Tᴀʟᴠᴇᴢ ᴅᴇ̂ ᴄᴇʀᴛᴏ ᴘᴀʀᴛ/2

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— Isso é impossível!- espalmei a mesa em minha frente com ambas as mãos.

— Calma gatinha.

— Calma?- declarei — Você quer que eu aprenda essa língua extraterrestre em algumas horas, e você me pede calma!- extravasei tão altamente que pude jurar só ter eu ali — Será que você nunca ouviu que não se pode pedir para uma mulher se acalmar?- ele negou — É claro que não pode Richarlison, em hipótese alguma!- exclamei cobrindo meu rosto com as mãos — Principalmente se ela for burra- murmurei me arrastando da cadeira exausta.

Já era a segunda semana consecutiva desde que o jogador me fizera a proposta de ensinar-me a ler, até agora tenho me esforçado bastante para aprender e levar isso a sério, sempre que pudia Richarlison tirava de seu tempo livre para tratar desta questão, talvez para ele não importasse muita coisa, mas para mim, valia muito mais do que ele imaginava.

— Para com isso.- sussurrou — Você não é burra.- disse deixando um sorriso envergonhado escapar.

— Até parece.- resmunguei — 'Cê só 'tá dizendo isso pra' que eu não desista.- o olhei — E sabe de uma coisa?- levantei — Isso de você querer me ajudar de repente não passa de uma farsa, eu tenho certeza que é só mais um plano seu pra' me zoar.- como eu não tinha pensado nisso antes?

É óbvio que ele havia me proposto essa ideia para se aproveitar.

— Você têm noção do que acabou de falar?- berrou— Não né.

A essa altura lágrimas passeavam do interior de minhas lumes para o contorno de meu rosto, imaginar que ele poderia ter feito isso provocou uma enorme turbulência em meus pensamentos, eu fui boba demais em acreditar na palavra de alguém que não é capaz de enxergar o que sinto, amar nunca me causara tanto problema, talvez até, porque eu nunca havia amado.

 Eu nunca faria isso com você.

— Tem certeza?

Ele nada disse.

— Pois bem, vamos apenas esquecer que isso aconteceu e que tudo não passou de um surto coletivo.- falei enquanto colhia os materiais da mesa— Certo?

— Não.

— Oi?- como assim "não", ele me usa pra' mais uma de suas brincadeiras estúpidas e ainda se acha no direito de opinar algo, idiota.

— Eu não posso deixar você pensar que foi um vacilo meu...- me olhou— Porque não foi.

— E como você me garante que tudo não passou de uma piada?

— Porque eu nunca faria isso, não com você.- seu verso me engabelou como inúmeros peões em ação, onde ele queria chegar com isso afinal — Confesso que eu sou muito idiota com você as vezes e que nossa relação não passa de joguinhos e respostas ofensivas, mas quando me veio a cabeça da tua' incapacidade de leitura, eu não consegui raciocinar absolutamente nada.- com cautela ele retirava os objetos que segurava e os pusera de volta a mesa— Eu só quero te ajudar pequena, só isso.- tocou meu rosto com uma das mãos, limpando as gotículas salgadas que desciam despercebidas— E talvez de alguma forma conquistar sua confiança em mim, me perdoa gatinha na moral, não foi a intenção te deixar assim.

Ali naquele local, naquela posição, sobre aquela situação nada fazia sentido, assim como também fazia.

Depois do que me foi dito não tive outra reação se não avançar em seus braços, o pressionei tão fortemente a mim como se fosse perdê-lo,fugir.

— Não Richarlison, sou eu quem deve pedir perdão.- instiguei com um leve embargo na voz.

— É mesmo.- dei um fraco tapa em seu braço que me envolvia— Tá' tudo bem, contando que você aceite as minhas desculpas.

— Então você me perdoa?

— Quem perdoa é Deus eu somente desculpo.- disse dando risada de sua própria fala.

— Palhaço.- resmunguei sendo levada para algum cômodo da casa pelo mesmo— O que cê' tá' fazendo?

— Não sei você mais eu tô' afim de um cochilo.

— Sim, idaí?

Idaí que você vem comigo.- foi questão de segundos para deitarmos em cima do sofá-cama que tinha na sala, dessa forma cuidadosamente ele me acomodava sobre si em uma posição confortável.

— E por que você não dorme sozinho?- disse levantando a cabeça para olhá-lo.

— Porque é mais gostoso com você em cima de mim.

— Estranho.

— Ah cala a boca pixana, se você realmente não quer dormir comigo é só sair.- sorriu.

— Babaca.- rolei os olhos enquanto deitava sobre seu peitoral exposto, e que peitoral hein...

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, 𝖗𝖎𝖈𝖍𝖆𝖗𝖑𝖎𝖘𝖔𝖓Onde histórias criam vida. Descubra agora