18 - A última gala

27 4 2
                                    

A última corrida desta temporada da Formula 1, já aconteceu há uns dias e para terminar oficialmente a temporada, hoje haverá a gala de encerramento.

O italiano decidiu perlongar as suas férias e acompanhar-me nesta gala. Acho que nem ele sabia que gostava assim tanto de Formula 1.

E uma vez que não tinha companhia para gala, juntou-se o útil ao agradável.

O meu vestido, decidi comprar aqui por Abu Dhabi. É um vestido longo, preto de apenas uma manga. O tecido faz-me lembrar ceda, porque brilha quando está à luz.

Confirmei ao espelho pela milésima vez se estava tudo perfeito com o vestido, cabelo e maquilhagem. E pela milésima vez, estava tudo perfeito.

Não consigo perceber o motivo do nervosismo para esta gala.

Minto, sei muito bem o motivo, porque há um ano, nesta mesma gala de encerramento da temporada, encerrou tudo o que havia entre mim e o Daniel.

Irónico, porque foi sem dúvida uma gala de encerramento.

Envio uma mensagem ao italiano para o informar de que estava pronta.

Segundos depois recebo a resposta.

* Ok, encontramo-nos no elevador? *

Respondo-lhe afirmativamente e saio do quarto depois de confirmar se tinha tudo o que precisava dentro da pequena mala dourada que levava.

Caminho até ao elevador, o italiano já lá estava, a esperar paciente, com o seu fato azul-escuro, com o ombro encostado na parede e olhar vago.

Culpo-me pelo meu coração não bater por ele como bate pelo Daniel. E estes últimos dias passados com o Luca confirmaram o quanto ainda o amo o australiano.

Porque é que ainda ninguém inventou uma maneira do controlar o nosso próprio coração?

- Oh uau, o vestido fica-te mesmo bem! – desencosta-se de parede.

- Obrigada – aproximo-me dele e ofereço-lhe o meu braço para ele entrelaçar o dele no meu – também ficas muito bem com o fato.

Ele sorriu, tímido, carregou no botão do elevador e aguardámos em silêncio até que as portas do mesmo se abrissem.

A decoração da gala está praticamente igual a do ano passado, o que me deu um friozinho na barriga.

O ambiente estava tranquilo, havia várias caras conhecidas do paddock, os quais fui cumprimentando há medida que entrava.

- Tu conheces toda a gente – diz Luca a olhar em todas as direções, desconfortável.

- E pelos vistos toda a gente me conhece a mim – são visíveis alguns flashes de camaras virados à nossa direção.

- Não sejas convencida – aperta-me a mão – eles querem-me é a mim.

Sorri pela sua tentativa dele me distrair.

Ao chegar à pista de dança, já se podia ouvir a música, mas ainda quase ninguém teve a coragem ou a vontade de ir dançar.

- Bem, isto não está propriamente animado – Luca disse ao observar a pista.

- Acho que chegámos cedo – olho em volta e mexo as mãos, ansiosa.

Sinto as mãos do italiano nas minhas e paraliso.

- Está tudo bem? – Pergunta-me.

- Está, acho eu – respiro fundo e troco a posição dos pés. – Este sítio traz-me muitas memorias.

O meu mundo de Formula 1 - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora