Sinto os primeiros raios de sol a bater no meu rosto, mexo-me na cama para tentar fugir à luz.
A cada milímetro que o meu corpo se movimenta a dor de cabeça torna-se mais intensa.
Nunca mais vou beber.
A típica promessa de quem está de ressaca.
Ontem devo ter bebido imenso porque não faço a menor ideia de como cheguei ao quarto.
Será que estou no meu quarto?
Abro os olhos devagar e consegui reconhecer a minha mala junto da porta da casa de banho.
Que alivio!
Evito mexer-me para não intensificar a dor, mas os líquidos que ingeri ontem têm de sair por algum lado. Levanto-me muito debagar e caminho em direção à casa de banho.
Lavo as mãos enquanto me olho no espelho. Estou num estado lastimável, mas estou sem maquilhagem.
Parece que mesmo estando extremamente bêbeda consegui retirar a maquilhagem do meu rosto.
Seco as mãos na toalha e vou lentamente para a cama.
Olho para a cama e o meu coração para.
Não acredito que isto me está a acontecer outra vez.
O Daniel está deitado na minha cama a dormir profundamente.
Não acredito que ele se aproveitou de mim quando estava bêbeda.
Olho à minha volta e tento perceber o que fazer.
Agarro no comando e atiro na sua direção. Acertei-lhe no peito despido e ele nem se mexe.
Que grande merda!
Percebo que estou de lingerie e agarro numa t-shirt e nuns calções que estão dentro da minha mala e visto-me.
A lingerie que tenho vestida é diferente da que levei ontem para a festa, será que aconteceu alguma coisa ontem?
A raiva sobe-me pelo peito e agarro num dos meus chinelos e volto a atirar na sua direção.
Acertei-lhe no rosto e ele levanta-se com rapidez.
- Eei! O que é que estás a fazer? – ele senta-se na cama e olha para mim com os olhos bastante cansados.
- Isso pergunto eu. Que merda é que pensas que estás a fazer? – abano a minha mão na sua direção.
- Ficas linda quando estás na defensiva – ele diz com um sorriso no rosto.
- Vai te fuder Ricciardo – agarro no outro chinelo e volto a atirar na sua direção.
- Podes parar com isto? – ele levanta-se da cama apanha os dois chinelos do chão e começa a caminhar na minha direção.
- Esses calções são meus? – olho para a sua cintura e tem um dos meus calções de algodão vestidos.
- São! Não achas que ficam ótimos? – ele diz que em tom de brincadeira enquanto me estende a mão para me entregar os chinelos.
- Só não entendo é porque é que os tens vestidos, ou por que caralho eu estou com uma roupa diferente da que eu tinha ontem à noite – grito-lhe frustrada – podes explicar?
- Se parares de gritar, eu explico – volto a atirar-lhe com o chinelo.
- Então explica!
- Ontem, na festa, um otário tentou beijar-te.
- E tu és o salvador da pátria e impediste isso? – interrompo-o já sem paciência.
- Deixa-me explicar – ele diz frustrado enquanto se aproxima de mim - tu não quiseste que ele te beijasse, afastaste-o. Eu estava a observar-te.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O meu mundo de Formula 1 - Livro II
RomanceEla tinha confiado nele. Confiava nele para lhe entregar o seu próprio coração. Mas ele não foi capaz de o segurar. E isso mudara Valentina. A portuguesa lutava agora com uma decisão que iria mudar a sua vida por completo. Ela queria entrar nesta...