Graças a Deus Dulce está se recuperando, não sei o que aconteceria comigo se ela não estivesse bem. Após visita-la, vê-la acordada, só consigo agradecer aos céus por ela estar aqui!
O Dr. conversou comigo, e explicou tudo para a mãe dela também. A Dulce está bem, e os medicamentos estão controlando os sintomas de dor, e ele acredita que nos próximos dias ela poderá receber alta.
Foi uma noite bem cansativa, mas certamente eu ficaria ali com ela o tempo que fosse necessário. Infelizmente não fui autorizado a permanecer com eles no quarto, parece existem alguns casos de infecção naquele andar, e para o bem dos visitantes era necessário que poucas pessoas permanecessem circulando naquele ambiente. Eu fui visitá-la pela última vez, desejei-lhe boa noite e voltei para a recepção.
Na saída, a recepcionista me chamou para fazer um cadastro, que seria necessário sempre que eu fosse visitá-la. É um procedimento que acelera o atendimento e a entrada para as visitas diárias. Fiquei ali respondendo às perguntas enquanto os pais dela entravam para visitá-la.
Os pais de Dulce Maria estavam no quarto com ela, e só assim pude deixá-la em paz sabendo que ela estava em boas mãos. As meninas já haviam ido para casa, e só restava que eu fosse para a minha também descansar.
Quando eu estava saindo, segurei a porta para uma pessoa que estava entrando, e não acreditei quando vi que era Daniel. Certamente Daniel está aqui para fingir que faz o seu papel de marido, não sei que papel é esse, já que todos a essa altura já sabem o que aconteceu mais cedo, e o motivo desse acidente.
(...)
— O que você está fazendo aqui? — Ele teve audácia de me perguntar.
— O que você está fazendo aqui? — enfatizei — Todos já sabem o que você fez com a Dulce, e que foi por isso que ela veio parar aqui! — Já estou farto de tanta ignorância da parte dele.
— E pelo visto você veio apoiar mais uma vez o lado errado não é mesmo, Christopher? — o seu olhar parecia intimidador, mas não para mim.
— Apoiar o lado errado? Nunca concordei com as suas atitudes em relação à Dulce, você sabe muito bem disso! Aliás, em relação à mulher nenhuma, se você não está satisfeito com uma só então, porque não fica solteiro ao invés de sair magoando as pessoas com quem você transa? — Senti que o hospital todo nos encarava, estávamos na porta de um hospital, não era olocal adequado para responder às perguntas, então segui para a saída.
— Você sempre quer ser o certo não é Christopher?! Sempre se fazendo de bom moço... Acho que você sempre teve uma queda na minha esposa, e agora está aqui, disposto a não me apoiar quando eu mais preciso de um amigo! Como pode estar ao lado daquela maluca? — eu fiquei possesso com a sua última fala!
— Cale a boca! — lhe dei um soco e Daniel cai no chão meio confuso, e se levanta com tudo para revirar.
— Então eu estava certo, você queria comer a minha esposa, não é?! Que traíra! Defendendo-a dessa maneira. — ele me dá um soco.
— Parem!! — Algumas pessoas gritaram.
— Você é um lixo, Daniel, saia daqui, ela não quer te ver nunca mais, e você sabe disso!! — me alterei muito, e se não fossem as pessoas que ali estavam, certamente eu estaria pendurado no pescoço dele até agora.
— Eu devia ter aberto os meus olhos... Quando pensei que você estava tomando conta da minha mulher, você a queria para si... Deveria se olhar no espelho.
— Me olhar no espelho?! Acha mesmo que você é grande coisa? Ela que não te quer, meu caro. — Ele despertou a minha ira de uma forma absurda.
— E quer você, um mecânico de quinta? faça-me rir! — ele ironizou.
— Sim, ela me quer... Estamos juntos! — disse em alto e bom som.
— Como é? Seu desgraçado!! — Ele fez um pouco mais de força para se soltar e vir até mim, mas não foi o suficiente.
— Já chega! Os dois, para fora daqui! Ou não permitirei a entrada de visitas para ela mais! — O Dr surgiu e os seguranças nos apartaram.
— Está certo, Dr, perdão... — digo — já estou de saída, com licença. — me retirei dali.
Eu não sei se peguei pesado, mas naquele instante Daniel partiu para cima de mim como um galo-de-briga. Quando ele começou a me atingir, eu devolvi alguns socos. Algumas pessoas vieram nos separar depois de pelo menos um minuto de confusão.
Eu não sei exatamente o que estamos fazendo, aquilo parecia uma atitude típica de dois adolescentes com amor encubado pela mesma garota. Mas não era disso se tratava. Um com o ego ferido, e o outro cheio de ódio. A nossa amizade nunca foi cem por (cento) sincera, ele sempre quis partir para o lado desonesto com as pessoas e nisso nunca concordamos, talvez por isso ele me enxergava como um homem certinho demais e disposto a fazer tudo pelo bem da nossa amizade. Eu já imaginava que um dia se ele fosse se casar, ele não seria o melhor marido. E olha só hoje, a Dulce Maria sofrendo na mão dele.
Quando nos afastamos, ele me acusou de muitas coisas... Eu tentei ouvir aquilo numa boa, mas eu sabia que ele estava dizendo absurdos, e que ele estava enganado. Eu só pedi que Daniel não entrasse lá, com todos os defeitos que ele tem, mesmo ele ainda sendo o marido, não poderia aparecer lá sabendo que ele é o único motivo por ela ter se acidentado.
Eu voltei para casa transtornado após discutir muito com ele. O meu pai chegou, viu que eu estava muito nervoso e apenas deixou que eu seguisse para um banho. Liguei o chuveiro deixei a água cair, apertei os meus olhos com tanta força para não ter que abrir e ver que não era apenas um pesadelo. Eu só queria que tudo estivesse bem.
Deitei na minha cama, e revirei por horas. Todo esse transtorno, e preocupações vão me deixar louco!
No dia seguinte, cheguei bem cedo ao hospital, conversei com os pais dela e dei-lhe bom dia. O Dr havia comentado tudo com os pais dela, e eu tive que me desculpar pessoalmente com eles.
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Doce Desejo | Vondy
RomanceApós a morte de sua sogra, Dulce Maria e seu esposo Daniel decidem se mudar para a casa que ficou de herança da família. O casal se muda por problemas financeiros e dispostos a recomeçar no lar onde Daniel foi criado. Mesmo após a mudança, Daniel pe...