Dezesseis: [2>2] Visão

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"Existem muitos caminhos para o topo da montanha, mas apenas uma visão"-Harry Millner

[2>2]

Kyungsoo olhava estranho para Jongin, que desligara o celular e olhava para um ponto fixo da mesa de centro da sala. Parecia que ele havia escutado uma notícia ruim ao ponto de ter feito ele decair, daquela inesperada e surpreendente. Acariciou seu braço na tentativa de saber o que está acontecendo sem perguntar, respirando fundo.

— O que aconteceu? — Sabia que ele não iria mentir para si. Ele havia prometido que não mentiria para si.

— Min Jun sabe de tudo. Sabe que estamos aqui, sabe de tudo. Ele estava sabendo de tudo que estávamos fazendo.

Kyungsoo olhou incrédulo para Jongin, querendo que aquilo fosse uma mentira. Olhou para seus olhos, recusando com a cabeça e sussurrando vários "nãos" em sua mente.

— Como? Como ele sabe que estamos aqui, como ele sabe de tudo? Eu preciso de uma explicação.

— Baekhyun quer nos encontrar no departamento para atualizar a gente de tudo isso. Nem eu estou conseguindo acreditar.

Kyungsoo respirou fundo, batendo fraco contra sua coxa. Murmurava palavrões diretamente ao seu pai, sentindo aquela péssima sensação de não estar seguro, respirando fundo para manter a calma. Só conseguia pensar na bala atravessando a janela do carro e indo diretamente para a cabeça de Jongin, e o quão estava perto dele finalmente morrer. Observou Jongin ficar de pé, com as mãos na cintura.

— Só era isso que nos faltava.

— Realmente. — Kyungsoo deu uma risada nervosa, olhando para o teto e pensando o que esse caso havia se tornado.

— Temos que ir para a Coreia o quanto antes. Não vejo motivos de continuarmos aqui. — Respirou fundo, recusando com a cabeça. — Ainda estou sem acreditar.

Encarou seus pés sem dizer nada. Min Jun merecia morrer, estar a sete palmos debaixo da terra já a um tempo, morrendo da maneira mais dolorosa para compensar todos seus assassinatos. Kyungsoo não achava o bastante o fato do velho simplesmente morrer, com uma bala na cabeça ou de uma maneira mais cabível: queria que ele morresse aos poucos, de uma maneira dolorosa. Ou, preso dentro de uma prisão para sempre, sem comida ou água.

Escutou tiros vindo do lado de fora. Jongin arregalou os olhos, encarando Kyungsoo por um momento; O menor, rapidamente, agarrou suas sacolas e segurou a mão de Jongin, onde ambos correram até a porta mais próxima. Aquilo deu tempo de um homem mascarado aparecer, apontando para Kyungsoo e atirando.

Mas, quando ouviu o barulho da bala sendo atirada, já estavam na delegacia. A sala estava escura, sem algum resquício de pessoas e barulho. O único barulho que conseguia escutar era da respiração ofegante de Jongin junto a sua, segurando fortemente sua mão suada. Acendeu a luz, sentando no chão e encarando a cadeira em sua frente sem acreditar no que havia acabado de acontecer.

Kyungsoo quase morreu.

Jongin quase foi para a Coreia com um corpo desacordado.

Jongin o abraçou fortemente, onde Kyungsoo retribuiu a todo vapor. Conseguia ver todo o alívio do gato naquele abraço.

— Meu deus, Kyungsoo. Achei que tinha morrido, achei que tinham conseguido atirar em você. Foi por muito pouco.

Kyungsoo sorriu, acariciando o rosto suado do seu namorado.

— Estou aqui por causa de você.

Mesmo que havia dito isso, conseguia sentir todo o peso da frase. Olhou pra baixo, vendo as sacolas e sorrindo aliviado: Pelo menos conseguiu os presentes do seu irmão. Imaginava como iria mandar mensagem para ele: "Quase atiraram em mim, mas Jongin conseguiu se teleportar comigo e parar na Coreia a tempo. E olha só: eu consegui trazer as compras comigo".

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