Após a morte de sua sogra, Dulce Maria e seu esposo Daniel decidem se mudar para a casa que ficou de herança da família. O casal se muda por problemas financeiros e dispostos a recomeçar no lar onde Daniel foi criado.
Mesmo após a mudança, Daniel pe...
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O tique-taque do relógio, os meus batimentos cardíacos... Era tudo que eu conseguia ouvir. Sentia que eu não tinha forças para abrir os meus olhos, então permaneci concentrada no que ouvia. Sei que algo de grave aconteceu comigo, e eu não lembro bem o que se passou.
Parecia um sonho, ou um pesadelo, só me lembro de discutir muito com Daniel e sair furiosa da loja onde ele trabalha.
Lembro que no caminho de volta para casa, eu peguei uma chuva tremenda... E foi quando choquei o meu carro novo com o carro de alguém. Quando acordei, estava na sala de exames.
O Dr. conversou comigo, não queria que eu adormecesse novamente. Eu estava muito confusa, mas ele explicou brevemente que eu havia sofrido de fato um acidente de carro.
Eu não conseguia me mexer, mas sabia que tinha me machucado. Ainda bem que sinto que estou anestesiada, e assim consigo poupar qualquer sintoma de dor.
E pelo menos assim eu consigo esquecer a humilhação que foi ir até o trabalho do meu atual marido, e descobrir que na verdade eu estava sendo enganada esse tempo todo. Aliás, descobrir não, comprovar. Eu já sabia que algo não estava indo bem entre nós, mas quando você vê com os seus próprios olhos, é diferente.
Não era assim que eu esperava encerrar o meu casamento, com tantos altos e baixos, com tantos problemas... Mas que bom que acabou!
Nesse momento estou tentando abrir os meus olhos, estava com vontade de coçar o meu rosto, mas sabia que eu não conseguiria mexer o meu braço, ele estava imobilizado desde quando o examinaram.
Assim finalmente consegui abrir os olhos, foi quando vi ouvi Christopher entrar pela porta do quarto. Ele percebeu que eu estava despertando e se aproximou de mim super preocupado, abriu um sorriso de leve e se sentou ao meu lado.
— Oi Dul... Mas que presente maravilhoso ver que você acordou hein, coisa linda! — ele sorria.
— Presente? — Perguntei confusa.
— É modo de dizer, mas preciso confessar que meu aniversário está próximo... — Ele sorri se aproximando mais.
— E eu me machuquei feio, não é? — perguntei.
— Um pouquinho... Mas graças a Deus você está aqui, e está se recuperando bem. — comentou.
— Pode me contar o que houve? Eu só me lembro de ter batido em outro carro, não sei se ele estava certo ou se eu estava errada...
— Não precisa se preocupar com isso agora, muito menos forçar para lembrar de nada. Você está bem, é o que importa! O resto a gente vê depois.
— Obrigada por estar aqui comigo... Desculpe ficar te dando tanto trabalho. — digo.
— Você me dando trabalho? Sabe muito bem que gosto de estar com você o tempo todo, ainda bem que somos vizinhos! — ele ironizou.
— Olha, nem me fale, só de lembrar que ainda estou casada com aquele traste, não consigo nem raciocinar. Não é à toa que bati com a cabeça!
