Tons de frieza.
Nunca iria me perdoar pelo o que fiz.
Deixar para trás aqueles que mais me mantinham viva. Deixar para sempre.
Minha garaganta parecia não funcionar. Não havia força nenhuma que me fizesse falar, eu simplesmente não tinha voz.
E para tentar me distrair dos tempos conturbados, meus olhos pairavam as casas destruídas pelas bombas que o russo havia plantado, com as dezenas de famílias inconsoláveis que tiveram suas vidas destruídas.Eles perderam algo que eu também perdi.
Porra, eu odiava esse lugar.
Até o tempo de viagem para chegar à base pareceu infinito. Um pedaço de mim permanece lá, eu acho.
Mas assim que meus pés sentiram o inverno de Manchester tomar conta do meu humor, as dores pareceram ganhar voz dentro de mim.
Afinal, a primeira coisa que fui instruída a fazer foi encontrar meus superiores, porém como se fosse involuntário, meu corpo me fez ir direto ao banheiro para chorar.
Eu estava péssima, com milhares de cortes no rosto, manchas de sangue seco e olhos sem expressão. Eu parecia um cadáver.Uma das maiores incertezas desse trabalho é se sentir bem. Todos nós estamos esperando o momento para que tudo isso acabasse.
Não é uma ameaça, é mais uma promessa.
Aqui, cada um tem seu lugar na fila. E enquanto eu sofria as consequências que aconteceram eles, eu tentei me conter, porque no fundo eu sabia que o meu fim estava tão próximo quanto o deles.Os minutos se passaram, e o barulho das minhas botas no concreto firme guiava o caminho gravado na minha mente da sala do Capitão John Price. Era educado, charmoso e másculo.
O cômodo era bem amplo. Havia portas para todos os lados, uma enorme mesa que continha inúmeras fotos e documentos bagunçados e também um quadro de suspeitos. Laswell e ele reviravam aquilo como um quebra-cabeça confuso.
Meus dedos tocam suavemente na porta para indicar minha presença, e assim que os dois pares de olhos me encontram, sorrisos tristes se abriram e vieram em minha direção.
—— Sinto muito, Tenente - a voz masculina me prende em um abraço forte - Continue forte por eles. Sei que estão muito orgulhosos de você.
As lágrimas voltaram à beira dos olhos e imploravam para sair, mas eu as segurei. Não iria mostrar esse lado a ninguém até o dia da minha morte.
—— Não se preocupe, eles já estão em território britânico - dessa vez foi Kate, que se aproximou e passou a mão pelo meu braço - Seu trabalho foi extremamente necessário para nós, obrigada.
Fecho os olhos e respiro fundo como forma de reconhecer o trabalho e agradecer. Eu estava aqui para servir o meu país assim como meus amigos, aos quais devo toda a minha honra.
—— Posso saber o que estavam montando antes de eu chegar? - digo apontando o queixo para mesa atrás deles tentando mudar de assunto.
—— Essa vai ser a nossa próxima missão graças as coisas que você descobriu anteriormente no México. Você foi a peça que faltava aqui, Ice - a loira me olha com pena e dá aceno com a cabeça - Vá trocar essa roupa pesada e tomar um banho. Depois explicarei com todos o que realmente iremos fazer.
—— Todos? - minhas sobrancelhas se arqueiam.
—— A equipe 141 - Price diz orgulhoso - Você agora faz parte dela também.
A famosa 141... responsável por fazer o possível e o impossível durante as missões.
Eu não os conhecia bem, mas sabia identificar os rostos pelas vezes que eu os via pelo corredor, ou pelo menos de quase todos eles. Apenas o do Tenente Ghost era uma incógnita, eu nunca o tinha visto sem aquela máscara idiota de caveira e pretendia continuar não sabendo essa informação. Ele era arrogante para caralho.
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𝐔𝐥𝐭𝐫𝐚𝐯𝐢𝐨𝐥𝐞𝐧𝐜𝐞, 𝗌𝗂𝗆𝗈𝗇 𝗀𝗁𝗈𝗌𝗍 𝗋𝗂𝗅𝖾𝗒.
FanfictionDois paradoxos que fazem sentido quando colocados juntos. Elizabeth Rockwell, uma mulher desafiadora, calculista e fria como um gelo. Afinal, seu próprio codinome revela isso. "Ice" não foi feita para derreter e muito menos fracassar... Bom, era iss...