𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏

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Laura Ramsen

23 de Junho de 2005 ─ Griffin Club Los Angeles (Califórnia)

Era uma noite de sábado no Griffin Club Los Angeles. Eu estava sentada com minha melhor amiga, Diana, na bancada do bar, estudando para o exame de admissão da Tufts University, em Boston. Enquanto conversávamos, eu tentava me concentrar no livro, mas Diana, sempre tão envolvente, mantinha o diálogo fluindo.

— Laura, não acha que está estudando demais? Mal aproveitou o clube até agora — comentou Diana, com uma curiosidade que espelhava em seu olhar.

— Quero passar nessa faculdade, Di. Preciso ser aceita para me sentir útil, entende?

— Eu paguei a mensalidade para nós duas, para que pudéssemos relaxar. Este clube já nos proporcionou tantos momentos bons. Passamos boa parte da nossa infância aqui nos finais de ano, quando não íamos para a casa de praia dos seus pais. — ela suspirou. — Estar aqui sem curtir com você não é a mesma coisa.

— Lamento, mas preciso focar mais nos estudos agora. É por uma boa causa. — tentei convencê-la com um sorriso sincero, esperando que ela entendesse a importância disso para mim.

Diana, silenciosa como eu, olhou profundamente nos meus olhos, segurando minhas mãos com um orgulho evidente. Ela sempre esteve ao meu lado em tudo.

— O lugar está lotado hoje... — Diana exalou, observando o ambiente com um tédio que combinava com o barulho das pessoas ao redor. — Vai conseguir se concentrar com essa música alta e essas luzes?

— Acho que sim, ou pelo menos, espero. — sorri, desanimada, sentindo um leve incômodo que me fazia segurar o pescoço.

— Tudo bem, te vejo lá em cima. Vou descansar um pouco no quarto e tomar meu remédio para dormir.

— Eu já termino aqui e subo.

Após Diana se despedir de mim com um beijo suave na testa, fiquei sozinha na bancada do bar, cercada pelos murmúrios dos outros frequentadores, que pediam tequilas ou vodkas com limão. O ambiente estava repleto de vozes, mas, de alguma forma, parecia distante, como um cenário de fundo.

— Tem certeza que não deseja beber alguma coisa? — perguntou o barman, enquanto limpava meticulosamente uma taça de vidro com um pano branco.

— Não, eu não quero nada. Obrigada. — agradeci com um sorriso discreto, negando com a mão direita, que segurava firmemente meu lápis lilás.

Voltei minha atenção para o caderno à minha frente, tentando mergulhar de volta nos estudos d natureza animal, mas minha concentração foi abruptamente interrompida quando um grupo de cinco jovens, aparentando entre 19 e 21 anos, se aproximou ruidosamente da bancada. O som das risadas e das conversas descontraídas me fez bufar em frustração. Sem pensar muito, pedi uma dose de whisky Old Parr e, em um gesto impulsivo, desci o líquido em um único gole.

— Acho melhor você beber um pouco mais devagar. — uma voz masculina, suave e doce, surgiu atrás de mim em meio o eco daquela música, carregada de uma inocência quase desarmante.

Sem me virar, repliquei:

— Eu não costumo beber. Foi só uma dose.

O rapaz se sentou na cadeira ao meu lado, seu olhar fixo em mim como se pudesse enxergar todos os segredos que eu guardava. A intensidade de sua presença me fez finalmente virar o rosto para encará-lo.

— O que está bebendo? — perguntou, com uma curiosidade gentil.

— Old Parr. — respondi, sentindo meu coração acelerar enquanto observava seu rosto. Ele era tão... Incrivelmente bonito que parecia irreal. Seu cabelo castanho e ondulado emoldurava um rosto que parecia esculpido por mãos divinas. Seus olhos, de um azul profundo, eram mais brilhantes que o céu ao meio-dia, e seu olhar tinha uma pureza nobre, como as águas cristalinas de uma praia tropical do Rio de Janeiro. Seus lábios tinham um formato delicado, quase como um beicinho, e seu queixo, adornado com uma pequena covinha, destacava ainda mais seu sorriso desarmante.

𝐏𝐚𝐭𝐞𝐫𝐧𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 | Henry Cavill e Anne Hathaway (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora