Quinze: [3>2] Balas, roxo com preto e Canadá

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A vida é uma caixinha de surpresas, não discordo; mas olha só que ironia gostosa: a minha vem com brinde!-Carolina Grein Xavier

[3>2]

Lavou seu rosto, escovou seus dentes e estava finalmente pronto para dormir. Se estivesse no seu apartamento talvez esperaria um pouco mais para tentar ver Baekhyun chegando, por mais que soubesse que mesmo assim agarraria no sono, quase que ligando a tevê e selecionando um noticiário para se manter acordado.

"Estamos em mudanças, Chanyeol. Não faz sentido você se manter acordado agora: durma que amanhã é outro dia" pensou ele, sentindo seu coração bater forte inquieto.

Desligou a luz do quarto e manteve o abajur de luz amarelada ligada, se sentia uma criança quando via que não conseguia dormir com uma luz do seu lado. Se enrolou a fim de se proteger do frio, olhando para o teto na tentativa daquele branco sem graça lhe fazer dormir.

Pensou em Baekhyun: pensou nos seus beijos, em suas trocas de carícias, em todas as vezes que fizeram amor. Sentiu um aperto enorme em seu coração, que quase o fez chorar, mas tentou ignorar cobrindo seu rosto com o lençol. Como se tivesse alguém no seu quarto, e esse alguém não poderia vê-lo chorar.

Escutou um barulho estranho vindo da janela, como se estivessem jogando algo duro contra ela. Ignorou e foi jogado denovo, e denovo, e contra sua vontade abriu a janela para ver o que era.

Um pontinho familiar se destacou no portão de Jongin: era Baekhyun, segurando uma cesta que continha diversas coisas comestíveis dentro, coisa que o ondulado deduziu.

Esperava que Baekhyun começasse e dissesse o que queria.

— Chanyeol! Eu te amo! — Baekhyun gritou, fazendo o ondulado olhar a cena sem dizer nada. — Deixe-me conversar com você!

— Me convença a conversar com você, Baekhyun. — Disse no tom que sempre falava, pois sabia que o menor tinha uma baita audição.

Ele respirou fundo.

— Eu te amo. Isso já é o bastante, não é?

Chanyeol fechou a janela. Baekhyun era tão orgulhoso ao ponto de dizer que um "eu te amo" era a resposta de todas as coisas, até em uma discussão ocasionada por seu ciúmes pelo seu próprio pai. Se sentou na cama, ficando de costas para a janela, olhando para sua mão vazia, sem aquele anel reluzente que era tão acostumado e apaixonado.

Se assustou quando alguém bateu na janela. Pensou um "não é possível" e abriu a janela devagar, se deparando com Baekhyun no tronco da árvore, parecendo um ninja daqueles desenhos de criança: no meio dos galhos, conseguindo facilmente se camuflar ali.

— Acho que você esqueceu que eu sou policial e muito, muito insistente.

Sem pedir licença, pulou para dentro do quarto com total profissionalismo, deixando a cesta em cima da cama. Estava impressionado com o talento de Baekhyun, mas não foi motivo de perdoá-lo.

— O que você quer? — Perguntou, de braços cruzados e com a sobrancelha erguida. Olhou de soslaio para a cesta, concordando consigo mesmo que era uma cesta de guloseimas.

— Fazer as pazes, Chany.

— Sério? Já faz quase uma semana que você não dá sinal de vida. Você estava sem tempo para resolver discussões bestas, não é?

Ele respirou fundo.

— Indo por essa lógica: eu, líder do departamento secreto, sou extremamente ocupado e consegui arranjar um tempo para conversar com o amor da minha vida, quem posso considerar minha alma gêmea. — Chanyeol riu. — Chanyeol, eu sou a pessoa mais difícil de chorar. Já vi pessoas perdendo pessoas importantes, vi mães perdendo filhos, já vi pessoas que eu gosto morrer e eu nunca chorei. Mas ver que eu te machuquei, te deixei chateado me fez chorar ao ponto de soluçar. Te ver chateado e ver que foi por causa de mim me deixa aos prantos, e nem é brincadeira. Me perdoe Chanyeol, eu prometo ser um novo Baekhyun. Deixarei o Baekhyun velho para trás.

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