Um: [7>6] Invocação

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"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte." - Friedrich Nietzsche

[7>6]

As rádios anunciavam que o inverno estava prestes a chegar. Já podia sentir a brisa fria, o vento gelado e os estabelecimentos usarem o aquecedor depois de uma longa temporada de verão intensa. Bong, mesmo com sua barriga gigante de gestante, levava as cadeiras da loja de conveniência para dentro e anunciava que a loja estava fechada, virando a placa para "Fechado" que estava presa na porta de entrada. Desligou as luzes de dentro do estabelecimento, ligando as luzes do painel de led. Verificou se havia esquecido de alguma coisa, finalmente saindo do local que trabalhava.

Eram onze horas da noite, e o frio só intensificava. Acariciou sua barriga, verificando se o pequeno Jongin estava devidamente protegido da brisa fria, pegando seu celular e discando o número da sua irmã.

— Estou indo pra casa, unnie. — Disse ela, sorrindo. — Sim, verifiquei se estou devidamente protegida do frio. Sim, eu sei que o inverno está chegando.

Ela revirou os olhos pela preocupação exagerada da irmã. Com o celular no ouvido, observou a placa sinalizando que podia atravessar a rua, atravessando e conversando com sua irmã sobre assuntos aleatórios da gravidez. Uma luz brilhante de um farol de carro tomou seus olhos, que se aproximava rapidamente de si; Bong gritou, se protegendo com seus braços, sendo atropelada pelo carro e jogada para longe. Seus olhos se fecharam imediatamente, ficando semicerrados pela força que ainda lhe restava, sussurrando um "Preciso de ajuda" mesmo sabendo que ninguém estaria lá para ajudá-la. Nem a pessoa que a atropelou, sem parar e sem se preocupar. Ouvia sua irmã gritar seu nome pelo telefone, mesmo todo trincado por ter sobrevoado para longe.

Mesmo com seus olhos semicerrados, conseguia observar um homem completamente vestido de preto. Tinha um chapéu que cobria seu rosto com uma sombra, onde só podia se ver seu sorriso totalmente branco. O homem se agachou, ainda sorridente.

— Por favor, ajude meu filho... — Bong não ligava ao seu bem estar, e sim, do seu pequeno Jongin.

— Senhora Bong, você morreu. E seu filho também.

Lágrimas tomaram conta dos seus olhos.

— O senhor é a morte? Por favor, ajude meu filho de alguma forma.

O homem acariciou a barriga da mulher.

— Você tem certeza disso? Seu coração é puro, mas não o bastante para dar uma segunda chance sem problemas ao seu filho.

— Eu tenho certeza, senhor. Por favor, ajude meu filho, eu lhe peço!

O homem sorriu de lado.

— Com o maior prazer, senhora Bong.

Bong mal sabia o que poderia acontecer consigo, mas só queria salvar seu filho. Com ele estando vivo, e ela não, já é um grande favor para si. O homem fechou os olhos, com a mão pouco distante da sua barriga, sussurrando palavras que aparentavam ser algum tipo de feitiço.

— Seu filho será um gato de sete vidas. Viverá como um espírito morto, mas em um corpo humano, que possui sete vidas aqui no planeta Terra. Que essa praga, de acordo com o que você pode, aconteça assim que Jongin nascer. Bong, você não terá direito de viver assim que gerar Jongin por completo. Nisso, você morrerá no nascimento de Jongin.

A mulher assentiu, respirando fundo.

— Apenas salve meu filho.

Seus olhos se fecharam, e quando foram abertos, seu corpo já estava deitado em uma cama de hospital cheio de aparelhos.

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