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Depois daquele choque de realidade, foi impossível agir naturalmente

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Depois daquele choque de realidade, foi impossível agir naturalmente. Eu bem que tentei, mas perdi completamente o clima da comemoração. E eu não queria que ninguém ali perdesse também. O Christopher ficou preocupado comigo, e acabei inventando que estou cansada, e de fato estou. Mas pior do que isso, estou arrasada.

Eu pedi que ele me deixasse descansar naquele dia, que não poderia dar muita atenção para ele, e assim ele não se incomodou de não passar o fim do sábado comigo. Ele disse que vai pescar com o pai no domingo de manhã, então assim consigo ficar sozinha para o que pretendo fazer.

Ao chegar em casa, ele sorriu e me olhou de lado.

— Tem certeza de que você está bem? Está com uma carinha tão triste...

— Estou... não se preocupe. É apenas cansaço. Por isso prefiro ficar mais sozinha, para poder descansar de verdade. Não me leve a mal. — digo.

— tudo bem, amor... eu te entendo. Mas se precisar de mim, eu venho em um pulo, sabe disso né?

— claro, aproveite seu domingo com seu pai. Vou ficar mais quietinha aqui..

— Está certo então. Te ligo mais tarde.

— Ok, tchau. — lhe dou um selinho demorado e desço do carro.

Depois que cheguei em casa, pude surtar de fato. Eu queria chorar, eu queria gritar, eu queria bater naquele cretino do Daniel. Eu não mereço nem um pingo do que está fazendo comigo, tentando me atrapalhar de todas as formas possíveis.

Eu fiquei tão mal, que nem parei para pensar se aquele desmaio realmente foi por conta do choque que eu levei com aquela notícia. Será que eu realmente estou bem de saúde? Eu espero que sim, porque vou precisar estar muito bem para resolver, mas esse problema nos próximos dias!

As minhas amigas mandaram mensagem perguntando como eu estou me sentindo, eu tive que dizer que estava super bem e disfarçar ao máximo. Mas o medo estava me aterrorizando, eu sei tenho e provas que construí tudo sozinha. Mas será que ele tem alguma chance de conseguir tomar o meu negócio?

Eu tive que fazer um chá para me ajudar a dormir, pois, certamente não vou pregar os olhos essa noite. Eu estou decidida a fazer uma loucura. Provavelmente o advogado vai ser completamente contra a minha atitude, mas eu vou procurar o Daniel amanhã mesmo.

Antes de dormir o Christopher me ligou, também conversei com as meninas por mensagem. E depois fui enfim tentar dormir. Foi uma noite longa, como eu já imaginava eu estaria completamente sem sono e foi como eu fiquei.

Manhã de domingo, eu aproveitei que de fato Christopher  me disse que vai pescar com o seu pai. E será o momento ideal para poder procurar o Daniel.

Eu só sei que esse encontro vai me deixar muito aflita, eu tinha prometido a mim mesma que não o procuraria mais. Mas nesse caso, é o meu negócio que está em jogo. Eu não sei exatamente o que ele quer de mim, eu só sei que eu já entendi que a intenção dele é não me ver feliz mais. Aliás, ele nunca quis me ver feliz. E ele sempre procurou pensar somente em si, sempre querendo que eu deixasse minha vida em torno dele.

Tomei um café rápido, eu estava sentindo um nó na garganta, uma dor no peito. Aquela angústia, uma sensação de medo do que está por vir... É a mesma sensação que eu senti quando me mudei para cá, para uma nova vida em outra cidade. Mas é uma situação completamente diferente, eu estou passando por situações muito difíceis mesmo após estar separada. Como pode?

Me troquei, fiz a minha higiene matinal. Deixei as janelas um pouco abertas para poder entrar um ar na minha casa e segui para o antigo meu endereço.

Quando eu cheguei na porta da casa dele, eu sentia que ele ódio me invadir novamente. Uma sensação péssima, eu não sou tipo de pessoa que guarda rancor, ódio, mágoa de alguém seja lá quem for e o que a pessoa fez para mim.

Eu já imagino que esse cretino não vai nem querer abrir o portão, mas eu sugiro que ele faça isso!

Toque a campainha, fiquei aguardando até ele aparecer. Levou em torno de um minuto até que ele surgisse na janela que dá à vista para rua, com a cara toda amassada de quem provavelmente estava com uma baita ressaca e dormindo.

E ele piscou umas três vezes como se não estivesse acreditando em quem estava vendo, e logo em seguida surgiu na garagem

(...)

— Dulce Maria? O que faz aqui essa hora da manhã?

— O que você acha que eu estou fazendo aqui? Eu já sei que você quer tomar o meu negócio, a única coisa que eu consegui conquistar para mim nesses últimos meses e você tem a capacidade de querer tomar para si?

— Espera, Espera, espera... Você veio aqui na porta da minha casa para vir criticar as minhas atitudes? Olha, tudo que eu fiz foi perante a justiça. Então, não tem porque você vir aqui me procurar sem estarmos acompanhados de um advogado.

— Você vai me deixar entrar, ou vou ter que começar a gritar aqui nessa rua? — Eu não fazia questão de entrar naquela casa novamente, mas aquele tipo de assunto não pode acontecer assim na rua para que todos pudessem ouvir.

— Tudo bem, entre.

Ele entrou eu entrei logo atrás, eu estava praticamente batendo os pés e com os braços cruzados e olhando para ele no meio da sala.

— por que você está me olhando assim?— Ele perguntou.

— Deve ser porque você está tentando tomar a minha doceria, digo e repito a MINHA doceria!

— Dulce, nós dois sabemos que você construiu aquilo sim, pelo seu talento. Mas se não fosse o meu apoio, o meu investimento, você acha que estaria tão hoje? Acha que o seu nome seria tão famoso assim? Pois bem! eu já descobri muito bem onde você está morando... O nome do seu novo negócio, seu novo telefone de contato...

— Como ousa? Para que você quer saber de tudo isso? Me deixe viver a minha vida, já estamos separados! O que mais você quer?

— Eu quero que você sofra, eu quero que você sinta vergonha de si mesma. Coloque-se no seu lugar, você foi uma mulher exemplar um dia, e agora, está se deitando com meu melhor amigo. Ex melhor amigo no caso.

Eu não sei exatamente como, mas eu perdi o controle. Dei alguns tapas na cara dele, e ele segurou os meus punhos tentando evitar que eu continuasse.

— Você acha que consegue me prejudicar assim Dulce? Eu se fosse você tirava suas patas imundas de mim. — E foi aí que ele soltou os meus braços. Não vou negar que ele machucou, e fui eu quem partir para agressão, mas ele não tinha o direito de me tocar assim.

— Olha aqui Daniel, eu só vim dizer que se você quer guerra, você vai ter. Pois, eu vou mover céus e terra para comprovar que aquele pedacinho lá é todinho meu e que você não tem parte nenhuma naquela conquista.

— Pois eu só quero ver!

Eu sair de lá bufando, muito nervosa e muito irritada. Eu não sei exatamente o que eu fui fazer ali, eu só obedeço os meus instintos e talvez eu tenha agido errado em ter ido até lá. Mas eu estou ouvindo meu coração, eu precisava dizer umas verdades para ele. Eu sai de lá batendo a grade do seu portão, e massageando meus próprios punhos. Eu olhei para a casa de Christopher e vi estar tudo trancado. Comecei a caminhar em direção ao mercado que fica próximo à casa deles, e acabei encontrando com Angel.

 Comecei a caminhar em direção ao mercado que fica próximo à casa deles, e acabei encontrando com Angel

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