nós vamos parar na delegacia desse jeito

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Josh

— Noah, segura! — ergo as garrafas de vodca pra Noah, que se levanta rapidamente para pegar.

— Olha, Bailey, você não tire a minha paciência, não! — vou atrás dele pronto para arrancar o pote da sua mão, mas o maldito sai correndo e eu sou obrigado a ir atrás.

Quando o alcanço, perto do piano, já não quero mais o pote. Eu jogo meu braço ao redor do seu pescoço, mas mal dá tempo para eu apertar. Alguém me puxa por trás e repete que eu não devo matar Bailey ainda tão cedo.

— Se você estragar essa festa — ainda vou dizendo. — Eu vou te matar de verdade!

— Você só tem trevas no seu coração, jovem! — Bailey aponta para o meu peito.

Controle, Josh. Controle... Respiro fundo senão vou surtar. É melhor eu fazer algo diferente. O que preciso fazer mesmo? Ah, sim, preciso me arrumar. É melhor do que ficar aqui e acabar matando alguém. Aviso que vou trocar de roupa e dar um up no cabelo. Eu não sei bem o porquê, mas Noah me segue até o meu quarto, no andar de cima. Antes de fechar a porta, eu pergunto:

— Tá fazendo o quê aqui? Seus amigos estão lá embaixo.

— Tá, desculpa — vira-se e vai embora, descendo as escadas em seguida.

Ok, não entendo bem o porquê disso, mas vou ignorar. Tem muitas coisas que eu não entendo em Noah. Tudo bem que ele gosta de ficar comigo, assim como eu também gosto de ficar com ele, mas às vezes ele não me deixa ter um momento só e isso me deixa um pouco irritado. É preciso entender que eu também tenho minha intimidade comigo mesmo e está tudo bem.

Entro no quarto e tranco a porta. Troco de roupa para uma mais fresca e até me permito usar uma camisa colorida. Arrumo meu cabelo, porque eu nem tinha ajeitado mais cedo, os fios estavam todos desgrenhados. Eu sei que vou estar na cozinha boa parte do tempo, mas acho legal conversar com o pessoal parecendo alguém decente. Além do mais, eu nem chamei assim tanta gente. Sem contar que algumas pessoas nem virão, como Lamar (pra variar, né?).

Aliás, é óbvio o porquê de ele ter inventado de ir ver a mãe hoje. Óbvio. Simplesmente não me surpreenderia se fosse algo diferente.

— Tá, falta pouco para o pessoal começar a chegar. Enquanto isso, vocês estão com fome? — falo ao descer os últimos degraus.

Surpreendo-me de cara o constatar que Bailey está pulando de um sofá ao outro com Krys enquanto Run The World (Girls) da Beyoncé está tocando super alto na caixa de som. Até a benção do cachorro de Zabdiel está na farra, latindo e correndo em círculos. Eu não sei onde está Noah, Zabdiel e Jonah; isso me preocupa. Estou a um passo de surtar.

— Parou já? — eu grito. — Vocês estão acabando com minha casa!

— Seu homofóbico! — Bailey joga uma almofada que eu trouxe do Canadá em mim. — Está fazendo isso só porque somos um povo animado, o povo LGBT!

— Meu Deus, que inferno... — chego perto do sofá para pôr minha almofada no lugar de novo. Eu juro que ele está me testando hoje. — Seu rádio vai ser confiscado até segunda ordem.

Após dizer isso, eu pego a caixa de som e aperto o botão para desligar. Não desliga 🤡.

— Me devolve, Kylo! — o filipino desce do sofá para tirar o rádio da minha mão, mas lhe faço parar ao pôr a mão no seu peitoral. Surpreendo-me por ser mais firme, mais durinho do que pensei que seria. Por isso, afasto minha mão o mais rápido que posso.

— Não — viro-me de costas e vou para a cozinha. Assim que chego, a música para do nada. Parece que tem algum tipo de delay nessa porcaria vagabunda.

crises et chocolat  ✰  Nosh  ❖  Now UnitedOnde histórias criam vida. Descubra agora