Capítulo 7

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Meu pai estava sentado no sofá, olhando para o chão. E minha mãe, sentada ao seu lado, me olhava esperando alguma coisa de mim.

- Responde Stella. - Minha mãe fala mais uma vez, irritada. - Que história é essa de remédios? E de não estar comendo?

- Quê? - Falo surpresa dando um grito não tão alto, mas surpreso.

- As meninas ligaram pra gente, e disseram que você não está mais falando com elas. - Minha mãe fala me olhando e eu volto o meu olhar para o chão.

- Ata. - Falo dando uma pausa longa. - Não é porque eu não tô comendo com elas que eu tô passando fome.

- E os remédios Stella? - Minha mãe da um grito e eu pulo da poltrona e aberto minhas mãos. - Já conversamos sobre isso, você sabe muito bem. Se você continuar com essa merda de novo você sabe bem o que vai acontecer. - Minha mãe fala dando mais um grito.

- Ta bom, preciso ir. - Falo me levantando e ela grita novamente, fazendo eu me sentar de novo.

- Não estou brincando Stella Louise Martin. - Ela fala e eu fico quieta. - Você não precisa fazer isso que está fazendo, não tem motivo!

- Ok. - Falo esperando ela terminar o "showzinho" dela.

- Chega Stella, respeita a sua mãe. - Meu pai fala gritando também, aquilo já estava virando um caos. - Você ainda não entendeu que estamos preocupados? Não queremos passar por aquilo de novo, quando você tinha treze anos.

- Olha só quem falando. Logo você? - Falo num tom sarcástico. - Quando eu fiquei naquela merda de clínica psiquiátrica você foi embora, como sempre faz quando as coisas ficam ruins, né?

- Cala sua boca Louise. - Minha mãe fala apontando o dedo no meu rosto. Eu me levanto e saio dali, com medo e frustrada.

[ALERTA GATILHO!!!!]

|Quando eu tinha treze anos, tentei algo contra a minha vida, tomando alguns remédios.|

|Meus pais brigavam muito na época, e eu desenvolvi uma depressão e trauma. Odeio gritos, brigas e qualquer tipo de confusão.|

|Por algum motivo, eu pensei que aquela séria a melhor opção, já que eu era sempre o motivo das brigas.|

{×××}

Chego em casa e vou direito para o quarto, e isso já estava virando rotina.
Queria tanto falar com as meninas sobre o ocorrido de hoje, mas a culpa foi toda delas.

Eu parei com os remédios, e como elas sabem que eu ainda tenho eles? Isso não é mais segredo, elas mexeram nas minhas coisas, e agora sim eu vou sair dessa casa. Que linda amizade de anos que eu fui arrumar, parabéns Stella, você é incrível.

- Por que? - Vou até a sala de estar onde as duas meninas estão. Elas me olham confusas. - Não precisa disso, eu já sei o que aconteceu, voltei agora da casa da minha mãe.

- Desculpa Stella, foi pro seu bem. - Mia fala se levantando. - Achamos que você estava usando drogas.

- Ah, claro. Aí resolveram mexer nas minhas coisas. - Respondo evitando manter contato visual. - E se tivesse droga lá dentro? Vocês iam chamar a porra da polícia?

- Não Stella, claro que não. - Lua diz balançando as mãos. - Queremos te ajudar.

- Não preciso da ajuda de vocês. - Falo com raiva. - A atitude de vocês foi super madura, parabéns tá!

Saio da sala e caminho rápido e com muito raiva. Bato porta do quarto e a tranco rapidamente.
Pego algumas roupas e coisas importants e coloco em uma mochila. Sento na minha cama ainda super nervosa e desconfortável, pensando no que fazer.

Mando uma mensagem para o Evan passando o endereço da minha casa e falo pra ele vir o mais rápido que puder.

{×××}

- Pode abrir a porta? - Evan fala batendo na porta cuidadosamente. - Abro a porta e assim que ele entra eu a tranco novamente.

