Eᴜ ᴛᴇ ᴀᴍᴏ

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POV' LEITORA

Naquele ambiente deplorável nada me vinha em mente.

Meu corpo pesava sobre os escombros do que restava de uma mesa, minha cabeça lutava para se manter  consciente durante o tempo que ainda me restava, que tempo?

Eu não tinha mais nada a perder.

Nada.

Sozinha em meio aquela multidão eu permanecia camuflada, bom, pelo menos era o que achava...

— Você enlouqueceu [nome]?

Era ele, a pessoa que eu menos queria encarar no momento.

Richarlison

— Como me achou?- indago normalmente ignorando sua frase antecessora.

— Isso não importa.- sinto ser observada pelo maior, ele parecia sério, irado.

Apenas faço descaso de sua aparição repentina, seguindo com o rosto virado a sua direção contrária viro mais um copo de cerveja, o oitavo copo.

O líquido atravessava minha garganta como um tipo de ácido irreversível, era horrível, mas com certeza, era o que eu precisava.

— Mais um.- peço ao barman que atendia a mesa detrás da que estávamos.

— 'Tá maluca?- declara sentando ao meu lado.

— Não.

— Você não vai beber.- diz retirando o copo de minhas mãos— Deu por hoje.

— Para de ser chato.- bufo socando a mesa, frustrada.

— O que 'cê tava pensando quando veio 'pra esse lugar?

— Nada, por isso vim.

— As vezes eu não te entendo sabia.- revira os olhos indiferente.

— Nem eu.

Tonta, era como eu me encontrava naquele momento, o álcool já havia consumido boa parte de minha mente, muita.

Eu já estava ali a um bom tempo, a verdade era que eu não conseguia lidar com meus problemas estando sóbria, e na primeira chance que tenho de "livrá-los" da minha vida por ao menos um segundo, eu bebo.

Não me recordo certamente da última vez que havia ingerido uma bebida alcoólica, mas vagamente algumas lembranças invadem meus pensamentos, lembranças inesquecíveis.

Memoráveis.

— O que te aconteceu mulher, me responde.- insistiu pondo sua mão sobre a minha.

— Não te devo satisfação de nada Richarlison.- me desfaço do contato retirando-a de minha pele— Vai embora.

— Eu não vou sair daqui, não até me dizer o que houve.

— Então ficaremos até amanhã.- digo na tentativa de fazer-lo desistir, mas eu sabia que não conseguiria, não, eu tinha certeza.

O homem não era de desistir fácil, seu orgulho e comprometimento com suas próprias palavras eram relevantes, mas não tanto quanto comparados com os da mulher, ela era mais, muito mais.

— Como quiser, mas daqui eu não saio até receber uma explicação.- finalizou me olhando com ternura, eu sabia que ele blefava, afinal, ele também tinha algo a seu favor, éramos parecidos, uma questão entre nós nos mantinha a mercê do destino, uma questão hipócrita de minha parte se fosse julgá-la, acontece, que eu também blefava.

- finalizou me olhando com ternura, eu sabia que ele blefava, afinal, ele também tinha algo a seu favor, éramos parecidos, uma questão entre nós nos mantinha a mercê do destino, uma questão hipócrita de minha parte se fosse julgá-la, acontece, que...

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— A quanto tempo 'cê anda me traindo?- e pela primeira vez na noite, o encaro.

Ele pareceu em choque ao formular a frase que havia dito, me fitava completamente abismado, pálido.

— O que te faz pensar isso?- instiga ainda sem reação, desacreditado.

— Não minta 'pra mim Richarlison, eu ouvi.- uma lágrima circulou minhas lumes, e despercebida, embarcou na imensidão de meu rosto, só.

— Ouviu o que exatamente?

— "Isso mesmo, quero ela só no jeito 'pra amanhã a noite, naquele pique que o pai gosta."- imitei a voz do homem sibilando a maneira a qual havia dito horas antes de eu vir parar aqui, nessa espelunca.

A verdade era que eu havia escutado uma conversa do mesmo no telefone, nela ele citava de como as queria,  covarde.

Isso não é a única coisa, já faz algumas semanas que ele anda estranho, quase não nos falamos direito, eu entendo que sua profissão não é a mais comunicável existente, mas sei que não é tão explorativa quanto ele está fazendo parecer.

Ele anda distante ultimamente, muito distante.

E como se não bastasse, ele sorriu.

Eu esperava tudo dele, tudo do homem que me traiu, do homem que vinha tirando minhas noites de sono, que pela primeira vez, não era positivamente.

— 'Tá rindo do que seu imbecil!- me altero partindo para cima do jogador que rapidamente me segura pelos braços me pondo em seu colo.

— Princesa.

— Não me chama assim!- tentei me soltar de seu aperto de imediato, mas não consegui.

Ele era evidentemente mais forte que eu, não tinha chances de confrontá-lo ali, tudo que consegui foi aproximar mais ainda nossos corpos, juntos, que perigo.

Um perigo gostoso.

— Eu não te traí meu amor.- acaricia minhas costas com a ponta de seus dedos calmamente.

— E eu sou o Silvio Santos.- rolei os olhos— Como explica as ligações que faz diariamente?- encarei seus olhos, penetrantes olhos— E o por que anda tão distante desde que voltamos de viagem, nem me tocar você toca mais...- lagrimei novamente— Eu sou sua namorada caramba!- e novamente, ele riu.

— Se duvida do amor que eu sinto por você tudo bem, mas nunca, nunca repita a palavra traição de novo, eu jamais te trairia, você é a mulher da minha vida, pra minha vida, a mãe que eu quero 'pros meus pombinhos, a calmaria que eu sempre busquei, se eu te perder por um mal entendido eu não sei o que faria meu bem, então por favor, acredite em mim, eu te amo.- ele falava calmo, era convicto das palavras que transmitia, eu sabia disso

— Eu 'tava te esperando em casa 'pra fazer isso, mas nem tudo acontece como desejado então...- apontou uma aliança de ouro puro com uma pedrinha centrada no topo, era linda— Casa comigo, meu amor.

— Eu...

                    

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, 𝖗𝖎𝖈𝖍𝖆𝖗𝖑𝖎𝖘𝖔𝖓Onde histórias criam vida. Descubra agora