VII

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Aquelas noites de verão parecem ter sido há muito tempo atrás.

—— Shadow Company para todas as estações. Repito, encontramos Hassan.

A voz de Graves circulava pelos meus ouvidos enquanto eu ajustava o rádio para que ele não me perturbasse mais do que normalmente fazia. Ao fazer isso, eu corria pelo corredor interminável para encontrar os outros.
Com a respiração descompensada, o suor caindo do meu corpo por causa do calor daquela noite e a fome nos olhos para encontrá-lo. Eu queria prendê-lo com minhas próprias mãos.

Me apoiando pelas paredes, eu consigo finalmente vê-los. Estavam os três ao redor de um bloco de madeira, Soap, Alejandro e Ghost.
Eu me aproximo, colocando minha arma no coldre e pegando minhas munições dos bolsos.

—— Aonde ele está? - eu pergunto sem paciência.

Alejandro aponta para o mapa apoiado na mesa e eu o analiso como se aquela fosse a maior obra de arte de todos os tempos. Um breve sorriso brota em meu rosto.

Nem Leonardo da Vinci pintou algo tão bonito quanto aquilo.

—— Graves vai nos providenciar suporte aéreo - Soap complementa.

Eu concordo com a cabeça, desviando minha atenção para ele quando falava.

—— Tá, vamos logo, nós não temos o dia todo - eu ando sem nem olhar para trás, até que não ouço os passos deles comigo - Vocês estão esperando o que? - articulo com as mãos.

Eles permaneciam parados no mesmo local. Soap e Alejandro se encaram tentando buscar uma forma melhor de responder a pergunta, e Ghost levanta sua cabeça, que antes estava fixada em suas mãos cobertas pela luva para olhar nos meus olhos.

—— Você não vai com a gente.

Eu desvio meu olhar para o lado, negando com a cabeça e até rindo silenciosamente. Entretanto, depois de perceber que estava falando sério, o olho incrédula, ainda procurando alguma razão daquilo acontecer.

—— É perigoso demais lá fora, Ice - Soap complementa a fala do outro.

Odiava quando as pessoas pensavam que eu não era capaz de me defender sozinha.

—— E acha que se eu não soubesse disso teria entrado na Força? Porra, só podem estar de brincadeira comigo.

—— Ghost nos disse que você bebeu uma garrafa de vodca inteira, Tenente - o Coronel dirige sua palavra a mim - Não existe chances de você ir conosco.

Ele não fez isso.

Eu me aproximo novamente até ficar cara a cara com Ghost. Ele era mais alto do que eu, isso era óbvio, mas aquilo não importava porra nenhuma para mim.
Ele quer brincar de intimidador? Pois bem, eu também sei fazer isso.

Com a fúria nos olhos, eu tento revida-lo com minhas palavras, mas antes mesmo que elas saíssem, ele me corta.

—— Você ficará aqui e isso é uma ordem - ele não parecia muito feliz com minha atitude e isso ficou claro quando vi sua pupila dilatar.

—— Não pode fazer isso, Price disse que eu também estava no controle dessa missão - digo ainda querendo meter o soco na cara dele.

—— Está aqui para ajudar, Ice - ele nega minha última fala.

—— Eu sou sua melhor soldado e você sabe diss-

—— Agora me ajude e fique quieta aqui - ele me interrompe fazendo com que minha voz parecesse mais fraca que a sua.

𝐔𝐥𝐭𝐫𝐚𝐯𝐢𝐨𝐥𝐞𝐧𝐜𝐞, 𝗌𝗂𝗆𝗈𝗇 𝗀𝗁𝗈𝗌𝗍 𝗋𝗂𝗅𝖾𝗒.Onde histórias criam vida. Descubra agora