IX

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Dinheiro, poder, glória.

A transmissão se encerra levando junto as vozes de Laswell e Shepherd embora.

Era bom constatar que alguém do lado de fora sabia aonde estávamos metidos. Eu mesma nem sabia lhe dizer isso com clareza.

Minhas mãos agarram meus pertences do chão, ainda inconformada com a situação. Mesmo assim, eu tento fazer com que esses pensamentos se diluam à ideia de encontrar algo muito maior do que somente a figura de Hassan.

Se fosse preciso eu iria até o inferno para buscar provas que mostrassem que ele era culpado.

Me redirecionado de volta ao redor deles, eu percebo a inconformação estampada em seus rostos. Até mesmo Ghost exalava isso.

Ninguém era capaz de romper aquele silêncio de derrota.

—— O que faremos agora? - Soap é o primeiro a falar.

—— Vamos atrás do El Sin Nombre para encontrar o próximo míssil - Graves anuncia sem se questionar - Laswell disse que Farah investigou o celular de Hassan, mas nós não temos como falar com ela, porque o rádio dela não está direcionado na mesma linha que a nossa.

—— Espera - digo rapidamente.

Foi tal como um pensamento intruso.
Meu cérebro pensa rapidamente em um jeito de tentar contata-la, porque ela não fazia ideia da magnitude que as coisas tinham ficado de algumas horas para cá.

Como se fosse num passe de mágica, meus dedos alcançam o rádio do lado direito do meu corpo e tentam mudar a frequência para a mesma que aquele rádio velho e empoeirado que ela havia encontrado.
Aquele que tínhamos usado para dançar no meu quarto.

Aquela provavelmente era minha melhor jogada, mas o contra dela seria que Farah não conseguiria se comunicar conosco. Apenas nos ouvir.

Quando acho que o padrão é suficiente para encontrar a antena do rádio, eu reluto em apertar o botão de fala.

Eu encaro eles de volta, que nesse momento não entendiam nada do que eu estava fazendo.

—— Essa máquina consegue ler ondas de rádio? - eu aponto para o computador e Graves assente - Sintoniza na frequência 108.7, então.

Seu semblante questiona cada passo que faço, mas como não tínhamos muito tempo para continuar com aquele joguinho, eu apenas arregalo meus olhos para ele andar logo com aquilo.

A tela agora mostrava uma onda que captava qualquer tipo de movimento sonoro.

Aquilo tinha que funcionar.

—— Farah, aqui é a Ice, se você me ouve coloca na frequência 108.7 do seu rádio.

Um silêncio. Nada nos corresponde.

Eu tento mais uma vez.

E outra.

E outra.

—— Tente falar menos, assim talvez ela compreenda - Ghost diz para mim, eu concordo com sua fala.

—— Farah, sintonize em 108.7 no seu rádio.

Eu fecho meus olhos, esperando que dessa vez ela faça algum tipo de milagre.

Nós precisávamos de qualquer informação que ela tivesse encontrado e naquela hora, eu jurava por tudo que comecei a acreditar em todas as religiões possíveis para fazer com que esse plano desse certo.

—— Ice, tá me ouvindo? - o som ainda cortado e robótico de sua voz ressoa pelo lugar aberto, mas os sorrisos que se abriram pela ação não tinham preço para me fazer esquecer.

𝐔𝐥𝐭𝐫𝐚𝐯𝐢𝐨𝐥𝐞𝐧𝐜𝐞, 𝗌𝗂𝗆𝗈𝗇 𝗀𝗁𝗈𝗌𝗍 𝗋𝗂𝗅𝖾𝗒.Onde histórias criam vida. Descubra agora