quase me formando e logo estarei com a minha própria clínica veterinária, e serei a mulher mais feliz do mundo. Eu sempre ajudei os bichinhos que eu encontrava na rua, levava eles pra minha casa e dava comida à eles, até minha mãe brigar comigo e eu ter que colocar eles na rua de volta.

Lua é assistente de laboratório, e trabalho no turno da tarde. Enquanto Mia faz administração. Nos mantemos muito bem, todas trabalhamos e apesar de não sermos mestres na cozinha sempre cozinhamos, até eu. Que sou o pesadelo da cozinha, detesto quando é meu dia de cozinhar, mas até que tenho minhas especialidades.

- Bom dia! - Falo em voz alta e clara. Lua e Mia respondem em uma sincronia engraçada. - Estou morrendo de fome.

- Fizemos Waffles, ainda estão na mesa, pode comer. - Mia fala de imediato e eu vou para a cozinha.

Faço um café gelado e como os waffles que ainda estão quentes e macios. Pego o meu celular que estava no bolso do meu pijama e abro o twitter para fazer uma crítica de como waffles são o melhor café da manhã do mundo.

Termino de comer e arrumo a cozinha. Volto para a sala com as meninas que estão conversando sobre alguma coisa que eu resolvi não prestar atenção.
Me sento no chão em frente ao sofá, Mark desce do colo de uma das garotas e vem para o meu. Mark e eu somos muito apegados, não consigo brigar com ele nunca, e ele sempre dorme comigo. De fato ele é o meu favorito.

Enquanto eu fiquei ali, sentada naquele lugar, pensei sobre algumas coisas. Sobre como eu estou tão cansada mentalmente e preciso fazer uma terapia o mais rápido possível, pensei muitas vezes em falar com as meninas, mas não adiantaria muito.
Elas pensarian coisas horríveis, e ficariam o tempo todo perto de mim, perguntando se eu estou bem, e isso me deixa frustrada. Então a melhor opção é fazer uma terapia.

Ficamos horas e horas na frente da televisão assistindo The Walking Dead, mesmo que eu não tenha entendido muita coisa, a série até que é boa. Quando finalmente acabamos aquela temporada, respiramos fundo em uma sincronia e damos uma leve risada descontraída.

Daqui a uma semana vai rolar uma festa em que eu e as meninas queremos muito ir, compramos os ingressos logo que a festa foi anunciada. Esperamos um mês pra isso finalmente acontecer, e agora falta tão pouco, estou super ansiosa.
Estou colocando muitas espectativas nela, talvez não seja tudo isso, mas eu espero me divertir e conhecer pessoas novas naquele lugar. Algumas pessoas insistem em dizer que você conhece as melhores pesssoas nas festas, e outras dizem que você conhece elas na escola.
Posso acreditar nos dois, mais um desses "ditados" é verdade.

Quarta-feira estaremos de folga no trabalho, por causa de um feriado que eu não dou muita importância, então vamos ao cinema assistir algum filme qualquer. Não quero ver nenhum tipo de filme de romance, infelizmente isso vem me causando um pouco de pânico depois das minhas milhares decepções amorosas e meu coração partido e triste.

Mia namora um garoto que conhecemos em uma cafeteria na Itália, ele se chama Lorenzo. Eles estudam administração juntos e todas as sextas-feiras ele dorme aqui.

Lua não namora, ela sempre está falando sobre alguém, mas nunca revelou o nome dessa pessoa, por isso colocamos um apelido na tal pessoa, pra conseguirmos identificar quando isso é o assunto no jantar.

Já eu, bom. Eu sou um caso totalmente perdido quando o assunto é amor. Sempre me dou mal escolhendo as piores pessoas do mundo, aquelas que são bem ruins mesmo, com nenhuma empatia com você e seu coração. Por isso desisti de qualquer pessoa, e sempre que converso com alguém tento o máximo não me apegar pra não sofrer as consequências depois.

Apesar de dar um tempo na minha vida amorosa, eu acredito no amor. Acredito que o mundo seja belo, ainda com tantos conflitos e pessoas ruins, tenho fé na humanidade e no futuro de todas essas pessoas que vivem aqui hoje. Desde daqueles que nasceram hoje, ontem, à vinte anos atrás, e os que ainda vão nascer.

Ainda naquele chão gelado, meus pensamentos começam a sumir de uma hora pra outra, como se eu estivesse em outro mundo, olhando para um ponto fixo na janela da sala. Meu corpo inteiro dói e meus pés estão formigando, talvez esse seja o preço de sentar em um chão gelado por horas em mexer um músculo.

Depois de um tempo ali, volto para o meu quarto, onde eu me sento na cama e penso sobre algo. Abro a terceira gaveta da minha cômoda, - que fica ao lado da minha cama - e por alguns segundos, encaro um remédio e uma lâmina pequena que eu tenho a anos comigo, desde que morava com os meus pais.

Continuo olhando fixamente para a caixa de remédios, tinha jurado a mim mesma que não tomaria mais nada, mas sou fraca. Pego um copo de água que sempre fica na minha mesinha de cabeceira e tomo dois comprimidos pra conseguir dormir melhor, afinal já era tarde da noite. Ficamos horas assistindo aquela série e depois mais um filme.

Levanto da cama, me olhando no espelho, logo à frente e dou um sorriso sem mostrar os dentes. Meu cabelo cacheado está bagunçado, uma versão de cabelo ondulado cheio de fios com nó, não ligo muito pra aparência física quando estou em casa com as minhas amigas.

Deito novamente na minha cama, numa posição totalmente desconfortável, mas minhas costas estavam doendo e aquela posição específica ajudaria ela a ficar "melhor". Em alguns instantes eu já estava em um sono pesado e profundo por conta dos remédios.

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oioii gente, vocês gostaram desse primeiro capítulo?

como podem ver, parece q a nossa protagonista stella tem algumas questões de saúde né? mas quem não tem, não é mesmo?!

realmente espero q vocês estejam gostando da história, quero q vocês se sintam bem lendo isso, então qualquer coisa podem me falar q eu tentarei mudar.

quero q a stella passe um "conforto" pro leitor, q vocês se identifiquem com ela ou com qualquer outro personagem q apareça durante a história.

por enquanto os capítulos saíram nas Segundas, Quartas e Sextas. beijos, se cuidem!!!

amo vocês! <3

(ESCUTEM SILVER TONGUES DO LOUIS TOMLINSON!)

You Need Me - Evan Peters.Onde histórias criam vida. Descubra agora