Salve-me do caos

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No apartamento da ministra a manhã, todavia, seguia em uma quietude intensa. A morena havia adormecido com a exaustão da noite mal dormida com pesadelos que sempre a faziam acordar ofegante e assustada pensando estar vivendo todo aquele inferno outra vez, dormia parecendo serena no colo do grisalho ao sofá da sala. Ele acariciou os cabelos dela suavemente e suspirou pesadamente sofrendo por tudo o que aconteceu a mulher que amava, com cautela a pegou em seu colo e carregou até o quarto para que a gestante pudesse estar mais confortável e após garantir que ela estava acomodada corretamente a cama, e continuava a dormir, ele saiu do quarto e foi até a cozinha onde contatava algumas pessoas da família para que soubessem o que aconteceu e estivessem atentos a qualquer aparição do ex da Tebet. Tentava não pensar no quanto queria acabar com aquele homem com suas próprias mãos e pensava em como conversar com a mulher para que o denunciasse e que passassem a morar juntos para que assim ela estivesse mais segura, olhando fixamente para o local onde encontrara a amada  e sem perceber, apertava o celular em sua mão com força, fora distraído por tais pensamentos até que ouviu mais uma vez o grito urgente de Simone e correra até o quarto sabendo que a mesma havia despertado de mais um pesadelo. Os olhos cheios de lágrimas e o peito subindo e descendo exasperado lhe doía a alma, o homem sentara ao seu lado, colocara as mãos ao rosto dela e com uma voz suave acalmou sua tormenta.

- Foi um pesadelo, meu amor, passou! Estou aqui, estamos bem - Tentou consolar - Calma - A abraçou com cuidado e a ouviu soluçar em seu ombro.

- Ele parecia estar aqui... nossos bebês - Com palavras desconexas e lágrimas a molharem seu rosto a mulher se agarrava ao amado e chorava forte.

- Ele não vai voltar, não vou deixar que ele faça nada - Continuava, na tentativa de tranquilizar a mulher - Nossos filhos estão bem, nossa menina está bem -

- Não me deixa sozinha... não quero estar sozinha aqui - Confessou com o corpo trêmulo e os olhos fechados com temor.

- Não vou te deixar só! Não irei mais sair daqui - Se afastando do abraço e limpando as lágrimas com os polegares o homem a olhou nos olhos - Eu tô aqui, Simone, não sairei do seu lado -

- Obrigada... obrigada - Sussurrando, e baixando sua cabeça, ela respirou fundo.

- Não tem nada o que agradecer - Beijando a testa dela com carinho o mesmo se sentiu aliviado quando a respiração regularizou - Quer água? - Perguntou quando a mulher voltou a encara-lo com uma feição enjoada.

- Por favor - Pediu com a mão a barriga.

Ciro deixou o quarto rapidamente e logo voltou com o copo de água, porém a morena já não estava na cama como havia lhe deixado. O homem se apressou até o banheiro e encontrou a mulher vomitando ajoelhada ao sanitário, como tantas outra vezes, e como sempre ele se aproximou da amada, fez movimentos circulares nas costas dela e segurou seus cabelos. Quando a mesma terminou ele a ajudou a se levantar e fazer sua higiene na pia, quando retornaram a cama ele lhe entregou a água e a observou beber com calma.

- Podemos conversar sobre ontem? - Perguntou com cautela - Se você não quiser... -

- Tudo bem. Em algum momento teremos essa conversa, então que seja agora - Colocou o copo ao criado mudo.

- Como ele entrou aqui? - Perguntou intrigado.

- Ele me mandou uma mensagem e parecia estar muito mal, parecia só querer alguém que o escutasse e apoiasse - Respirando fundo ela continuou - Mas quando ele entrou aqui percebi que estava alterado e tudo piorou muito rápido... Ele tentou... tentou... - Fechando os olhos com força e baixando a cabeça sentiu repulsa e vergonha.