XI

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Uma garota triste... uma garota malvada.

As coordenadas obtidas através do interrogatório confirmaram uma plataforma de petróleo a 400 milhas náuticas da costa no Golfo do México.

A tal pista no bilhete deixado correspondia exatamente ao que estávamos procurando.

Bingo.

Plataforma 4, Golfo, era o que dizia.

Aquela estação não estava mais ativa a décadas e atualmente, era usada pelo cartel para contrabandear produtos sem chamar atenção dos "grandes".
Ao noroeste do lugar, um cargueiro está ancorado a 500 metros, e nele, um dos containers que se moveu do navio para plataforma.
Grande o suficiente para se colocar um míssil.

Nós iríamos infiltrar três equipes para atacar simultaneamente os dois alvos. Ghost, Soap e Graves iriam desarma-lo na plataforma, já Farah, eu e Alejandro iríamos abater os traficantes que ainda ficavam no cargueiro, juntamente com a equipe tática da 141.

Os pingos gelados da chuva pareciam ficar estáticos na pele exposta do meu rosto.
Observar a vista em volta era um erro, mas impossível de não se fazer. O céu estava cada vez mais próximo de se parecer com um buraco negro e as ondas ficavam mais ferozes a cada passo que o bote elétrico dava.

Ao mesmo tempo que eu cuidava da direção deste bote, eu avisto Graves tomar posição sobre o outro.

—— Ice, você copia? - seu sotaque americano ressalta no meu ouvido, ainda sendo um pouco difícil de ouvir pelo barulho dos motores.

Confesso que meus olhos se comprimiram minimamente ao ouvi-lo dizer meu nome. Sinto que até minha cabeça se move tentando buscar alguma fuga daquela situação.

—— Afirmativo, Graves.

—— Olhe para seu lado direito - eu sigo sua instrução - Precisamos do container 163B, o míssil deve estar nele. Siga naquela direção, enquanto nós encontraremos a sala de controle.

—— Entendido.

Se aproximando do barco, eu mantenho o bote relativamente parado, passando o volante para um dos soldados que ficaria ali, para conseguir esticar suficientemente minha mão para alcançar a escada enferrujada que ficava na lateral metálica dianteira.

Em um impulso só, eu levo o peso do meu corpo para cima com o suporte do meu braço e logo depois, meus pés acham os degraus abaixo de mim para me sustentar e chegar ao topo.

Meus olhos recaem de volta para a estrutura de ferro e vejo Farah e Alejandro subindo em sequência. Com minha mão direita, eu os ajudo, respectivamente, a ficarem no mesmo andar que eu.
Assim que reviso o local com um simples olhar, vejo a equipe de apoio a poucos metros de nós pela esquerda.

—— Seguindo para o primeiro andar - alcanço o rádio e prontamente sinalizo com meus dois dedos para avançarmos.

Subindo por uma das escadas externas, eu me inclino pelo corrimão, o necessário para conseguir obter uma visão melhor de qualquer alvo na minha frente.
E assim como faço, consigo acertar um dos homens que certificava o lugar, sem levantar suspeitas por causa do silenciador na arma.

Andando um pouco mais rápido, nós finalmente pisamos no andar dos containers, porém contestando de cara que todos eram vigiados por inúmeros homens, principalmente aquele que estávamos atrás.

Antes de sermos vistos, os usamos como proteção, e as caixas de ferro não se sustentam por muito tempo pelo movimento da água abaixo de nós, o que nos faz dar de cara com todos eles de uma vez só.

𝐔𝐥𝐭𝐫𝐚𝐯𝐢𝐨𝐥𝐞𝐧𝐜𝐞, 𝗌𝗂𝗆𝗈𝗇 𝗀𝗁𝗈𝗌𝗍 𝗋𝗂𝗅𝖾𝗒.Onde histórias criam vida. Descubra agora