Parto parte II: 61

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Ciro chegara aturdido com todo o cenário catastrófico que encontrou. Eufórico, ofegante, o coração quase à bater fora do peito. Seus olhos correram pela cozinha iluminada apenas com o reflexo de brilho da lua e as sirenes policiais, seu campo limitado de visão alcançou Gael desacordado ao canto da cozinha e sua garganta fechou para a passagem de ar. Quando olhou para o lado oposto encontrou um Eduardo animalesco apontando um revólver na direção de Simone que respirava pesadamente e mantinha mãos protetoras na barriga, como se assim conseguisse defender seus filhos, o olhar firme enquanto o corpo tremia. Sem conseguir pensar antes de agir, o corpo quase paralisando em temor, ele correu até o outro homem e jogou seu corpo contra o dele levando ambos ao chão grosseiramente.

- Seu filho da puta! - Eduardo murmurou com dor e se arrastou rápido para alcançar o revólver caído poucos passos longe dele.

- Dessa vez você não me escapa - Ciro o puxou, e esmurrou, com a ira latejando em suas veias.

- Não teria tanta certeza - Sorriu com os dentes ensanguentados e trouxe a arma consigo.

- Covarde! - Vociferou e segurou o revólver junto a ele.

Entrando em uma luta corporal perigosa, tentando arrancar o revólver das mãos do Rocha, os dois disputaram no chão agressivamente. Ciro podia ouvir os gemidos agonizantes de dor de sua mulher e sua alma parecia se rasgar desesperado para socorrer a mesma. Quando se viu abaixo do outro homem, o revólver entre os dois, os rostos convictos em eliminar-se o oponente, e as mãos apertando o objeto fortemente, um disparo soou e olhos assustados se encontraram em segundos de completo horror. Ciro sentiu suas mãos pegajosas com o sangue que escorria, e ele ainda não conseguia entender de quem, com a adrenalina correndo por suas veias ele empurrou o corpo de Eduardo para longe do seu e percebeu que o outro homem fora atingido com o disparo quando permaneceu imóvel com uma mão à coxa. Se levantando rápido, e chutando o revólver para longe, o homem correu até Simone com urgência e se agachou até ela que estava ajoelhada e encolhida ao chão, uma mão na barriga e outra no chão buscando suportar a dor que vazava em seus olhos e rosto vermelhos.

- Morena, eu tô aqui - Tocou os ombros dela - Vou te tirar desse lugar.

- Esse sangue... - Ergueu a cabeça e se assustou com as mãos ensanguentadas dele pensando que estava ferido.

- Não é meu - Afirmou rapidamente - Sua bolsa estourou - Arregalou os olhos para o líquido no chão.

- Eu sei... - Engasgou e olhou para direção em que Gael estava - Vá ver Gael... por favor - Implorou entre os dentes, as veias do pescoço saltadas.

- Eu... - Não sabia quem checar e socorrer primeiro, estava apavorado e desesperado.

- Nosso menino primeiro - Percebeu a dúvida no olhar dele.

Ele continuou incerto, mas quando a sentiu segurar sua cabeça e exigir que fosse ver o filho ele assim o fez. Quando se levantou para ir até a criança as filhas da Tebet adentraram o local, junto aos polícias, completamente em choque com todo o cenário as duas pareciam prender a respiração e enquanto uma levava as mãos à boca a outra passava os dedos pelos cabelos. Com um olhar que ele compreendeu as duas foram até Gael, o checar e ajudar, deixando que o mesmo pudesse ficar pendente da grávida encolhida ao chão. Voltando a se ajoelhar na altura dela, e estava prestes a tomá-la em seus braços para os levar dali, quando percebeu uma linha fina de sangue entre as pernas pálidas dela, suas mãos gelaram e seu coração parecia parar de bater.

Salve-me do caosOnde histórias criam vida. Descubra agora