Pᴏᴍʙᴀʀᴀᴅᴀ

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POV' LEITORA

— RAVI DESSE JÁ DAÍ!

— Olha rimou.

— Cala a boca adulto Ney a conversa ainda não chegou no consultório.- gritei com o rapaz que logo tratou de fechar a cara.

— Mandou bem oh mulher do urubu.- Vinícius comentou enquanto assava a carne.

— Essa superou o pombo manco.- Paquetá tirou onda bagunçando o cabelo do amigo.

— Até você mano?- Neymar suplicou sentado no sofá-cama com os braços cruzados, indignado.

— É a tal da inimizade parça, fazer o quê.- retrucou entre risadas.

— Ravi, por favor escuta a mamãe e DESSE DAÍ' SEU FILHO DA PU-

— Calma ela né?- Pedro se prontifica me interrompendo.

— Pera aí...- Paquetá iniciou pensativo chamando todos os olhares para si— Se o mini Andrade é filho dela, então ela que é a put-

— Termina essa frase e eu corto isso que cê' chama de pinto.- o ameacei alavancando
para sua direção a faca de cozinha que segurava.

— Relaxa não tá' mais aqui quem falou.- respondeu fazendo sinal de redenção com as mãos.

— Desde quando ela ficou assim?- questionou Neymar observando a cena abismado.

— Eu já mandei você calar a bo-

Novamente algo me impediu de prosseguir, na verdade, alguém.

Era Ravi, meu filho de 6 anos havia acabado de cair no chão causando um leve estrondo.

— Olha aí não falei!- exclamei exaltada caminhando até o garoto que tentava não demonstrar feição chorosa, mal sabia ele que seus olhos o entregavam, ele lacrimejava—Você se machucou?

— Não, só tá ' doendo um pouquinho.- respondeu se pondo em minha frente após se levantar da lajota densa a qual havia se chocado— Por favor não fica brava comigo mamãe.- declarou abraçando minhas pernas.

— A mamãe não tá' brava com você meu amor.- sorriu me encarando— Só tá' chateada por você não obedecê-la.

— Me desculpa mamãe eu não queria te deixar triste.- sibilava com um certo embargo na voz enquanto encarava seus próprios pés— Eu prometo que vou ser mais obediente de agora em diante tá bom?- era minha vez de sorrir, satisfeita.

Eu sou demais.

— De mindinho?- me agachei para ficar à sua altura erguendo meu dedo mínimo; "de mindinho" foi o que ele disse, logo o apertando com seu dedo gordinho e delicado— Muito bem agora vá lá brincar, mas com cuidado desta vez, ouviu bem?- ordenei para o menor que assentiu sorridente, selando o topo de sua crista o observei correr em direção ao jardim como se nada tivesse acontecido, crianças.

— Tão fácil assim?- indagou Paquetá paralisado com o que acabara de presenciar— Quem dera meu filho fosse desse jeito.

— Anos de experiência cuidando dos meus irmãos mais novos.- me gabei— Se quiser eu posso te dar umas aulinhas.- disse jogando os cabelos para trás.

— Por favor.

— Como ela muda de personalidade tão rápido?- perguntou Neymar encarando os jogadores e ignorando totalmente minha presença ali.

— Mulheres são assim cara, já devia saber.- disse Vinícius aprontando a carne já assada acima do balcão.

— Como ele vai saber, tá' na seca a mó' tempão.- zombei do mesmo que me encarou aparentemente irritado.

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, 𝖗𝖎𝖈𝖍𝖆𝖗𝖑𝖎𝖘𝖔𝖓Onde histórias criam vida. Descubra agora