capítulo 14 - o presente

226 31 10
                                    


Assim que Louis acordou naquela manhã - algo incomum, já que geralmente não conseguia acordar no horário que o despertador tocava durante o verão - decidiu que sairia para procurar alguma coisa que Harry pudesse gostar.

Ele pensou em comprar alguma coisa para o garoto quando percebeu que ele não estava muito bem, e então teve a ideia de fazer algo que pudesse animá-lo.

Se você perguntasse qual o real motivo para Louis estar tão preocupado com o garoto, ele certamente não te responderia, ou daria uma desculpa de que Harry e ele estavam se tornando amigos e ele queria fazer algo legal.

Aquilo não era mentira, porém também tinha outra coisa por trás daquela gentileza toda, mas para Louis, ele não conseguiria explicar absolutamente nada, já que ao menos entendia o que estava sentindo, e aquilo era ainda mais assustador.

Ele balançou a cabeça, já no hall de entrada, tentando não pensar naquilo. Assim que suspirou e olhou para os dois lados da rua, que estava deserta por ser verão e quase todos que moravam ali estarem de folga e ainda deitados em suas camas, ele pensou no que poderia comprar que Harry pudesse gostar.

E como uma lâmpada sendo acesa, Louis pensou em algo óbvio. Biblioteca. E então ele pegou sua bicicleta que ficava na varanda de sua casa e saiu pedalando até o centro da cidade.

Enquanto pedalava até a biblioteca, Louis não conseguia parar de pensar no garoto cacheado de olhos verdes, e em como ele parecia estranhamente atraente ultimamente, e em como ele estava reparando demais em Harry.

Depois que voltaram do acampamento de verão, ele notou que o garoto colocava a língua para fora antes de colocar o talher na boca, que os cachos de sua nuca enrolavam para dentro, que ele tinha a mania de esconder o sorriso com a palma da mão - Louis odiava aquilo, já que achava o sorriso do garoto muito bonito - e muitas outras coisas que não tinha prestado atenção antes.

Mas o que mudou? - ele se perguntou, colocando a bicicleta no bicicletário de chão, tentando entender o que tinha mudado para que ele tivesse começado a reparar em tantas coisas e costumes do garoto.

De qualquer forma, aquele não era o momento para pensar o que tinha de diferente em Harry, ou qualquer coisa relacionada à seus sentimentos, mas sim, escolher algum livro que Harry ainda não tivesse.

No momento em que escutou o sino, assim que abriu a porta, ele encontrou uma velha senhora do outro lado do balcão, sorrindo para ele, Louis retribuiu o sorriso calorosamente, se enfiando no meio das estantes cheias de livros daquela biblioteca minúscula.

Ele ficou apenas alguns minutos sozinho, lendo a sinopse de um livro chamado Crepúsculo, se sentindo levemente interessado, imaginando como aquela história poderia ser desenvolvida, se lembrando vagamente de um filme com aquele mesmo nome.

– Pelo que está procurando, querido? – Louis escutou uma voz lenta, olhando para o lado, encontrou com a senhora que antes estava atrás do balcão.

– Oi – Louis disse sorrindo. – Bem, estou procurando um livro para dar de presente para um amigo meu. – ele disse colocando o livro que estava em sua mão de volta para a prateleira. – Tem alguma ideia de qual ele poderia gostar?

– Você parece ser jovem, e parece estar na escola, então acho que vai gostar desse, venha, me siga. – ela disse balançando a mão, andando lentamente.

Enquanto Louis seguia a moça, ela contava que ele poderia comprar dois livros, um para Harry e um para Louis, dizendo que eles poderiam conversar sobre a história depois que terminassem de ler.

Louis não mentiria, ele não era um grande fã de leitura, mas ele pensou que aquilo poderia ajudá-lo a se aproximar de Harry, já que, apesar de querer muito, ele não sabia muito bem como poderia fazer aquilo.

Dear Louis, I hate youOnde histórias criam vida. Descubra agora