𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, 𝖗𝖎𝖈𝖍𝖆𝖗𝖑𝖎𝖘𝖔𝖓

Mɪɴʜᴀ ᴛᴏʀᴄᴇᴅᴏʀᴀ

De longe era visível o quanto eu estava nervosa, afinal quem não ficaria...

Era época de copa do mundo e como uma boa patriota lá estava eu, torcendo da bancada do estádio pelo meu namorado que era atacante da seleção brasileira, Richarlison.

Já havia passado 10 minutos do segundo tempo e o placar do jogo prosseguia intacto, de fato a Sérvia era um time a altura para esta partida, mas nada que os nossos meninos não consigam resolver.

Quase não notei quando o Brasil tomara posse da bola, a não ser pela plateia que esbravejava louca ao ver Vinícios Júnior tomar a frente do campo, fiquei tensa ao imaginar possíveis objeções de contra golpe, o coração acelerado mas que o normal fazia meu sistema nervoso inteiro se destabilizar, suava frio com tamanha pressão que se estendia no ar, e tudo isso só se descontrolou quando ele veio.

As pessoas ao meu redor se moviam descontroladamente, meu cérebro já não processava o que havia acontecido tão repentino, um gol, era esse o motivo de tamanha comemoração, o Brasil havia marcado uma bolada em cima da Sérvia, e minha alegria só aumentou quando vi que era dele...

Foi Richarlison quem havia marcado, meu amor

Não lembro o momento em que comecei a vibrar também, só sei que a essa altura eu com certeza era a que mais pulava ali, podendo ouvir até mesmo a minha própria voz ecoando pelo local extenso, a mulher de Raphinha o camisa número onze do time gritava ao meu lado, éramos amigas antes mesmo de eu namorar o Andrade, nos conhecemos nos bastidores de um dos amistosos no meio do ano passado, eu participava da equipe médica que acompanhava a seleção, tratei do mesmo após uma leve fratura em seu calcanhar direito, Natália entrou em contato comigo depois do ocorrido, já que ele precisava estar em observação para uma boa recuperação, viramos boas amigas desde então.

De longe pude perceber que o camisa nove procurava alguém em meio a multidão, me procurava.

De imediato eu desço as arquibancadas, sem me importar com as reclamações ou em estar sendo empurrada, na medida em que eu corria minha respiração parecia não trabalhar corretamente, me causando leves arrepios e sinais pelo meu corpo que percorriam até o ponto mais fraco.

Assim que alcancei o pé da arquibancada nossos olhares se encontram, um turbilhão de emoções invadem meu interior causando pequenas explosões singulares, ele me encarava com intensidade, um sorriso unilateral se alarga em seu rosto, sua expressão intrínseca de felicidade quase estava estampado se não fosse pelo momento conjugado.

Ele me lança um beijo no ar clamando logo em seguida um "foi pra você meu amor"

Não me contive e exclamei um "eu te amo" com uma enorme leveza em meu tom, ele apenas desenha um coração no ar com ambas as mãos e volta para o campo.

— Você é meio louquinha as vezes amiga.- disse Natália se pondo ao meu lado.

— Você ainda não viu nada Taia.- pigarreei olhando para o homem encantada.

— Realmente fazemos loucuras quando amamos alguém, e você é a prova bem viva disso.- completou rindo.

— Até parece que você nunca fez algo do tipo pelo Raphael.- rolei os olhos.

— Pelo menos não em público.

Não continuamos o assunto até porque a partida já se iniciava novamente, aquele gol realmente serviu para deixar a galera animada, mais ainda com uma pulga atrás da orelha sobre um possível empate.

Mais parece que um único gol não era a intenção do homem aquele dia, ele queria mais.

Foi pensando assim que o placar afirmou o segundo gol da noite, e como se não bastasse, era dele, Richarlison, o pombo.