- Pode sentar se quiser. - Falo e o mesmo senta ao meu lado na cama colocando uma de suas mãos na própria coxa.

- Você tá bem? - Evan me questiona.

- Nada bem. - Falo olhando pra ele e explico toda a situação que tinha acabado de acontecer. - Posso ficar um tempo na sua casa? Só até eu conseguir o meu apê novo.

- Claro que pode. - Evan fala e me abraça. Meus olhos estavam cheios de lágrimas.

- Eu acho que já está tarde pra ir até lá. - Falo e ele concorda. - Você quer dormir aqui hoje? E amanhã vamos pra lá?

- Pode ser. - Evan sorri.

- Ta bom, vou colocar um colchão pra mim aqui do lado. - Falo apontando o dedo para o lugar desejado.

- Não acho que precisa disso, mas se você quer. - Evan fala e eu olho pra ele. - Tipo, somos amigos né?

- É.

Arrumo a cama onde iríamos dormir juntos, e apago a luz do quarto. Evan e eu estávamos deitados na mesma posição, olhando para o teto e conversando. Queria tanto abraçar ele nesse momento, mas ficaria com vergonha, e agora que vamos morar juntos, eu não posso fazer nada, se não vai ficar um clima ruim entre nós dois.

- Posso te abraçar? - Evan fala baixo com a voz rouca perto do meu ouvindo assim que eu me viro pra finalmente dormir. Eu não respondi ele, apenas balancei a cabeça em forma de afirmação.

O corpo dele estava quente, e o meu também. Os braços dele estavam abraçados na minha cintura, e suas mãos estavam me apertando de forma leve. Sua respiração era um pouco ofegante e estava perto do meu pescoço.

Pensei em perguntar se estava tudo bem, e questionar a respiração ofegante, mas achei melhor não. Poderia ser um pouco constrangedor para nós dois.

Viro de frente para ele e suas mãos continuam no mesmo lugar do meu corpo, meus olhos estavam voltados para a sua boca e depois nossos olhos se encaravam.

Ele balançou a cabeça lentamente e eu fechei os olhos, iniciando um beijo calmo e molhado. Seus lábios estavam quentes, e sua respiração continuava ofegante, as mãos dele estavam ficando um pouco suadas, mas naquele momento aquilo não me incomodava.

Naqueles segundos, eu só pensei em como estava sendo uma experiência boa, e como ele beijava bem. E como estava sendo um pouco constrangedor fazer aquilo em uma situação delicada como essa, mas eu não me importei.

Eu estava triste, e ele também. Aquele era o melhor momento para fazermos tudo o que tivéssemos vontade e depois colocar a culpa na tristeza, no ódio e na raiva.

Evan e eu estávamos envolvidos, ofegantes e suados.
Nos beijando intensamente, com suas mãos apertando forte as minhas coxas. E minhas mãos presas em seus cabelos loiros e enrolados.

Nos encaramos novamente por um instante e ele solta um sorriso.

- Evan, eu não tô afim. - Falo me arrumando na cama e ele faz o mesmo.

- Tudo bem. - Ele fala tentando controlar sua respiração. - Não quero te forçar a nada.

{×××}

Depois daquele beijo, e da nossa troca de poucas palavras, o clima parece ter mudado. Precisei buscar um copo de água na cozinha para conseguir me recuperar e pensar mais sobre.

Sinceramente, resolvi viver o momento, se der certo deu, se não der certo foda-se.

Evan já estava dormindo, e continuamos abraçados.
Me senti em casa, protegida e com alguém que eu amo. Obrigada Evan.

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vish né

gostaram desse?

vocês acham q eles perderam a química? não quero fazer hot bem por esse motivo aí ahjatah

musiquinha da laninha del rey - minha esposa - .

You Need Me - Evan Peters.Onde histórias criam vida. Descubra agora