Um início: 16

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Em Brasília o sol iluminava amenamente os lugares e trazia consigo mais uma semana atarefada e monótona na vida corriqueira das pessoas que ali habitavam.

Simone se despedira, sem de fato desejar isso, de Ciro na noite anterior depositando todo seu desejo na cama expressando toda a saudade que o homem deixava em seu corpo a cada despedida por mais temporária que fosse. Sentada à mesa de seu gabinete a mulher vagava com sua mente no dia em que ele foi até lá e quase fizeram amor naquela mesma superfície o que lhe arrancou um suspiro profundo, o final de semana fora tão mais estressante que sequer puderam desfrutar um do outro como gostariam. A senadora acomodou-se a cadeira e se inclinou sobre a mesa, apoiando os cotovelos na superfície plana, recordando as birras do enteado o que fez desmoronar todas as boas lembranças que ponderara. Passando as mãos pelo cabelo e apertando os lábios ela sentiu que começava a ficar sem ideias para contornar aquela situação e mesmo assim não pretendia desistir.

Quando o dia desgastante de debates e discussões sobre inúmeros projetos findou, Simone organizou suas coisas calmamente e caminhou com cautela até seu carro sendo escoltada de perto. A mulher sentia um olhar pesar sobre os seus ombros, mas sempre que olhava em volta não percebia ninguém diferente pelos arredores e a mesma desejou que fosse apenas impressão. Chegando ao apartamento cansada ela retirou o salto deixando-o descansar em um pequeno sapateiro ao canto da porta, colocou sua bolsa no balcão da cozinha, se desfez de seu blazer o deixando descansar em um dos bancos do balcão, abriu sua camisa vermelha de botões até seus seios ficarem parcialmente a mostra evidenciando seu sutiã preto e se dirigiu a geladeira pegando um vinho para logo despejar em uma taça. A morena caminhou até o sofá com a taça em mãos tentando relaxar seus músculos tensos com pequenos movimentos e ao sentar-se ela sentiu a falta das mãos firmes de Ciro em seus ombros massageando devagar cada parte dolorida de seu corpo. Bebericando o vinho com displicência o olhar da mulher se via perdido em um ponto fixo, enquanto cruzava as pernas, com os pensamentos distantes dali desejando estar abraçada ao homem que amava sentindo seu perfume tomar o ar e suas mãos acalmarem a agitação do mundo a volta. Simone deixou sua cabeça cair ao encosto do sofá e fechando seus olhos ela vislumbrou os dedos atenciosos do homem por sua pele arrepiando-a por completo, o apartamento parecia solitário sem ele ali e o calor do cômodo parecia intenso demais para o clima nublado que fazia lá fora. Agora com uma taça vazia e uma sala escura ela erguia seu corpo em uma postura ereta e balançava sua cabeça com um sorriso incrédulo tentando afastar aquela luxúria de seus sentidos, levantando-se a mesma olhou ao redor e foi retirada de qualquer fantasia quando seu celular tocou em sua bolsa.

- Já está com saudades também?! - Pensou alto a mulher que alcançara a bolsa e pegara seu celular com um sorriso sedutor nos lábios.

#LIGAÇÃO ON#

- Já estou fazendo falta é?! - Indagou Simone com um tom provocativo.

- Nem imagina o quanto, querida - Contou Ciro suspirando pesado - Como foi o dia? -

- Cansativo... Estou com saudades das suas massagens - Sorriu com a boca da taça entre os dentes.

- Eu posso matar essa saudade - Sugeriu - É só você abrir a porta -

- Você não está brincando, não é?! Se você estiver... - Em um tom de advertência a mulher direcionou seu olhar a porta com um brilho de ansiedade escorrendo pelos olhos.

- Eu jamais brincaria com você, amor - Afirmou com um sorriso singelo no canto dos lábios.

#LIGAÇÃO OFF#

Simone trouxe o celular ao peito com um sorriso boquiaberto e encarou a porta por alguns segundos sem acreditar que o grisalho estaria de fato do outro lado a esperando. Largando o celular no balcão e com um receio de que não fosse certo ela caminhou até onde supostamente o namorado estaria e com uma mão nervosa à maçaneta ela girou e escancarou a entrada sentindo o fôlego faltar ao encontrar com um Ciro despojado tendo uma das mãos ao bolso da calça e a outra apoiada ao portal enquanto um sorriso travesso desenhava seus lábios. Mordendo o lábio inferior a morena soltou a respiração que segurava elevando e baixando seu peito devagar com a mão ainda segurando firme a porta.

Salve-me do caosOnde histórias criam vida. Descubra agora