Salve-me do caos

Primeira palavra: 75

A véspera de ano novo havia chegado muito bem vinda pela família de Ciro e Simone. Todos se preparavam para esperar a virada em Fortaleza, na praia, a morena listava com Ciro o que deveriam levar para Gael e os gêmeos. Eles guardavam tudo em bolsas enquanto Ciro a puxava para dar beijos curtos e doces, recebendo repreensões da mesma insistindo que deviam terminar a bolsa e ter certeza que tudo estava ali dentro. No decorrer dos dias até aquele eles precisaram ter atenção redobrada com os gêmeos que engatinhavam até a árvore e tentavam pegar os enfeites para enfiar na boca. Por vezes um dos mais velhos, que estavam lá com eles, pegava os bebês no flagra e os retirava o objeto. Sofia ficava com uma carranca difícil de quebrantar enquanto Fernando gargalhava até parecer sem fôlego com um rostinho vermelho. Gael brincava com os irmãos, ao chão da sala, trazendo os brinquedos favoritos dos mesmos. Uma vez o casal pegara o mais velho deitado ao chão com os irmãos o escalando como se fosse a coisa mais divertida do mundo para eles.

- Essa virada de ano poderia estar mais perfeita? Tenho duas morenas, dois pimpolhos e toda a minha família junta - A abraçou por trás, apertando o quadril da mulher, e beijou sua bochecha.

- Só vai estar perfeita quando você me ajudar a terminar isso - Riu apontando para a bolsa repousada na cama.

- Só me dê uns minutinhos com minha mulher - Murmurou entre beijos deixados pelo pescoço dela.

- Se souber esperar terá uma recompensa, meu amor - Provocou, empinando, apertando os braços dele em torno de sua cintura.

- Vou ficar louco antes mesmo de receber - Suspirou a desejando e pressionou mais seus quadris.

- Vamos homem, paciência - Brincou, dando tapinhas suaves nas mãos dele para que a soltasse.

- Está bem... nada de ficar no caminho entre uma bolsa e a mamãe coruja aí - Riu quando ela lhe lançou um olhar de reprovação e voltou-se para o que faltava pôr na bolsa.

Pela noite todos dirigiram até a praia já podendo provar da sensação de recomeço que acompanhava àquela data. Chegando ao local Lívia correu para pegar uma Sofia, de maria chiquinha nos cabelos, dos braços de Simone. A pequena vestia um vestido branco com pequenas florzinhas amarelas desenhadas pelo tecido. Fernando já se esticava para ir até os braços de Fernanda, sua roupinha acompanhava a de Gael que era composta de uma camisa polo branca e bermuda. Ciro deixara o carro com a bolsa dos gêmeos atravessada em seu ombro e com o braço envolveu a cintura da morena para que seguissem até o palco montado próximo a orla. A queima de fogos se seguiu com os gêmeos usando protetores em suas pequenas e sensíveis orelhas, os irmãos mais velhos se abraçaram empolgados para logo abraçar o casal. Com o avançar da noite Simone se encostara ao capo do carro, com Fernando adormecido em seu peito, observando o mar tranquilo. A brisa refrescante passeava por seu vestido. Ela tinha a bochecha descansada no topo da cabeça de seu filho enquanto esse estava acolhido no colo de sua mãe. Ciro se aproximou com Sofia parecendo chateada e com sono, a pequena esfregava os olhos com as mãozinhas e balbuciava freneticamente encarando seu pai. O grisalho ficou ao lado de Simone, que sorriu e encostou a cabeça em seu ombro enquanto ele apontava para o horizonte mostrando a sua filha com a intenção de suavizar seu humor.

- Tá vendo esse mar, moreninha?! Imagina só você num barquinho, ao meio dessa imensidão, desbravando o mundo todo - Sofia olhou para o mar e então encostou a cabeça no peito de seu pai, respirando mais tranquila - Você seria a mais aventureira, sabia?! Descobrindo tudo o que ainda não puderam alcançar - A balançou levemente aquecendo-a entre seus braços.