Interlúdio

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Mais tarde, algo não o deixava dormir naquela noite, era uma memória bem lívida em sua mente dos olhos tristes de Aemond, contudo não podia culpar os fantasmas de seu passado pela sua insônia. 

Sentia tanta falta dele, que sentia que enlouqueceria naquele quarto, desejava o contatar, contar que ele esteve certo sobre Cregan, esteve certo sobre tudo. 

Nada realmente soasse na imensidão silenciosa, de aparência fúnebre que caracterizava a cela, com certeza algo obscuro rondava o castelo, hoje, caia uma chuva torrencial, a mesma das última sete noite que ele passou ali, que batia forte contra a janela e sacodia todo o lugar. Mas havia mais um som. Alguma coisa berrante e chorosa que era abafada pela chuva. Alguma coisa que o amedrontava; Lucerys chegou a revirar-se no colchão duro e cobrir as orelhas com o travesseiro para afastar o uivo distante. Sabia que havia matilhas no Norte, mas o som era distinto. Ele se encolheu e pode jurar que por um segundo, o imaculado silencio foi quebrado e agora, um manto gélido se alastrava pelo chão e parecia querer lhe devorar, quase como se o frio tivesse se personificado, e como por um passe de magia, a luz da vela se alastrou, reaqueceu.

Lucerys preferiu aproveitar e fechar os olhos com força. O sono não veio, mas ele não voltou a encarar o nada.

—Ainda não se acostumou, meu príncipe? — Madame Gaia carregou sua voz e arranhou sua garganta ao tentar pronunciar o alto Valiriano mais ralo que Lucerys ouvirá, mas depois de uma semana sendo bombardeado pela língua comum predominante, o príncipe conheceu uma solidão bem distinta da que ele conhecia quando estava em casa.

A senhora ainda o mirava esperando qualquer ruído.

Lucerys não tinha o que falar.

Afinal realmente não tinha se acostumado e nem sabia se iria, aquele lugar soava como um sino o chamando para o inferno, ele ainda encarava o chão marrom terroso e agora que repetiu a pergunta dela mentalmente, percebeu que embora suas intenções fossem gentis algo em sua fala polida claramente disfarçava um incômodo.

Tornou a olhar, sem fazer discrição dos olhos, ela vestia-se como uma ama, assim como todas as senhoras criadas de Winterfell e nada estava fora do usual- a não ser o rasgo do saiote, bem próximo da bota de couro, um corte pequeno, molhado e sujo de terra.

Ela reluziu um sorriso ignorando os olhares confusos do jovem e vendo que ele não iria responder sua pergunta, caminhou até a janela arrastar as cortinas com força nas grades de ferro, mais por maldade mesmo do que o despertar. A luz solar do Norte era fraca e irritava.

Lucerys recobre a consciência, ergueu-se, muitas questões bombardearam em sua mente como parasitas, se via aflito e nervoso, precisava avisar sua família de quo descobriu, que Cregan não era um aliado e que Vermithor agora estava sobre domínio do nortenho. Gaia, não se mostrou nem um pouco reconfortante em sua presença astuta e gélida. A mulher mirava através da janela, a neve acumulando e arvores negras.

𝕺𝖘 𝖘𝖊𝖓𝖍𝖔𝖗𝖊𝖘 𝖉𝖆 𝖌𝖚𝖊𝖗𝖗𝖆 • 𝕷𝖚𝖈𝖊𝖒𝖔𝖓𝖉Onde histórias criam vida. Descubra agora