* Perth, Austrália – 5 anos depois *
Chego junto do meu Jeep após oito horas de turno da noite, no hospital local.
Destranco o carro e entro. Confirmo o meu telemóvel.
Duas chamadas não atendidas do meu marido.
Decido não ligar de volta, tendo em conta que em poucos minutos estarei em casa.
Ligo o motor do carro e acelero em direção à saída do estacionamento dos funcionários.
Cerca de dez minutos depois, carrego no botão que abre o portão da propriedade. Os portões abrem e eu entro com o carro, mas apenas uns metros mais a frente volto a parar o Jeep, apenas para ter a certeza de que os portões ficam fechados.
Ouço uma mota a aproximar-se.
Vejo Daniel a aproximar-se na sua mota de motocross acompanhado pelo sobrinho, que também vinha a conduzir uma mota.
Para a mota ao lado do meu carro e faz-me sinal para baixar o vidro.
- Bom dia, amor – diz-me sorridente.
- Bom dia! – abano a minha mão no ar, para tentar afastar o pó que ele fez com a mota – logo de manhã Ricciardo?
- É de manhã que começa o dia! – lança-me aquele sorriso de quem sabe que não devia estar a fazer o que está a fazer.
- Tia, a minha mãe deixou! – olho para o rapaz loiro. Ainda me lembro de o conhecer, há cinco anos, era apenas uma pequena criança de 6 anos. Agora com 11, está quase da minha altura.
- Se eu lhe ligar é isso que ela me vai dizer? – pergunto-lhe e em vez de me responder, volta a ligar a mota e foge.
- Não me olhes assim – diz-me Daniel – eu sou o tio divertido.
Também ele liga a mota e arranca atrás do sobrinho.
Fecho a janela do carro e sigo caminho até a garagem de minha casa.
Apesar de vivermos dentro da propriedade dos meus sogros, nos fizemos a nossa própria casa, separada da casa deles. Tal como a irmã de Daniel tinha feito uns anos antes de nos mudarmos para cá.
Estacionei o carro e entrei em casa.
Tomei um bom e relaxante banho, vesti uns calções e uma t-shirt, para combater o calor que se fazia sentir.
Ouço barulho na garagem, o que me indicava que Daniel já tinha chegado.
Desço as escadas e vou até à cozinha, fico estrategicamente parada junto à porta que dá acesso a garagem.
Daniel entra.
- A cessão de mota acabou mais cedo? – pergunto-lhe.
- Digamos que a minha irmã nos descobriu – diz-me sem qualquer remorso ou vergonha.
- Ah, por que será? – aproximo-me dele – talvez porque ela vive neste mesmo terreno! – ele aproxima-se de mim, mas eu afasto-me, para evitar sujar-me na sua roupa cheia de pó. – Sabes que ela não gosta que ele ande de mota.
- Mas ele gosta – volta a aproximar-se de mim.
- Isso não é motivo para passares por cima das regras da tua irmã.
- Talvez, mas eu sou o tio divertido – aproxima-se me mim mais uma vez, tento afastar-me, mas ele agarra-me, puxando-me para o seu abraço.
- Nãoo, acabei de tomar banho! – digo-lhe, tentando fugir.
- Eu ajudo-te a tomar outro banho – deposita-me um beijo no canto dos lábios – ainda nem me cumprimentas-te em condições. - Coloca uma mão na minha cintura e a outra no meu rosto e beija-me. – Amo-te – diz-me em português.
Desde que foi ter comigo a Portugal e de que falou em português comigo, tornou-se a nossa tradição dizer a palavra "amo-te" em português.
Mesmo durante os votos do nosso casamento, há dois anos.
- Amo-te – retribui – preciso de falar contigo.
- Já . estás . a . falar – diz-me entre beijos, que vai depositando no meu pescoço e clavículas.
- Mas preciso que estejas com atenção – começo a rir, devido as cocegas que ele me está a provocar no pescoço.
- Ok, eu paro, mas com a condição de te ir ajudar a tomar outro banho. – Começo a rir e afirmo com a cabeça. Era a única maneira de fazê-lo estar com atenção ao que lhe quero dizer.
Retiro o teste do bolso e mostro-lhe.
Ele observa com atenção e acho que só percebe de que teste se trata, porque tem escrito o resultado num pequeno ecrã.
- Estás...
- Estou gravida – não o deixo terminar a frase.
Ele agarra-me, levantando os meus pés do chão.
- Aí merda, amassei-o. – diz ao colocar-me no chão e ao aproximar-se da minha barriga. – Ei, pequenino, a tua mãe não sabe, mas eu vou ensinar-te a andar de mota.
- Será que vais? – provoco-o – e não lhe chames pequenino, pode ser uma pequenina.
- Que tal? Canguru? – olha para mim, ainda de joelhos no chão e com o rosto justo à minha barriga.
- Canguru parece-me bem.
Levanta-se do chão, e abraça-me.
- Mais um Ricciardo para ti – diz-me divertido. Baixa-se de novo para a minha barriga – Ei canguru, tenho de ir dar banho à tua mãe. Não posso deixar uma senhora grávida cheia de pó.
Pega-me ao colo com uma facilidade ridícula e carrega-me pelas escadas em direção da casa de banho.
Notas da autora:
- Esta história chegou ao fim, espero que genuinamente tenham gostado tanto quanto eu gostei (mas eu também sou suspeita);
- Queria agradecer a todos/as que interagiram com este livro. Muito obrigada!;
- Além de agradecer, quero desculpar-me por ter demorado tanto a terminar esta história. O meu perfecionismo paralisa-me. Prometo que nas próximas não vai acontecer;
- Irei publicar outro livro, nada relacionado com esta história. Também será uma fanfic e também estará relacionada com F1. Quando estiver mais próxima de o publicar, venho partilhar mais informações;
- Já agora! O que acham do tamanho dos capítulos? Preferiam maior, menor ou acham que está bom assim? (só para eu ter noção para o próximo livro);
- Mais uma vez, obrigada por estarem desse lado! Até já.
- Mari
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O meu mundo de Formula 1 - Livro II
RomanceEla tinha confiado nele. Confiava nele para lhe entregar o seu próprio coração. Mas ele não foi capaz de o segurar. E isso mudara Valentina. A portuguesa lutava agora com uma decisão que iria mudar a sua vida por completo. Ela queria entrar nesta...