7 - A mulher da F1

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Sinto os primeiros raios de sol a bater no meu rosto, mexo-me na cama para tentar fugir à luz.

A cada milímetro que o meu corpo se movimenta a dor de cabeça torna-se mais intensa.

Nunca mais vou beber.

A típica promessa de quem está de ressaca.

Ontem devo ter bebido imenso porque não faço a menor ideia de como cheguei ao quarto.

Será que estou no meu quarto?

Abro os olhos devagar e consegui reconhecer a minha mala junto da porta da casa de banho.

Que alivio!

Evito mexer-me para não intensificar a dor, mas os líquidos que ingeri ontem têm de sair por algum lado. Levanto-me muito debagar e caminho em direção à casa de banho.

Lavo as mãos enquanto me olho no espelho. Estou num estado lastimável, mas estou sem maquilhagem.

Parece que mesmo estando extremamente bêbeda consegui retirar a maquilhagem do meu rosto.

Seco as mãos na toalha e vou lentamente para a cama.

Olho para a cama e o meu coração para.

Não acredito que isto me está a acontecer outra vez.

O Daniel está deitado na minha cama a dormir profundamente.

Não acredito que ele se aproveitou de mim quando estava bêbeda.

Olho à minha volta e tento perceber o que fazer.

Agarro no comando e atiro na sua direção. Acertei-lhe no peito despido e ele nem se mexe.

Que grande merda!

Percebo que estou de lingerie e agarro numa t-shirt e nuns calções que estão dentro da minha mala e visto-me.

A lingerie que tenho vestida é diferente da que levei ontem para a festa, será que aconteceu alguma coisa ontem?

A raiva sobe-me pelo peito e agarro num dos meus chinelos e volto a atirar na sua direção.

Acertei-lhe no rosto e ele levanta-se com rapidez.

- Eei! O que é que estás a fazer? – ele senta-se na cama e olha para mim com os olhos bastante cansados.

- Isso pergunto eu. Que merda é que pensas que estás a fazer? – abano a minha mão na sua direção.

- Ficas linda quando estás na defensiva – ele diz com um sorriso no rosto.

- Vai te fuder Ricciardo – agarro no outro chinelo e volto a atirar na sua direção.

- Podes parar com isto? – ele levanta-se da cama apanha os dois chinelos do chão e começa a caminhar na minha direção.

- Esses calções são meus? – olho para a sua cintura e tem um dos meus calções de algodão vestidos.

- São! Não achas que ficam ótimos? – ele diz que em tom de brincadeira enquanto me estende a mão para me entregar os chinelos.

- Só não entendo é porque é que os tens vestidos, ou por que caralho eu estou com uma roupa diferente da que eu tinha ontem à noite – grito-lhe frustrada – podes explicar?

- Se parares de gritar, eu explico – volto a atirar-lhe com o chinelo.

- Então explica!

- Ontem, na festa, um otário tentou beijar-te.

- E tu és o salvador da pátria e impediste isso? – interrompo-o já sem paciência.

- Deixa-me explicar – ele diz frustrado enquanto se aproxima de mim - tu não quiseste que ele te beijasse, afastaste-o. Eu estava a observar-te.

O meu mundo de Formula 1 - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora