Vinte e um

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Sina Deinert's point of view

Eu estava apaixonada por Noah Urrea. Isso era uma tragédia.

— Uau! — Kevin apareceu ao meu lado quando tomei a terceira dose de tequila. Talvez a quarta? Ou essa já seria a quinta? — Você é muito boa nisso.

— Você tinha que ver na despedida de solteiro. — Sabina riu, materializando-se ao lado do irmão de Lamar, seu interesse. Eu ri. Na verdade, gargalhei, me sentindo alegrinha por causa da quantidade de álcool no meu organismo. Um canapé apareceu na minha frente. Era Sabina praticamente o enfiando na minha boca. — Ela foi incrível, mas precisa comer, não é?

— Sempre bom — respondi de boca cheia, o coração amolecendo com seu cuidado. — Como foi a viagem, Kevin? — perguntei me lembrando de ser educada com o irmão do meu melhor amigo.

— Foi tranquilo. O voo foi confortável e este hotel é maravilhoso. Foi mais agradável do que ficar em casa, com certeza. — Ele riu e Sabina o encarou, admirada. — E você, como foi o dia das noivas?

— Bom. — Dei de ombros. — Todas nós ficamos lindíssimas, como você pode ver olhando para Sabina. — Apontei e ele se virou, admirado pela presença estonteante da morena que vestia um conjuntinho de saia e blazer rosa. Sorri. Kevin era certinho demais, precisava de um empurrãozinho.

— Ela está — concordou, a voz embargada. Sabina e eu trocamos um olhar cúmplice.

— Vou procurar Heyoon — anunciei, bebendo mais uma dose da tequila do bar. Meu trabalho como cupido estava feito.

— Ela está ali. — Kevin apontou para minha amiga, que conversava com Linda e Fernando. — Ei, Sina. Sabe onde está o Noah? Ainda não o vi. — Endureci diante da menção ao homem que descobri estar apaixonada, a razão pela qual eu bebia tequila atrás de tequila.

— Não sei — sussurrei, não gostando do quão sensível minha voz parecia. Pigarreei. — Vou lá falar com Heyoon. — Pus fim à conversa e a dupla balançou a cabeça em sinal positivo.

Andei até o lugar onde ela conversava com o tio e a sogra. No caminho, entretanto, a avó Hidalgo me lançou um olhar estranho. Ergueu uma das sobrancelhas grisalhas e me deu um sorriso misterioso. Oh… Ela se lembrava.

Praticamente corri em direção a Yoon, fugindo de uma velhinha que usava uma bengala para se apoiar.

— Ei, calma aí. — Minha amiga riu, segurando-me antes que eu derrapasse em seus pés. — A rainha da tequila já entrou em ação? — brincou, enfiando o braço no meu. Relaxei com a presença tranquilizadora, deitando a cabeça em seu ombro. Minha amiga era uma pessoa de toques e eu sempre me sentia bem ao seu lado. Não queria pensar em como seria quando não tivesse mais aqueles abraços por perto.

— Vocês têm que parar de falar dos meus dons para tequila. — Cutuquei seu abdômen e ela riu.

— É uma coisa a se admirar — Fernando disse e eu sorri, educada. O tio de Heyoon olhou para alguma coisa acima dos meus ombros e crispou os lábios, tentando conter uma risada. — Não tem jeito com a Sabina, não é?

Me virei e a assistir plugar o celular em uma caixa de som do salão que ainda estava feioso sem a decoração preparada para o dia seguinte.

— Ela disse que não ia deixar a gente sem dançar esta noite — Heyoon comentou quando Wap, da Carbi B, começou a preencher o espaço. — Sabina não estava exagerando quando disse que íamos nos divertir. — Arregalou os olhos quando a versão não censurada começou.

— Nós deveríamos dançar — proclamei, virando-me para minha amiga, seu tio e sogra. — Sei lá, aproveitar a noite.

— Com certeza! — Linda concordou. — Muito mais divertido que um jantar de ensaio. — Riu e seguiu, junto a Fernando, na direção de Ale, que fazia sua tentativa de rebolar.

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