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Por Sobral o clima ameno residía pelos arredores e a monotonia invadia os ambientes.
Simone havia ido a casa dos Gomes no final de semana, que deveria ser o que passaria com Gael em seu apartamento, pelo mesmo ser acometido de uma virose e não conseguir assim fazer nenhuma viagem, com isso querendo manter a promessa de sempre o ver e pretendendo ajudar a cuidar dele sabendo que o pequeno ficava manhoso e pedia por ela quando estava doente. A mesma passara o dia incentivando a criança a comer e lhe fazendo companhia para que ele relaxasse e adormecesse um pouco para descansar o frágil corpinho, o menino cochilava tranquilamente com a cabeça descansada sobre o colo da morena sentindo os dedos dela a acariciar seus lisos cabelos. Com muito trabalho Simone com a ajuda de Lívia convenceu o garoto a tomar um banho para amenizar a febre e tomar as medicações recomendadas, com paciência a mulher o fez levantar um pouco da cama e ir se expor alguns minutos ao sol, sentado ao colo da mesma, na varanda enquanto ouvia sobre as novas amizades que o loiro havia feito na escola nas últimas semanas.

Ciro observava com encanto o cuidado de sua ex com seu caçula e por mais que lhe fosse custoso o mesmo não podia evitar cada vez se apaixonar mais pela mulher que já não o queria. Suas tentativas de reconquistar o coração da morena pareciam jogadas ao vento e decidira não insistir em algo que poderia já ser incômodo a pessoa que só estava ali por uma criança que se apegara a ela. Com um suspiro o homem observou a interação materna entre Gael e Simone na varanda que estavam de costas para ele, com as mãos aos bolsos e silencioso deixou nos lábios um sorriso terno com a conversa que os dois tinham e o quão Simone demonstrava importância e interesse aos relatos do garoto que contava animado. O homem riu baixinho ao vislumbrar de minuto em minuto Simone apertando o garoto em um abraço carinhoso ou cheirando seus cabelos fazendo o caçula ficar dengoso. Distraído Ciro não notou quando alguém se aproximou e colocou uma mão nas suas costas amigavelmente, voltando seu olhar para a pessoa que chegara ele logo relaxou a breve tensão que lhe veio e depositou um beijo no topo da cabeça de sua filha que sorriu alegremente para ele e o abraçou também se parando para admirar as outras duas pessoas a varanda que conversavam bastante e sequer notaram a presença deles.

- São tão bonitinhos juntos, né? - Comentou Lívia baixinho não querendo atrapalhar a interação a sua frente.

- Muito! Eu fico feliz e admirado do quanto Gael gosta da Simone agora - Destacou o grisalho com alívio em sua voz.

- Ela tem sido uma mãezona pra ele... Meu maninho já que tem sorte viu - Riu.

- Tá com mais sorte que o velho pai dele - Com um riso curto e soprado o homem trouxe humor a sua própria situação.

- Eu acho que ainda tem volta - Afirmou convicta a filha encarando o pai - A Simone ainda te ama, tá na cara e só não vê quem não quer -

- Ela já me rejeitou tantas vezes que eu não confio muito nisso, minha filha - Com os ombros caídos o mesmo se desfez da esperança de um retorno.

- Tenho certeza que quando essa situação toda der uma amenizada os sentimentos dela falarão mais alto - Batendo no braço do pai Lívia o encorajou.

- Uma parte minha espera por isso, não vou negar - Sorriu parecendo se animar com a ideia - Minha vontade é ir lá ficar perto deles - Admitiu.

- Então vai lá, pai, não tem nada de errado nisso - Deu de ombros confusa.

- E se ela se incomodar ou eu atrapalhar o momento deles? - Indagou temeroso.

Salve-me do caosOnde histórias criam vida. Descubra agora