Lovely

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No amor e na guerra, o traído é sempre o mais bárbaro.








Ele ergueu a cabeça, sustentando o mesmo olhar frigido que o atingiu na noite do baile de Viserys, Stark não era um homem tolo, ele tinha instintos apurados de caça também, conhecia os sinais característicos de uma besta demente defendendo seu companheiro. 

Cregan respirou fundo, descendo do cavalo e fechando seu punho na areia seca e quente, ele fez seu antigo ritual de esfregar suas mãos pelo solo e o soltar em seguida. 

Buscou por instinto a atenção de Lucerys e confundiu sua mente o ver fixado a sua figura. Mesmo que sua expressão fosse ruborizada por temor de algo. 

Cregan queria fazer como tinha dito e pegar o seu favor, desejava falar com ele, entender seu lado naquelas teias que estavam ustulando ao redor de todos eles, entretanto decidiu se preocupar com isso mais tarde, montou em alazão e repuxou as rédeas dele, disparando em seguida para sua marca. Aemond não tardou para fazer o mesmo. 

Um esgar violento e convencido, a vitória para o Príncipe era o único final possível. Uma pena que Cregan também pensava assim. 

Preciso apenas de um golpe de sorte, ele pediu aos seus Deuses antigos. 

Os rufos foram ouvidos. Na contagem de três, ambos dispararam.

As liças vieram potentes, num encaixe perfeitos se colidiram violentamente e estraçalharam numa implosão. Aemond irrefreavelmente correu até o fundo da arena, pegando sua outra liça velozmente, partindo de volta ao embate.

No segundo round, Cregan se mostrou mais experiente nesse campo, armou sua liça para cima e, no entanto, quando estavam perto o bastante de chocarem-se uma vez mais, a liça mudou seu curso e arrebitou estrondosamente no peito do cavalo de Aemond. 

Sangue escorreu torrencialmente. O alazão caiu morto no mesmo momento. Do chão, Aemond se ergueu.

Eles se encaravam mudos. 

Entretanto, Aemond raciocinava perfeitamente direito naqueles momentos. Quando era a raiva enraizada no controle de sua mente.  Ele sacou sua lâmina de aço valiriana, o Stark não esperou antes de descer de sua montaria e repuxar sua adaga.  

Ciente de que tinha ganhado a atenção de todos.

—Não precisa fazer isso, Principe — Cregan disse, confiante. — Você não é pareô.

—Mal começamos e já está com medo? Cuidado Stark, vamos começar a pensar que você também é um mero mortal.

—Seria horrível, não? Estava me acostumando com a fama.

Aemond não esperou uma respiração antes de vir avançando sobre Cregan com a arma levantada, o Stark sorriu atrevido. Sua intuição perfeita em percepção, previu aquele primeiro movimento, afinal sua criação foi no meio da iracúndia, então ele se preparou. 

Plantando o pé direito firme ao chão, para girar seu tronco e lançar sua perna esquerda violentamente e a acertar num chute potente no abdômen do príncipe. 

O chute não foi a única surpresa, pois enquanto ele estava suspenso pela coxa de Cregan,  aproveitou para cravar sua adaga nas costelas de Aemond  

Ele gemeu alto. Sentindo a lâmina ir além do tamanho dela. 

Lucerys cravou as mãos no apoio de sua cadeira, erguendo o corpo com os olhos arregalados de espanto. Lábios abertos em horror. 

Cregan havia talentosamente estocado a arma metade dentro da pele de Aemond metade fora. 

O representante da Casa Targaryen caiu ao chão com pressão, gemendo e com o semblante de dor intensa refletida no esgar molhado, as sobrancelhas juntas pelo abalo, sentindo a ferida rasgar sua carne e ardendo como fogo alto.

𝕺𝖘 𝖘𝖊𝖓𝖍𝖔𝖗𝖊𝖘 𝖉𝖆 𝖌𝖚𝖊𝖗𝖗𝖆 • 𝕷𝖚𝖈𝖊𝖒𝖔𝖓𝖉Onde histórias criam vida. Descubra agora