Minha cabeça parece que cairá do meu pescoço, acho que essa frase define bem a intensidade da ressaca que eu estou. Estou deitada na cama da Mirella, que não parece estar em lugar nenhum por aqui. Claro que além da cabeça meu pé está inchado e dolorido, afinal, desgraçada pouca é bobagem.
Cada toque do despertador, parece ferir meu cérebro diretamente. Como pude ficar tão bêbada em um dia de semana? Como vou para aula? São as perguntas que eu me faço.
Eu me arrasto para fora da cama, tomo um banho, coloco a primeira roupa que vejo, tomo um comprimido para dor e saio do dormitório rumo ao refeitório. Afinal, o que mais eu poderia fazer?
Cada passo que dou parece ser um baque em minha cabeça, um passo, uma martelada. Cada barulho, cada voz, parece 5 vezes mais alta, eu tenho minhas dúvidas se vou sobreviver a este dia.
Chego ao refeitório, e pelo que posso ver metade dos jovens aqui tem a mesma cara que eu de que morreram sendo esquecidos de ser enterrados.
Vou até a lanchonete, pego um suco de laranja e fico ali decidindo algo para comer quando ouço a voz atrás de mim.
— Você devia comer algo doce. Sempre me ajuda quando tô de ressaca. — Fala Mirella.
— Onde você tava?
— No quarto com o Adam, eu falei para você. — Diz ela enquanto coloca um chocolate em minha bandeja. — Você não se lembra?
— Não me lembro de muita coisa sobre ontem.
— O que você lembra exatamente?
— Bebida, bebida, bebida, banheiro, mãos, eu no quarto.
— Pera, volta, mãos? Que mãos? De quem? E dobre o quarto? Nosso quarto?
Me diz que você não transou na minha cama.— Meu Deus, não, eu na cama, sozinha, Mirella, sozinha. Quanto as mãos eu não sei, acho que alguém me ajudou ontem, meu pé está doendo muito, acho que torci. Alguém deve ter me ajudado.
— Achei serem mãos fortes e masculinas passeando pelo seu corpo.
— Não! Eu, diferente de você, não fiquei com ninguém ontem. Tenho certeza que eu me lembraria se fosse o caso.
— Diferente de você, eu prefiro não ficar perdendo tempo, sabe. E por falar em perder tempo, olha quem está ali, você devia ir falar com ele, pessoalmente. Pelo menos uma vez na vida. — Fala Mirella apontando para Collin.
— Eu não perco tempo, só sou cuidadosa, mas quanto ao Collin, você tem razão, eu devia ir falar com ele. E farei exatamente isso, até mais tarde. — Digo e vou em direção ao Collin.
Mas é claro que antes de ir dou uma olhada ao redor, Mirella está indo em direção à mesa onde Tracy, um rapaz e uma moça esperam por ela. A mesa dos populares está no mesmo esquema do outro dia, loira 3 segue tentando chamar a atenção do namorado, que olha intensamente na minha direção, e eu o ignoro completamente, não preciso de mais problemas na minha vida nesse momento. Meu pé doendo como o inferno e minha ressaca sinistra são o suficiente.
— Oi! — Digo quando chego perto de Collin ou Conan? Eu nunca sei como chamar ele mais. — Posso sentar aqui?— Quê? Ah, claro, pode sim. — Diz ele e dá um sorriso tímido.
— Você não foi na festa ontem. — Eu digo, enquanto me sento, sem fazer rodeios.
— Eu nem sabia que tinha uma festa, não sou muito popular por aqui.
— Procurei por você, Conan. — Digo e tenho certeza que minha voz soa desapontada.
— Sinto muito ter te decepcionado Aurora. — Diz ele e desvia o olhar rapidamente de mim quando o pego olhando na minha direção.
— Você pode me compensar, me levando para tomar um café, qualquer dia desses.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A um e-mail de distância
RomanceAurora é uma garota inglesa comum, com uma família comum, amigos comuns e até um ex-namorado babaca comum, quando embarca em uma nova vida ao se mudar para Nova York para cursar a faculdade dos seus sonhos. Assim que pousa na cidade que nunca dorme...