Chou Tzuyu
— Você não tem um pingo de responsabilidade, não é Tzuyu? O que vai dizer à Nayeon quando vier pra casa? Você embreagou Sana! Sabe a noção do perigo?
— Sim Chaeyoung, eu sei e...
— Cala a boca. Eu estou falando. Você fez Nayeon confiar em você! Ela nunca mais vai deixar a garota vir até aqui! Vai brigar comigo também, por que ela confia em mim. Se você soubesse o quão brava estou.
— Sim eu sei. — ela abriu a boca para me interromper de novo, mas fiz antes. — Cala boca que agora eu vou falar. Nada disso iria acontecer se Dahyun não tivesse bebido e me ligado bêbada, ela também merece broncas. Sana saiu do carro sem minha autorização, também merece broncas. Eu sei que errei mas não jogue toda a culpa em mim, eu não sou mais uma criança e posso assumir sozinho minhas responsabilidades, então com licença que eu vou voltar pro meu quarto com Sannie.
Encerrei ali a conversa, não queria mais ouvir falação na minha cabeça. Subi batendo os pés como um bebê birrento, sei como isso irritava Chaeyoung. Sana estava deitada no quarto, assistindo alguma coisa que não tinha identificado.
— Ela brigou muito, Chewy?
— Um pouco, mas eu não ligo. Está tudo bem. — sentei na minha mesa, iria jogar um pouco antes de sairmos para algum lugar (não sabia qual, mas não deixaria Sana presa em casa), mas fui chamada pela pequena.
— Tzuyu? Deita aqui comigo?
— Claro, anjinho. — fiz o pedido, sendo recebida por Sana deitando a cabeça na minha clavícula.
Estava cheirosa como sempre, seus cabelos dessa vez cheiravam a morango, preferia esse aroma do que o de pêssego, mas ambos eram cheirosos.
Seu cabelo liso era um convite para eu fazer um cafuné no local. Ela se aconchegou mais ao sentir minha mão nos seus fios.
— Qual o nome desse desenho, pequena?
— My Little Pony. São pôneis, muito fofos.
— Qual seu favorito?
— Gosto da Fluttershy, ela é a mais fofa! Da vontade de apertar as bochechas, e ela gosta de animais como eu.
— Ela parece ser legal!
— Ela é a mais legal, Tzuyu. E a sua? Qual é sua favorita?
— Bom, eu nunca vi esse desenho, mas posso descobrir conforme o tempo.
A história era intrigante, e eu fiquei por um tempo assistindo ao desenho animado com ela, depois do quinto episódio finalizado, praticamente gritei.
— Pinkie Pie! — não foi um grito, mas foi o suficiente pra assustar Sana, que deu um pulo no meu colo. Tenho quase certeza de que ela estava dormindo. — Hey! Você me abandonou!
— Desculpa, Fox. — riu fofa, era impossível se zangar com ela. — A Pinkie também é legal, parece com você!
— É mesmo? — na verdade não parecia nada comigo, a personagem era totalmente extrovertida e animada, e eu estou bem longe de ser assim, mas apenas concordei com ela.
— É sim
Sana me chamava de princesa Pinkie o tempo todo, eu gostei do apelido, mesmo que, como disse antes, não tinha nem um pouco da personalidade dela.
A tarde passou rápida, e logo a noite tinha chego. Iria levar a menina para passear, mas acabamos nos distraindo assistindo ao seriado.
— Tzuyu? Qual o seu filme favorito?
— Desenho ou pode ser qualquer um?
— Desenho!
— Bom... Meu desenho favorito é 'Up! Altas Aventuras', eu amo muito.
— Mas Chewy, esse filme é tão triste.
— Ele é... Mas eu amo o significado dele.
— Significado? Como assim.
— Como a moral da história, ela conta como o amor vai muito além do que "até que a morte nos separe". O amor dos dois é precioso e verdadeiro.
— E... Como eu sei que estou sentindo esse amor, Chewy? — ela me pegou de surpresa. Eu nunca me apaixonei. Bom, apenas uma vez, por uma garota. Nós namoramos por um bom tempo, mas terminamos logo depois que eu percebi o quão tóxico era. Então eu não sei se consigo ter esse amor de novo. Ou ao menos saber o que ele é.
— Pra ser sincera, Sannie, eu nunca senti ele. Mas é quando você morreria por amor, pela pessoa, você colocaria a sua mão no fogo e subia o monte Everest de biquíni.
Ela não disse mais nada. Por um longo tempo a menina ficou calada, parecia pensativa. Eu a encarei, e a admirei enquanto a menina pensava. Até assim era fofa.
— Tzuyu...? — finalmente disse — será que um dia eu vou conhecer o verdadeiro amor?
— Claro, bebê!
— Mesmo Sannie sendo assim...? — hesitei por um segundo. A menina falou em terceira pessoa pela primeira vez. Pensei ser coisa da minha cabeça, mas vi que não era quando ela mesma se corrigiu — Quer dizer... Mesmo eu sendo assim? Desculpa... — Ela falou cabisbaixa. Reparei que aquilo a deixou extremamente desconfortável.
— Assim como, pequena?
— Assim... Desse jeitinho.
— E desde quando isso é um problema?
— E não é?
— Nunca foi. — respirei fundo para não parecer muito insensível com a pergunta. — Sana? Por que você se corrigiu?
— Como assim?
— Você falou "Mesmo Sannie sendo assim" e depois usou "eu" no lugar. Digo, você falou em terceira pessoa.
— Ah... Bom, eu me sinto confortável falando assim, mas depois que meus amigos da escola riram de mim pelo jeito que eu falava, eu parei. Acabei acostumando. — sorriu triste.
— Hey. — segurei no seu queixo para que me olhasse, deixando seu rosto a centímetros do meu. Seu cheiro doce me hipnotizava, e eu sorri com suas bochechas ruborizadas. Com a outra mão coloquei a mecha de seu cabelo para trás da orelha, e deixei um selar na sua testa. — Você não pode ser definida por causa dos outros, pequena. Se você deseja falar assim, que se foda os outros — ela arregalou os olhos pelo palavrão — desculpa. Você não pode ligar para os outros, tá bem?
— Então Chewy não liga se Sannie falar dessa forma?
— Não meu amor... — beijei sua testa mais uma vez e a abracei. O silêncio prevaleceu, então mudei o assunto — O que acha de passear em algum lugar? — ela balançou a cabeça em negação.
— Sannie quer ficar aqui, Chewy. Com você. Quer ficar aqui com a princesa Pinkie. — ela sorriu e me guiou para deitar na cama, abraçadas ainda ela olhou pra mim e beijou meu queixo. — Tudo bem pra você?
— Tudo sim, Sannie.
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Like a baby | Satzu
أدب الهواةCONCLUÍDA Chou Tzuyu vai para uma nova escola e faz novas amigas, elas apresentam a Tzuyu, uma garotinha, Minatozaki Sana, cujo tem infantilismo. Ao se conhecerem, Chou sente algo diferente, como se tivesse que proteger a menina do mundo e guardá-la...