𝐔𝐥𝐭𝐫𝐚𝐯𝐢𝐨𝐥𝐞𝐧𝐜𝐞, 𝗌𝗂𝗆𝗈𝗇 𝗀𝗁𝗈𝗌𝗍 𝗋𝗂𝗅𝖾𝗒.

V

Repleta de perdas e vitórias, de falhas e quedas.

O ar abafado que não circulava pela falta de vento dessa cidade fazia tudo ficar pior.

Era uma das sensações que ninguém sentia saudade de presenciar, mas não era como se tivessemos alguma opção aqui. Las Almas coletaria a alma de qualquer um que as deixasse a mostra. Quer dizer, daqueles que ainda tinham uma.

Nós haviamos desembarcado do avião e entramos em um carro para encontrar o Capitão e o Coronel na base dos Los Vaqueros, os homens de Alejandro.

As coisas não estavam fáceis. Hassan ainda não era um alvo localizado precisamente no mapa e se não fosse pela missão a parte feita por Gaz e Price, alguns meses atrás, talvez nunca saberíamos que os cartéis mexicanos estariam envolvidos nessa bagunça.
Isso significava que Hassan podia estar em qualquer lugar. Qualquer lugar do mundo.

As pistas para investigar o famoso "El Sin Nombre", eram mais tiros no escuro do que certezas verídicas, porque ninguém sabia qual era o rosto dele ou até seu verdadeiro nome.
Porém, mesmo assim ele estava em todo lugar. Com o apoio do exército, com as crianças, com os civis disfarçados, não importava aonde.

—— Direita ou esquerda, Ice? - a voz ríspida de Ghost me dispersa dos pensamentos.

Pois é, eu estava sendo sua mão direita até nisso.

A situação toda era bem ridícula. Ele, dirigindo como se não soubesse o que estava fazendo e realmente acho que não sabe, e eu, falando as direções em um mapa desenhado no papel para nos guiar até o fim de mundo que eles estavam.

Era simplesmente horrível ter que participar dessa experiência não muito tecnológica ao lado do Senhor Reclamão que não espera nem um segundo para eu tentar entender o caminho.

—— Esquerda! - minha fala ultrapassa das palavras e os gestos com as mãos começam a entrar em ação.

Isso acontecia quando eu estava brava.

—— Então fala!

—— Eu te disse um milhão de vezes.

A paciência dele era tão escassa que eu nunca tinha visto esse homem deixar de ser tão estirado.

E a melhor sensação no momento, que me consumiu de alegria, foi ver Alejandro e seus homens acenando de longe. Finalmente tínhamos chegado.
Ao abrir a porta do carro, vejo que ele se aproxima para cumprimentar eu e Farah.

—— Bem-vindas a Las Almas, senhoritas, é sempre um grande prazer trabalhar com vosotras. Conheçam o meu homem número 1, o Rodolfo Parra.

Vejo a atitude do Coronel e sorrio como forma de agradecê-lo, pelo menos ele estava tentando ser um pouco mais legal do que algumas outras pessoas.
Já Rodolfo parece ser mais tímido, e abre um pequeno sorriso enquanto o amigo o apresentava.

—— Eu sou a Farah - ela parte para um cumprimento de mão - E essa é a Ice.

—— Gelinho? - ele pergunta veementemente curioso com seu sotaque mexicano, e eu sedo uma risada abafada fingindo que eu engasgo.

Rodolfo era criativo.

Logo após essa pequena interação, nós entramos para encontrar John.
De longe eu vejo praticamente um exército de homens mexicanos e do outro lado, inúmeros soldados americanos da Shadow Company, com seu líder idiota, Graves, que tenta se aproximar, mas recua levemente assim que vê Ghost ao meu lado.