only friend i need || joseph quinn

cap 46 - pride's gonna be the death of you and me

Desde a polêmica thread do twitter, Mera e Joe só haviam trocado mensagens essenciais sobre o assunto, concordando que a criadora e stalker, provavelmente, era Daisy. Mera desligou a garota da moderação do chat de suas lives, que lamentou e reclamou, revoltada, sem entender o motivo daquilo. Mera não a acusou, pois não tinha como provar, embora não tenha voltado atrás nem por um segundo.

Em poucos dias, voltou a gravar. Ela não se pronunciou perante os rumores, mas a primeira ação após a repercussão dizia muito sobre o assunto. Mera gargalhou quando viu algumas fãs de Joseph perguntando-a aleatoriamente, em seu direct, se ele era como Shades of Cool, da Lana del Rey – e isso era culpa de uma trend. Como resposta, o primeiro cover que Mera gravou e publicou após meses, e após a exposição, foi Norman Fucking Rockwell.

"Goddamn, man-child, you fucked me so good that I almost said 'I love you'. You're fun and you're wild, but you don't know the half of the shit that you put me through (...); why wait for the best when I could have you?", e isso trouxe respostas e muitas piadas internas para a base de fãs.

Mera tinha acabado de organizar a bagunça rotineira da casa, e o relógio marcava cerca de onze horas, quando sua campainha tocou. Ela não estava esperando visitas, e foi atender à porta, confusa. Mera só precisou levantar o olhar para ver a Sra. Quinn limpando alguma poeira nos ombros de seu casaco e virando o rosto sorridente para Mera.

Ela franziu o cenho e sorriu, sem entender o motivo da visita, mas feliz.

– Kim! – A Sra. Quinn abriu os braços e envolveu Mera no calor maternal de seu abraço. Mera a apertou e encostou o rosto em seu casaco fofinho, sentindo o prazer de um abraço de "mãe". Ela sentia falta daquilo.

– Oi, Sra. Quinn. A que devo a maravilhosa visita? – Mera questiona após sair do abraço e puxar o corpo para o lado, a fim de que a mais velha entre e conheça seu lar. – Achei que estivesse ocupada com o curso.

A Sra. Quinn estava fazendo um curso rápido de tricô, se profissionalizando naquilo que ela despendia horas de seus dias fazendo. A mais velha nega com a cabeça, sorrindo:

– Não, não. Hoje estava livre, fiquei sozinha em casa e pensei em vir te visitar. – Ela dá de ombros, tocando o braço de Mera em um afago. – Você está livre hoje?

– Totalmente. – Mera dá de ombros, sorrindo.

– Ótimo! Vai pagar o almoço da sua querida tia. – A Sra. Quinn brinca, sequer fazendo menção a entrar na casa, por enquanto.

Mera entreabre a boca, brincando. – Por mim, perfeito! – E ri. – Aliás, "tia" não, por favor. Eu já beijei o seu filho. – Mera faz uma cara de nojo.

A Sra. Quinn gargalha. – Tenho certeza de que fizeram muito mais do que beijar.

– Sra. Quinn! – Mera a repreende, chocada. Enquanto a mais velha gargalha, Mera balança a cabeça e diz: – Eu vou só pegar o meu sobretudo para que possamos ir. Venha, entre e conheça a casa.

A Sra. Quinn a acompanhou até a sala de estar e ficou passeando pelos cômodos enquanto Mera vasculhava seu closet em busca do longo sobretudo preto.

– Tem um restaurante italiano aqui perto que é ótimo. – Mera comenta ao passar pela porta do quarto, enfiando os braços no casaco. A família Quinn adora comida italiana. Ela diminui os passos ao ver a Sra. Quinn sorrindo largo. – O que foi?

– Nada, apenas estava com saudades.

Mera sorriu, com o coração aquecido.

A Sra. Quinn e Mera não pararam de conversar nem por um instante, colocando todos os assuntos atrasados em dia. No restaurante, almoçaram e dividiram um pedaço de torta de morango. Mera a levou até o centro do Norte de Londres, por onde a Sra. Quinn havia passado poucas vezes. Caminharam pela saída da estação de Kings Cross, o longo túnel de pedestres com paredes artísticas repletas de obras de arte, passaram um tempo em uma cafeteria para experimentar novas misturas de café, e deram uma volta na Granary Square. Quando começaram a voltar para o carro, já estava escurecendo e os pés de ambas estavam doendo.