EsterAcordo com risadas e toques de pequenas mãos em meus braços. Ainda sonolenta, permaneço de olhos fechados.
- Tia, acorda! A senhora prometeu que iríamos ao parquinho hoje. - Eliseu disse enquanto me balançava de leve.
- Ti, tia. Favor, acorda. - Vitória pediu com sua voz doce e na maneira infantil de falar.
- Ah, peguei vocês! - Digo, abrindo os olhos e prendendo os dois em meus braços.
- Que susto! - Eliseu disse, se soltando do abraço. - Vamos para o parquinho, vamos, vamos? - Ele pediu com os olhos brilhando de animação, acompanhado pela irmã, que fazia carinha de gato abandonado.
- Tudo bem. Só me diga onde essa pequena aprendeu a fazer essa carinha fofa? - Pergunto, apertando levemente as bochechas de Isabela, sorridente.
- Isso é natural dela. - Ele respondeu, descendo da cama. - Vem, Isa. Vamos avisar à mamãe que a titia vai com a gente ao parquinho.
- Não corram, crianças! - Aviso em alto tom ao vê-los correndo de mãos dadas para fora do quarto.
Crianças têm uma energia invejável. Queria eu ter essa mesma disposição.
Levanto-me da cama, dobro os joelhos, fecho os olhos e começo a orar.
"Pai, obrigada por mais uma noite de sono tranquila e boa. Sou feliz e extremamente grata pela Tua presença comigo em todo momento e circunstância. Peço que este dia seja cheio de Ti e que eu viva uma vida digna de Ti. Em nome de Jesus, amém."
Termino a oração e vou ao banheiro. Tomo um banho, visto um vestido azul-claro rodado que vai até os joelhos e calço sapatilhas prateadas.
Penteio os cabelos, passo um pouco de creme e os prendo em um rabo de cavalo.
Após passar perfume, pego minha pequena bolsa, coloco a carteira e o celular dentro e saio do quarto.
Descendo as escadas, vejo a família reunida tomando café da manhã.
- Bom dia! - Digo, aproximando-me da cozinha.
- Bom dia! - Meu irmão e a esposa disseram em uníssono.
- Benção, mãe e pai. - Peço, sentando-me à mesa.
- Deus te abençoe, florzinha. - Papai disse, esboçando um pequeno sorriso.
- Deus te abençoe. Pega, fiz especialmente para você. - Mamãe disse, passando-me uma geleia caseira que só ela sabe fazer.
- Dormiu bem, filha? - Meu pai perguntou, tomando um gole de café.
- Sim, dormi como uma princesa. Estou bem disposta para ir ao parquinho com as crianças. - Respondo, passando geleia no pão e colocando leite no meu café.
- Desculpe por isso, tentei segurar as crianças, mas elas são impossíveis. - Vitória comentou, referindo-se ao fato de terem me acordado.
- Está tudo bem. Para falar a verdade, eu gostei. - Digo, comendo um pedaço de pão e bebendo um gole de café. - Por que estão tão quietos? - Pergunto, curiosa, observando as crianças comendo silenciosamente.
- Eles são assim; não gostam de conversar muito enquanto comem. - Estevão disse, acariciando a cabeça de Eliseu, que sorriu com o gesto.
Após o café da manhã, vou ao banheiro para escovar os dentes.
- Vocês estão prontos? - Pergunto, ao chegar à sala, onde meus sobrinhos estavam no sofá.
- Sim! - Eles responderam animados.
- Vamos, vou levar vocês! - Estevão disse, pegando a chave do carro e saindo pela porta, com as crianças e eu logo atrás.
O trajeto foi ao som de músicas infantis e perguntas curiosas feitas pelos meus sobrinhos.
- Chegamos! - Meu irmão disse, estacionando o carro em frente ao parquinho, enquanto as crianças gritavam de animação.
- Tem certeza de que dá conta? - Ele perguntou, preocupado, vendo os filhos correrem para os brinquedos, logo após eu ter tirado os cintos de segurança.
- Tenho, não se preocupe. Sou boa com crianças. - Respondi, com um pequeno sorriso.
- Certo, confio em você. Qualquer coisa, é só chamar. - Estevão disse, e eu assenti com a cabeça.
- Tchau, irmão! - Despeço-me com um beijo em sua bochecha e saio do carro.
Fico observando meus sobrinhos brincarem e tiro algumas fotos para guardar de lembrança.
- Esse é o último lugar onde eu pensaria encontrar você. - Jéssica comentou, aproximando-se e me dando um susto.
- Quem é esse? - Pergunto, ao ver um garotinho de olhos claros e cabelos loiros atrás dela, aparentando ter uns cinco anos.
- Ele é meu filho, Rafael. - Ela disse, colocando o menino mais à frente. - Diga oi para a tia Ester.
- Oi! - Ele disse timidamente. - Posso brincar? - Perguntou baixinho.
- Claro, querido. - Jéssica respondeu, fazendo o menino correr em direção aos meus sobrinhos.
- Ele se parece com o Diego. - Comento, lembrando que o antigo namorado dela também era loiro e de olhos claros.
- Rafael infelizmente tem a genética dele, ainda bem que só se parecem na aparência. - Ela disse, cruzando os braços.
- Como está sua vida? - Pergunto, sentando-me no banco, e ela faz o mesmo.
- Está sendo um pouco difícil, mas com a ajuda de Deus estou conseguindo vencer. - Jéssica disse, suspirando. - Eu não quis ouvir você sobre o Diego e acabei descobrindo da pior maneira o canalha que ele era. Quando mais precisei, ele me abandonou. Se não fosse pelo meu irmão, tudo seria muito mais difícil. - Ela disse, nostálgica.
- Seu filho é lindo. - Comento, olhando para ele, que brincava com meus sobrinhos.
- Concordo. E como você está? - Ela perguntou, curiosa.
- Vou bem, graças a Deus. Minha vida é um pouco corrida, mas confesso que gosto dessa correria. - Digo, sorrindo ao lembrar de boas memórias no trabalho.
- Que bom! Você merece mais do que ninguém. - Ela disse, com um leve sorriso. - Você mora aqui?
- Não, continuo morando em Paulínia. Só mudei de bairro. - Explico.
- Que legal! Eu também moro lá, com meu irmão. - Ela disse, animada.
Por mais que eu tenha perdoado, ainda me sinto desconfortável em relação ao Leonardo.
- Sim. - Respondi, com um sorriso sem graça.
Conversamos mais um pouco sobre vários assuntos, até que chegou a hora do almoço e cada uma teve que ir para sua casa.
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Minha Secretária Cristã
SpiritualEster Souza Bernardes é uma jovem mulher que brilha a luz de Cristo aonde quer que esteja, uma cristã que sabe sua identidade e não desisti de seus objetivos... Elias Ferrari Valente é um homem frio e calculista que não confia em ninguém e que não a...