Quatro

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Sina Deinert's point of view

— Claro que ele está aqui — resmunguei quando Lamar e Heyoon saíram do meu carro de mãos dadas.

Ela beliscou minha lateral e eu bufei. Estava sendo a motorista da vez, merecia reclamar. Eu tinha saído da minha casa para buscá-los, aquilo era o mínimo. Noah riu, tirando os óculos escuros e chiques que ostentava, parando de maneira descolada em frente ao restaurante.

— Comporte-se. — Heyoon assobiou e eu balancei a cabeça. — Bom dia, Noah.

— Bom dia, Heyoon, Lamar e querida Sina.

— Bom dia, Noah — cumprimentei em formato de trégua, mostrando que iria me comportar. Ele ergueu uma sobrancelha em minha direção. Bastardo, arrogante e sexy. Arrogante. Principalmente arrogante, o que transformava a parte sexy em algo bem pequenininho.

— Mandei um SMS para o Carlo ontem à noite dizendo que viria com uns amigos aqui e que queríamos falar com ele. O homem é italiano, então talvez ache que somos da máfia e vamos chamá-lo para a famiglia.

— Se bancar a mafiosa é o que eu preciso para garantir bons preços, mafiosa é o que vou ser — Heyoon afirmou. Eu podia ver o fogo nos olhos dela.

— Sexy. — Lamar elogiou, sussurrando em seu ouvido. Noah e eu soltamos um barulho enojado ao mesmo tempo. Nossos amigos eram muito explícitos na hora de expressar seu amor físico.

— Não comecem a fazer bebês na calçada. Vamos entrar. — Urrea revirou os olhos e abriu a porta para passarmos.

O lugar parecia uma típica cantina italiana, as paredes cheias de quadros com pinturas da Toscana, toalhas xadrez sobre as mesas e o cheiro de massa e molho fresco predominando pelo ar. Como era muito cedo para a hora do almoço, os funcionários esfregavam o chão e conversavam entre si, parecendo animados.

— Noah! — uma voz carregada de sotaque gritou. O homem saiu de trás do balcão, baixinho e forte, as bochechas rosadas e um sorriso que ia de orelha a orelha. — Você veio mesmo, garoto.

— Eu disse que viria, Carlo. — Noah abriu os braços, cumprimentando-o da mesma forma barulhenta que o cozinheiro tinha feito. Balancei a cabeça desacreditada Ele tinha entrado na coisa de mafioso. Don Noah Urrea estava prestes a negociar bolinhos e macarrão, mas parecia pronto para honrar a famiglia.

Carina, il ragazzo è qui! — O homem berrou por cima do ombro para alguém na cozinha. Se eu tinha prestado atenção em O Poderoso Chefão, aquilo significava que “o menino está aqui”. Ou, talvez, fosse alguma coisa sobre macarrão. Eu não tinha prestado tanta atenção assim.

Puoi aggiustarlo o devo aggiustarlo anche io? — Uma voz feminina respondeu a plenos pulmões. Eu nunca tinha ouvido aquelas palavras e elas pareciam partes de uma briga, mas Carlo sorriu e, só por isso, acreditei que tudo estava bem.

— Esses são seus amigos? — Carlo questionou, limpando as mãos em um pano de prato. Heyoon deu um de seus sorrisos mais brilhantes, tentando passar uma boa impressão. Mordi o canto interno da bochecha, evitando uma risada.

— Sim. Esses são Lamar, Heyoon e Sina. — Nos apresentou, apontando para cada um conforme falava nossos nomes. — Queremos discutir preços para fornecer comida para um casamento.

Os olhos de Carlo se iluminaram como se o próprio Jesus estivesse diante dele, e seu sorriso largo começou a crescer.

— Você vai se casar? Ah, não acredito! Finalmente, garoto! — O cozinheiro avançou e segurou o rosto de Noah entre as mãos, plantando um beijo em suas bochechas. Não consegui evitar outra risada e precisei disfarçar uma tosse. Aparentemente eu não era a única encalhada. — Que felicidade! Me diga, o que precisa? Farei o melhor preço.

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