cap 47 - i want 'em back

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Não demorou muito para que todos fossem embora da festinha improvisada na casa de Mera, e Lizzy ficou até tarde da noite para ajudá-la a organizar a bagunça que ficou.

No dia seguinte, Mera acordou cedo para receber sua mãe para o café da manhã. Ajeitou a mesa e tomou banho, e assim que estava saindo do banheiro, com uma toalha presa na cabeça e um roupão amarrado ao corpo, a campainha tocou. Ela sabia que era a Sra. Jones, então, naturalmente, foi atender; mas o que viu quase a fez desmaiar de susto.

É claro que não era a Sra. Jones, e sim Joseph Quinn.

– Parece que você viu uma assombração. – Joe ri, passando a mão na barba.

Mera pisca os olhos com velocidade, para se certificar de que não é uma miragem. O carro dele está estacionado em frente à garagem, o molho de chaves pendurado em seu dedo indicador, está usando uma camiseta branca e uma calça jeans clara. A luz do início do dia bate contra o seu rosto, deixando-o todo mais claro – os cabelos do rosto e da cabeça, o sorriso, os olhos. Ela engole em seco, calculando toda a cena rapidamente na cabeça e apertando a mão na maçaneta e no roupão.

– É quase. – Ela sibila e balança a cabeça, confusa. – Você não tinha ido embora de Londres ontem mesmo?

Joe dá de ombros, apoiando a mão na parede ao lado da porta de entrada.

– É, eu deveria ter ido. Mas seria o homem mais idiota do mundo se virasse as costas para você e fosse embora de novo, sem dizer tudo o que eu quero dizer. Passei a noite na casa de Arthur. – Joe engole em seco. – Não quero novos problemas.

Mera permanece parada na mesma posição de quando abriu a porta. Passou a noite pensando nele dentro de um avião indo embora, sem que ela tivesse aproveitado a chance de falar direito. Se sentiu fútil por ter ficado irritada por coisas bobas e por ter deixado o ciúme falar mais alto. Agora ele estava bem aqui, em sua porta.

Joseph observa o rosto limpo dela, os cabelos presos na toalha e seu corpo inteiro coberto apenas por um dispensável pedaço de pano. Ele pigarreia e coça a nuca, a fim de tirá-la do choque e de se desfazer dos próprios pensamentos impuros.

Mera gagueja, saindo do transe:

– Onde está a minha mãe? Prendeu-a no porta-malas do seu carro?

Joe ri, negando com a cabeça. – Ela já voltou para Bruxelas. Mentiu quando disse que tinha ficado em um hotel.

Mera fecha os olhos. Por que, de repente, todos decidiram me enganar para auxiliar Joseph?

Ela respira fundo, abre os olhos e também um sorriso sem mostrar os dentes.

– Venha, então, Joseph. Entre. – Dá um passo para trás, abrindo espaço para sua passagem, um pouco de mau gosto.

Estava esperando um café da manhã regado a novidades, carinho e desabafo, ao lado da Sra. Jones. Em vez disso, Joe vai entrando e tirando o casaco, como de costume, pendurando no mancebo.

Mera se vira de costas para a porta e fecha. Enquanto a porta estava aberta, não parecia tão íntimo quanto agora que estão trancados naquela casa grande, sozinhos.

– Obrigado. – Joe murmura, desabotoando os dois primeiros botões da camisa e deixando suas duas finas correntes de prata à vista.

Mera franze o cenho. – Pelo quê?

– Por aceitar conversar comigo agora. – Ele dá de ombros e levanta um pouco o queixo, olhando para ela por baixo dos cílios com uma expressão séria.

– Você anda agradecendo demais. – Ela balança a cabeça e começa a caminhar para longe da porta de entrada.

– Eu preciso. Não merecia nada disso.

only friend i need || joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora