; ✰ | 04. visit

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⭒ 🌷 ˖⁺╭╯𓏭 CAPÍTULO 𝐐𝐔𝐀𝐓𝐑𝐎: visita

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⭒ 🌷 ˖⁺╭╯𓏭 CAPÍTULO 𝐐𝐔𝐀𝐓𝐑𝐎: visita









Ressaca era o que fazia minha cabeça latejar parecendo que iria explodir a qualquer momento. Fazia tempos que eu não ia para festas e bebia tanto daquele jeito. O que mais me preocupava era: Precisava estudar. Mas com aquela dor de cabeça era humanamente impossível. Minha vontade de ficar deitada o dia inteiro estava sendo interrompida por Baisel, que miava e subia em cima das minhas costas numa tentativa de chamar minha atenção.

O felino era carente por atenção, e as vezes implorava para um simples gesto. Nós dormíamos juntos, afinal, a cama era gigante. Várias noites Baisel se juntava a mim no meu travesseiro, apenas para sentir-se mais perto de mim. Ter um gato carente era fofo.

Joguei as cobertas brancas para o lado oposto da cama e me certifiquei em me acostumar com a luminosidade do local antes de me levantar. Agradeci mentalmente por ter sido consciente e ter tomado pelo menos um banho antes de voltar da festa, meu pijama de unicórnio fazia parte de mim, parecia uma segunda pele.

Observei a vista da cidade através da janela enorme do meu quarto, preferi não colocar cortinas para conseguir ver o amanhecer e o entardecer sem interrupções. O sol se fazia presente pela primeira vez naquela semana, deixando o cômodo mais aquecido do frio.

Fiz carinho em Baisel e o chamei para a cozinha, atravessando o corredor e passando pela sala. O potinho preto onde a ração era posta estava completamente vazio, ele havia comido tudo que coloquei antes de sair na noite de ontem.

Não demorei para colocar sua comida e trocar a água que já estava quente, e ele odiava a água quente. Conferi minha cozinha para ver se não tinha nada a ser arrumado ou feito. Consegui olhar a hora pelo relógio pendurado mesmo sem meus óculos, era marcado "10:31" Hora perfeita para um café.

Peguei minha xícara favorita de omori e fiz o melhor café que poderia fazer. Não querendo me gabar, mas minha especialidade era acertar bem no ponto do café. Convenhamos, café estava entre as 7 maravilhas do mundo.

Com meu cafezinho em mãos, fui em direção ao meu sofá. Coloquei minha xícara na mesinha de centro e joguei minhas pernas para cima do estofado. Liguei a tv, indo diretamente para uma série aleatória recomendada pela própria Netflix.

A série não parecia ser tão interessante assim, porém, era o que tínhamos para hoje. Nem mesmo Baisel que gostava de se esparramar no meu colo e ver a mesma coisa que eu, estava gostando. Meu celular parecia uma distração melhor.

Tudo parecia relativamente normal, nada de importante havia ocorrido nessas últimas horas, e eu agradecia por isso. A única coisa diferente foi um grupo de rolês criado por Gabi. Era simplesmente um grupo chamado: "web surubão" Não me pergunte o motivo do nome ser esse, nem eu mesma sabia.

Levei um grande susto ao ouvir minha campainha tocar tão alto que poderia explodir meus tímpanos. Brincadeira, mas quase isso.

Fiquei com dó de tirar o animal de cima das minhas coxas, então o levei nos braços até a porta de entrada do meu apartamento. A campainha não tocou novamente, mas mesmo assim decidi abrir a porta em puta curiosidade.

Abri uma pequena fresta, e em si me surpreendi com quem vi. O que Goularte fazia na minha porta as 10 da manhã? Ele tinha sua cabeça baixa em quanto digitava algo em seu celular, tanto que só percebeu a porta aberta após alguns segundos. Seus olhos azuis encararam os meus, ele tinha um sorriso nos lábios.

— Bom dia, Camis. — Ele começou. — Não sei se você lembra, mas voltamos de uber juntos, e você deixou sua jaqueta no carro.

Eu sorri, obviamente não lembrava, estava muito bêbada para lembrar de tal ato. Minha jaqueta jeans continuava a mesma, mas Gabriel teve o cuidado de dobra-la direitinho. Agradeci e peguei a peça. Ele olhou para Baisel em meu colo, e ficou encantado pelo mesmo... Quem não ficaria, né, estamos falando do Baisel.

— Quer entrar? — Ofereci, deixando um espaço para que o mesmo entrasse no meu apartamento. — Está um pouco bagunçado, não esperava visitas.

— Está tudo bem, esqueci de avisar que vinha. Carol disse que você acordava cedo... Então... — Explicou ele, passando por mim. — Curti o pijama.

Cacete. Eu havia esquecido. Puta merda, Camille, você é ridícula.

— Que vergonha. — Murmurei. — Que estúpida, mil desculpas.

— Não se preocupe, fica fofo.

Desde quando Gabriel Goularte o streamer que eu acompanhava a mais de 2 anos vinha até meu apartamento e elogiava meu pijama de unicórnio mais velho que eu mesma se duvidar? Tudo ainda era muito esquisito, e não estava acostumada a ser amiga daqueles que eu costumava a ver pela tela do monitor.

Ele observou minha estante de livros localizada ao lado da televisão, Gou leu o título de todos eles. Meus livros eram algo sagrado, tomava mais cuidado do que tomava cuidado comigo mesma.

— Você gosta mesmo de ler, que interessante. Nunca tive vontade de ler. — Gabriel disse, e se virou para me olhar com as mãos no bolso da calça. — Mas queria começar, sabe? Estou tentando mudar alguns hábitos.

— Se você se interessar por algum título, fique a vontade para pegar. — Ofereci e sorri em seguida, sentando no sofá. — Todos eu já li, e acho importante passar nossas leituras para outras pessoas. É bom incentivar a leitura.

— Algum que você indica?

— Muitos!

Baisel se levantou do meu colo após eu fazer o mesmo. Segui em direção a grande estante e parei ao lado do homem. Cruzei meus braços e procurei com os olhos o livro que procurava. Cheguei no que queria e puxei da estante um livro com título: "É assim que acaba".

— Os livros da Colleen são bem bons. — O entreguei o livro e suspirei. — É um dos meus favoritos.

— É sobre o que?

— Romance. Olhe a orelha do livro, tem a sinopse. — Mostrei para ele onde ficava, parecia realmente que Gou nunca havia tocado num livro antes.

— Obrigado pela indicação, parece ser bom.

Ouvimos alguns miados vindo de não tão longe dali, Baisel estava virado para Gabriel, estando jogado no final do tapete da sala com a barriguinha pra cima. Ele queria carinho.

Goularte sorriu abertamente e foi em direção ao felino, que miou e olhou para o loiro de olhos azuis. O gatinho nem o conhecia, mas só por ter recebido carinho, sabia que aquele humano era legal, e eu estava de prova.

Eu sabia que Gou tinha um gatinho, não era atoa que o acompanhava no instagram e Twitter. Mewo era a coisinha mais preciosa de todo o mundo, e achei engraçado e uma coincidência legal nossos gatos terem referência de Omori. Nós gostávamos das mesmas coisas, talvez seja por isso que eu gostava tanto dele.

Estando parada e olhando para aquela cena paralisada, não pude deixar de tirar uma foto rápida com meu celular que estava em cima da mesinha de centro. Meu maior hobby era tirar fotografias em momentos legais.

𝐌𝐈𝐃𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓 𝐑𝐀𝐈𝐍; 𝗴. 𝗚𝗼𝘂𝗹𝗮𝗿𝘁𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora