Vinte

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Sina Deinert's point of view

- Você está tão silenciosa, Sina - Ale Hidalgo comentou enquanto a massagista solícita do hotel Blue Sunshine trabalhava em suas costas.

- Impressão sua. - Sorri para ela, escondendo-me atrás de uma taça de champagne.

Tínhamos chegado de manhã aos Hamptons. O tio de Yoon reservou todo o hotel por dois dias, o sábado e o domingo, quando, de fato, aconteceria o casamento. Estávamos ali, Ale, Sabina, Heyoon, Linda e eu, sendo mimadas com o melhor que o SPA do hotel podia oferecer. Alguns outros Hidalgo/Jeong e Morris também tinham chegado, mas aquela área fora reservada para que nós tivéssemos um dia de princesas.

- É verdade. - Minha melhor amiga tirou um dos pepinos dos olhos e me interrogou com aquele olhar de jornalista de guerra. - Aconteceu alguma coisa?

"Sabe o Noah, Heyoon? O cara que passei os últimos anos odiando e reclamando sobre? Então, passamos a tarde de ontem transando no meu sofá e não consigo pensar em mais nada. Milhares de orgasmos. Se eu te contar o que ele faz com a língua..." não parecia uma boa resposta. Ela provavelmente surtaria, e Yoon não precisava de um surto às vésperas do casamento.

- Não aconteceu nada - garanti, olhando para minhas unhas do pé recém-pintadas de um branco suave. - Só estou um pouco cansada.

- Experimente esta massagem depois, Sina. Com certeza, vai te relaxar. - Linda suspirou, recebendo o mesmo tratamento que Ale.

Antes que eu pudesse falar alguma coisa, meu celular vibrou no colo. Meus dedos tremeram e o nome que eu esperava ver apareceu na tela. Noah.

Noah: Ei, você está ocupada?

A resposta veio constrangedoramente rápido.

Eu: Não. Por quê?

Estava, desde após o almoço, sendo massageada, esfoliada e hidratada. Por mais que fosse divertido passar um tempo com Heyoon e as outras mulheres, também estava ansiosa para vê-lo.

Uma parte de mim esperava que me tratasse como se o dia anterior não tivesse existido, mas a outra, mais esperançosa, queria conversar com ele. Eu estava viciada no homem que odiei desde a primeira vez que o vi.

Noah: Pode vir até o meu quarto? É o 23.

Eu: O que aconteceu?

Mordi o lábio inferior, desejando, em segredo, que me enviasse uma mensagem safada.

Noah: Preciso de sua ajuda. Prometo que não vai envolver nudez.

Ele respondeu no mesmo instante e franzi o cenho. Quem tinha dito a Noah que eu não gostaria que envolvesse nudez? Talvez já estivesse satisfeito? Me encolhi. Sabia do seu histórico de uma só noite. Logo em seguida, porém, antes mesmo que eu tivesse a chance de surtar, emendou com outra mensagem.

Noah: Não que eu tenha alguma coisa contra nudez... e imagino que você também não tenha.

Disfarcei uma risada tomando mais um gole de champagne. Ainda com os pepinos nos olhos, Heyoon se virou de forma quase imperceptível em minha direção.

Noah: Mas eu preciso de foco. Você pode vir?

Eu: Chego em um minuto.

- Vou para o meu quarto. - Me espreguicei teatralmente, levantando-me da poltrona confortável. - Acho que preciso cochilar por algumas horas. Volto para a hidratação no cabelo, não se preocupem. - Deixei claro para que ninguém fosse me procurar e acabar encontrando um quarto vazio.

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