14 - Divorcio?

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Hoje é o meu último dia aqui em Portugal, a minha mãe está a organizar um jantar de despedida antes de eu partir novamente.

Estou no meu quarto a fazer as malas para os meus próximos meses e a pensar em como é injusto continuar a esconder tudo o que aconteceu.

- Se não fosse a mãe a impedir-me, já tinhas menos uma fatia no teu bolo de despedida!

- Mas tu só pensas em comida? – pergunto ao meu irmão que está à entrada do meu quarto, com o ombro encostado na porta.

- Não, também penso que vai ser incrível não te ter em casa durante mais uns bons meses – diz sorridente.

- És mesmo engraçado – digo-lhe enquanto continuo a encaixar a roupa dentro das malas – tu adoras-me, admite!

- Talvez só um bocadinho, mas nunca digas a ninguém que eu disse isto – pede-me enquanto coloca o dedo indicador à frente da boca.

- E eu não conto a ninguém, se tu prometeres que fazes o mesmo com o que te vou contar agora – largo a roupa e faço sinal com a mão para ele entrar no meu quarto – fecha a porta.

- Beeem, o assunto é sério! – cruza os braços e fica a olhar para mim à espera que eu comece a falar.

- Eu vi o pai a trair a mãe – digo baixo o suficiente para que ninguém fora do quarto conseguisse ouvir.

- O que? Tens a certeza disso? – ele aproxima-se de mim, visivelmente chateado.

- Claro que tenho Gustavo.

- Isso explica muita coisa!

- Tipo o que? – pergunto-lhe curiosa.

- Tipo ele nunca estar em casa, tipo tu estares estranha com a mãe desde que cá chegaste – esfrega a cara com as mão, frustrado – Quando é que descobriste?

- No dia depois de eu ter chegado, quando fui correr – sento-me na cama e baixo o olhar para o chão.

- E só agora é que me dizes? – consigo ver a tensão e a raiva a tomarem conta do corpo do meu irmão.

- Desculpa, tive de processar a informação antes de falar.

- Temos de contar a mãe, sabes disso, não sabes? – a sua voz ficou mais calma.

- Sei, só não sei é como o vamos fazer!

- Eu ajudo-te – coloca-se à minha frente e agarra nas minhas mãos – temos de o fazer juntos.

- Valentina? – desligo os pensamentos que me roubavam a atenção do que acontecia à minha volta

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- Valentina? – desligo os pensamentos que me roubavam a atenção do que acontecia à minha volta.

- Sim? – olho em volta e tenho o meu irmão, o meu pai e a minha mãe a olharem para mim.

- Está tudo bem filha? Chamei-te umas cinco vezes! – o meu irmão faz-me sinal com o garfo.

- Está, está tudo bem – agarro no copo e bebo dois grandes goles de água – estou só preocupada com os próximos meses.

O meu mundo de Formula 1 - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora