Já era a quinta vez seguida que ele me chamava, sério, já estava começando a ficar irritada.
— Sai desse computador e vêm deitar comigo.- profere manhoso.
Nossa que cara chato viu, onde eu fui amarrar meu burro?
Então, nem eu sei.
— Já disse que não posso Riharlison.- viro-me da penteadeira onde estava sentada fuçando meu aparelho, encarando-o.— Eu 'tô ocupada.
— Caralho hein [nome], desde o almoço você 'tá vidrada nesse negócio aí, descansa um pouco.- bufa irritado.
— Eu não posso, me desculpe.- suspiro pesadamente ouvindo a cama ranger, é, estávamos precisando de uma nova.
— Tudo bem, eu desisto.- declara ao pé da porta prestes a sair.
— Sério?- ele assente— Tão fácil assim?- ergo uma sobrancelha.
— Você não quer me dar carinho e eu não vou ficar aqui, implorando.- rola os olhos como se quizesse formalizar sua frase, mas falhando— Aproveita seu computador.- e sai.
O som da porta batendo doeu mais meus ouvidos do que minha própria carência.
Eu confesso que também queria esse momento com ele, afinal já faz um bom tempo que não nos aproveitamos direito, eu ando muito atarefada com os deveres da faculdade, e Richarlison, bom, digamos que ele também não seja o mais presente da relação, por mais que pareça.
Pode parecer infantil da minha parte, mas acontece que o mesmo não têm me dado tanta atenção ultimamente, eu não ligo para sua ausência repentina, pois sei que ele é tão ocupado quanto eu, mas é hipocrisia da parte dele querer me opor a tal situação, posso estar errada, mas eu é quem devia estar brava, não ele.
O engraçado é que eu não consigo, eu simplesmente não consigo...
Sinto muito amor, mas você vai ter que esperar mais um pouquinho.
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— Acabei!- esbravejo fechando o computador e finalmente levantando da cadeira giratória que estava por horas— Nossa senhora, eu 'tô acabada.- digo me espreguiçando após sentir um leve desconforto.
Passo para o banheiro tomando aquela leve ducha de leveza, eu estava precisando, sem querer parecer velha, mas esse banho restaurou minha alma, literalmente.
Finalizando a ação me cubro com um roupão aveludado, ele era meu predileto, Richarlison que me deu.
Richarlison...
Oh meu Deus!
Havia me esquecido completamente dele, o deixei esperando por muito tempo, e pelo que o conheço ele não deve estar nada contente agora, o que eu 'tô falando, nem eu estaria.
Abro as janelas para averiguar como estava o tempo.
Já era noite...
Sem pensar duas vezes começo a andar em direção a sala, se é que ele ainda estava em casa.
Acelero meus passos ao ouvir o som da televisão ligada, pelo menos ele não havia saído, é, ele sabe ser maduro quando quer.
— Meu amor eu-
Não consigo formular a frase, assim que o vi daquela forma.
Após me deparar com tal cena me encontro estática, o homem deitado sobre o sofá, debruçado.
Com vários resíduos de petiscos espalhados pelo seu tronco, nu.
No televisor passava uma série qualquer, e ele?
Bom...
Ele dormia tranquilamente, roncando.
Em passos calmos me aproximo do sofá-cama que amaciava o maior, sento-me sobre o pequeno espaço no canto de sua cintura levando minhas mãos ao seu rosto, tão lindo.
— Desculpe querido, eu devia ter deixado os estudos de lado por um tempo e ter ficado com você, como eu fui idiota hoje.- comento com um aperto no coração ao imaginar a maneira como o tratei mais cedo, mal.
— Tudo bem, eu te perdoo.- declara abrindo os olhos num relance e me fitando sério, mas brincalhão.
— Você não 'tava dormindo?- pergunto inexpressiva, mas já sabendo a resposta.
— 'Tava, até o momento que senti uma gostosa se aproximar.
— Engraçado.- o observei rir e alarguei um sorriso na sua direção, travesso.
— Repete aí mulher.- pediu risonho me olhando sensitivo.
— Ah, me poupe Richarlison!- saltei do sofá sentindo suas mãos me puxarem para seu colo, rápido.
— Eu mandei repetir.- aperta meus quadris com firmeza.
— Pena que você não manda em mim.
— Não diga assim princesa, sabe que me excito fácil com sua braveza.- dialoga passando seus dedos pelos meus lábios avermelhados.
— Você é louco.- rio.
— Por você.- nos entreolhamos por um instante aproveitando o clima de bom grado que presenteou aquele momento, suas pérolas iluminavam a pouca clareza que havia em minhas orbes, as preenchiam, era perfeito, nós nos completávamos tão bem.
— Me desculpe por não ter ficado com você hoje mais cedo, eu devia ter tirado um tempo 'pra gente.- deito sobre seu peito inalando o perfume atrativo que brincava com minhas narinas.
— De boa amor.- alisa meus cabelos— Eu também tenho estado meio ausente esses últimos dias, prometo ficar mais em casa, pela gente.
— Promete?- elevo meu dedo mindinho a altura de seu rosto, logo sendo tomado pelo o seu, grande.
— Prometo.- selo nossos lábios em um beijo de esquimó, sua boca era tão convidativa para algo inovador, mas não, então apenas aproveitei a situação curtindo o término da noite ao lado dele, meu namorado, meu amor.
Eu te amo tanto, meu pombinho.
Só meu.
E nada vai estragar o que temos enquanto eu estiver disposta a alavancar a nossa relação, você é meu primeiro e único amor, e quem eu quero para a vida, para sempre nós, você.
