Doce Desejo | Vondy

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Um misto de sensações me preencheram naquela noite. Tive com Christopher e me rendi ao desejo que sinto por ele. Depois que conversamos no quarto dele, o clima favoreceu para que não adiássemos mais nada.

Eu o senti de corpo e calma, senti seu desejo e admiração por mim, Ucker é um homem tão especial e tão perfeito. Mesmo depois de termos transado várias vezes, ele tentava me deixar feliz e menos culpada, confesso que estava conseguindo. Ele dizia coisas que alimentavam meu ego feminino, e eu sei que no fundo ele tem razão quando diz que Daniel não me merece.

Só eu sei o que passo dentro naquela casa nos últimos tempos. E por mais que não quisesse envolver o nome do meu marido naquela cama, é impossível não mencionar. E depois de vários papos adormecemos. Quando acordei, acho que já eram umas nove da manhã.

Eu mal conseguia abrir os olhos, foi uma noite mal dormida, pois quase não pregamos os olhos e obviamente o álcool que bebemos prejudicou ainda mais.

Olhei para o lado e só vi Christopher voltando para o quarto. Eu sabia muito bem onde estava e o que havia feito.

— Que horas são? — pergunto resmungando.

— nove e quinze. O que acha de descer para tomar
um café?

— Café? Não, eu preciso... preciso voltar para a minha realidade. — me levanto apressadamente.

— Calma Dulce, do jeito que você fala nem parece que passou a noite toda comigo. Que por sinal foi uma noite maravilhosa! — ele me deixou constrangida e senti meu rosto queimar de vergonha.

— Nossa Ucker, me senti mal agora. Sei que não deveríamos ter feito nada daquilo pois é errado, sabendo que Daniel não merece isso, por mais que meu casamento vá de mal a pior. — ele me olhou sério e engoliu seco.

— Tô brincando, Dul. Sério, foi tão incrível estar com você, e sei que teremos tempo para conversar sobre. Agora não é hora de se envergonhar de nada, você estava confortável e foi por isso que rolou, não foi? — ele pergunta.

— sim, tem razão. Tenho receio em admitir, mas depois de tudo que rolou, eu não posso ocultar. — digo.

— pois então.. meu pai não vai te julgar e nem nada do tipo. Vem, vamos tomar café juntos. — ele
Estendeu a mão sorrindo e não pude deixar de reparar em como estava confortável com ele ali.

Me vesti rapidamente, lavei o rosto e desci logo atrás dele. A sensação é de uma jovem que passou a primeira noite fora de casa, pois é realmente algo novo para mim, e meu maior medo é a reação do pai dele, que provavelmente poderá não aprovar nossos comportamentos, e o que pensará de mim? Casada e sozinha em um fim de semana no quarto com o filho dele.

— Onde está seu pai? — pergunto a ele em tom baixo.

— Aqui.. bom dia. — Marcelo responde da sala e meu rosto volta a queimar — já preparei o café, e como vocês não comeram o bolo ontem, sugiro-lhes que provem, a propósito, ficou divino, Dulce! — essa fala foi de um tamanho constrangimento, e talvez não tenha sido de propósito, Marcelo é muito respeitoso quanto a isso.

— Pai, falando assim não vê que a Dulce vira um pimentão? — ele ri.

— mil desculpas Dulce, não fique com vergonha de mim. Vocês são adultos e fazem o que bem entendem, e torço para que façam o melhor para vocês. Não se sinta mal. Sabe como gosto de brincar...

— Tudo bem, Marcelo. Há coisas que precisam ser resolvidas e foi sobre isso que falei com Ucker agora pouco. — engulo seco e me sento.

— Eu suponho que sim.. mas olha, fiquem a vontade. Vou até o mercado e volto daqui a pouco. — ele sorri levemente. Senti que sua saída foi proposital para que eu e ele pudéssemos conversar melhor.

— Me desculpe, meu pai é muito espontâneo. — Dessa vez Ucker que ficou sem jeito.

— Eu sei. E também não sei como eu reagiria no lugar dele. De certa forma é uma situação estranha para todos nós. — Ucker se senta de frente para mim.

— É algo que teremos tempo para falar, e sei que você sabe como deve agir. E espero que tenha sido tão feliz como eu fui nessa noite. — ele segura minhas mãos com carinho.

— Sim... Eu nunca fui tão amada assim, se é que posso dizer dessa forma. Você... é muito especial para mim. — sorrio.

— E você pra mim. — ele pincela meu nariz com seu dedo indicador. — Então vamos experimentar esse bolo que é a minha segunda maior paixão. A primeira é a moça que o fez. — ele me fez corar novamente e depois disso tomamos nosso café tranquilamente. Eu não queria voltar para a minha realidade, estava me sentindo como nas nuvens, mas preciso voltar para a terra.

Me despedi dele, atravessei a rua e fui para casa. Essa é a primeira noite que passo fora de casa em anos. E a primeira delas com outro homem que não seja Daniel. Desde que estamos juntos. Se disser que não me sinto culpada, estarei mentindo. Mas é algo bem mais leve, e gostoso de sentir.

Eu não queria pensar em como será quando Daniel voltar para casa, então fiz de tudo para me distrair, até música alta eu coloquei. Mesmo sendo domingo eu tirei o dia para lavar algumas roupas, aspirar a casa e assistir alguns filmes. Até capotar no sofá sozinha.

Só acordei quando ouvi a campainha. Na hora pensei que fosse Daniel, mas me lembrei que ele só volta amanhã cedo e irá direto para o trabalho, e ele tem a chave da casa! Mas e se for Ucker, será que ele tem algo mais a dizer?

Enquanto fiquei tentando adivinhar, resolvi olhar pela janela e vi que era Angelique. Ela estava levemente apressada, batendo os pés, constatei que talvez seja algo urgente.

Corri para abrir a porta rapidamente para saber do que se tratava. Ja estava escurecendo e ela estava toda arrumada e eufórica.

— Dulce, me diga que tem algum doce, bombom a pronta entrega, por favor? Eu fiquei de levar uns mimos para minha mãe e não imagina que ela nos cobrou!

— Eu imagino sim, e claro que eu tenho, sou previnida. — digo. — entre.

— obrigada, de verdade. Prometo que não vou segura muito o seu tempo. — ela responde entrando.

— Imagine, pode segurar o quanto for, adoro sua companhia. — rio.

E assim Angel esteve comigo por alguns minutos até ela perceber que algo estava diferente em mim.