capítulo 15 - o estraga prazeres

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feliz ano novo!


Louis se sentia exausto. Aquele verão estava sendo ainda mais cansativo do que uma vez imaginou. Toda a situação com Harry e Anne estava deixando o garoto preocupado, não conseguia dormir a noite, pensando em como os dois estariam naquela casa aterrorizante.

Ele queria tanto poder fazer alguma coisa, mas nada vinha em sua mente além de se aproximar de Harry. Nada parecia o suficiente, nada que ele fazia parecia o suficiente para tirar o cacheado e sua mãe daquela situação. Louis queria poder fazer alguma coisa que realmente tivesse um impacto maior.

Pensando um pouco, ele percebia que ultimamente estava pensando demais no bem estar de Harry, e ele não conseguia achar o momento em que começou a se preocupar em um nível tão absurdo. Era tudo tão estranho e tão confuso, mas ao mesmo tempo não tinha confusão alguma. Ele realmente não conseguia entender o que estava sentindo pelo garoto.

Ele olhou ao redor de seu quarto bagunçado, sorrindo ao olhar para a caixinha que estava em cima de sua escrivaninha, onde guardava todas as cartas que já recebeu de Harry. Ele nunca diria aquilo para ninguém, mas quando estava se sentindo pra baixo ou quando pensava em coisas que não queria se lembrar - como a partida de seu pai biológico -, lia as cartas que recebeu de Harry quando eram crianças.

A maioria das cartas eram declarações de um ódio profundo, mas ele realmente não ligava para aquilo, pois, além deles terem crescido e as cartas tenham sido feitas quando eram pequenos, era uma ótima distração de muitas memórias ruins.

Nos últimos meses, ele tinha percebido que os momentos com Harry era uma forma muito simples de se esquecer de muitas coisas por alguns minutos, e mesmo que o garoto o odiasse, achava engraçado todas as situações que eles acabavam sendo colocados juntos. O garoto de cachos era, de fato, alguém que Louis sempre gostou - de certa forma - mesmo que quando era criança o achava um chato. Mesmo sem saber, Harry ajudava Louis a esquecer muitas coisas quando estavam juntos, mesmo que estivessem se xingando.

Desde que se beijaram, antes de irem para o acampamento, Louis começou a perceber que todo o sentimento bom que o outro o transmitia tinha se intencionado, e ele não entendia o motivo, apenas deduzia em sua mente que o beijo os aproximaram de alguma forma. Sempre que olhava para o garoto, não conseguia sentir nada de ruim, não se sentia sujo - como sempre se sentia ao não estar distraído -, agoniado e nem nada, apenas sentia uma vontade imensa de rir e a sensação de estar corando e as malditas borboletas que, até então, tinha sentido apenas por garotas.

Ele acabou sorrindo enquanto pensava no garoto, e assim que percebeu aquilo, o sorriso foi substituído por uma cara de espanto. Louis era uma boa pessoa para perceber as coisas facilmente, por exemplo, sua sexualidade, mesmo que tenha demorado quase um ano para que ele realmente beijasse um garoto para ter certeza do que sentia, não tinha sido um processo nada demorado, afinal, Louis sempre aprendeu desde pequeno a abraçar as próprias diferenças, principalmente depois que Harry se assumiu para seus pais.

A questão era que, Louis tinha percebido o real motivo de tudo o que sentia por Harry ter mudado, não era apenas por querer que fossem amigos e por se preocupar com Anne e seu bem-estar, mas também, por algo ter florescido dentro de si, um sentimento que era muito além de amizade e muito além de uma vontade qualquer de beijar, um sentimento que ele não conseguia descobrir o momento exato em que começou a florescer, mas por fim, riu ironicamente, afinal, gostar de Harry Styles, sendo odiado pelo mesmo, não era algo nada fácil.

Provavelmente não vou ser correspondido, mas isso é tão irônico que quero rir até minha barriga doer - ele pensou, afinal, quando era criança, desejava que Harry se mudasse de cidade e fosse para bem longe, já que o garoto não deixava Louis fazer as brincadeiras que gostava e, principalmente, não dividia seu lanche com ele no recreio.

Dear Louis, I hate youOnde histórias criam vida. Descubra agora