Paz cerceada

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meu único amor, nascido do meu único ódio

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meu único amor, nascido do meu único ódio






Aemond suspirou pesadamente o fitando ressoando uma última vez, que findou ser longos minutos. Havia adquirido o hábito desde o dia que o trouxe de ponta tempestade e havia encontrado uma paz no ato.

Da poltrona via com riqueza de detalhes seu amado sobrinho, dos cabelos negros esparramados e cachos recaídos ao rosto airoso, o arrepiar da pele amarfinada pela corrente de ar algaz que adentrava pelas janelas do quarto, esvoaçando as cortinas e beijando todo o dorso desnudo. Passaria seus dias contente se houvesse a mesma visão todas as pernoites. 

O sorriso em seu rosto quebrou, e ele se ergueu. 

Tendo seus próprios dedos lhe traindo e afagando-se pelos fios, inalando o aroma que subia pelos movimentos circulares. A vontade de deitar-se e repousar agarrado a ele era insana, sentindo a pele quente acompanhada do peito subindo e descendo ritmicamente. Ele queria tanto. 

Sabia que era indescritível o que sentia por ele e sabia que acompanhava um custo altíssimo.

Ir era mais fácil. Esquecer seria a parte difícil.

Lucerys estava sereno e profundo demais em seu sono para ouvir os ranger fujões, explicações ou algum tipo de conversa seriam complicados e prejudicial e tornaria as coisas mais difíceis a ambos. Ele sabia.

Recostando a porta devagar e lentamente para não o acordar com qualquer estrondo desnecessário, Aemond se retirava silencioso do quarto. 

O Targaryen sabia que haveria muitas revoltas e discursos sobre sua pequena brincadeira com seu sobrinho se fossem pegos juntos de manhã também, mas tampouco deixaria seu garoto viajar a Winterfell sem dá-lo um presente de despedida. Por isso, ele saia de fininho, se esgueirando pela porta como um ladrão protegido pelo breu.  

—Visita noturna? 

A voz pantomima e rasteira de Rhaenyra o fez saltar e engolir drasticamente a seco. 

—Sete infernos, pensei que fosse Daemon! — Sussurrou preocupado. 

Rhaenyra arqueou a sobrancelha confusa. Ela estava com um roupão pesado e negro, terrivelmente como uma carcereira.

—Ele é o padrasto, eu sou a mãe, quem carregou o menino que você invadiu o quarto e fez o que quer que seja e sou a sua Rainha, devia ser eu seu maior medo — A rainha retorquiu levemente bródio.

—É, mas veja bem, você é a minha meia irmã que se casou com seu tio, não pode ficar irritada por seu filho desejar o mesmo para si. 

—Ponto para você, mesmo assim, Lucerys já está comprometido. — Devotou coquete.

—Isso não impediu você de ter Harwin. — Aemond compressou a boca, reduzindo cinco vezes sua resposta.

—Harwin era meu escudo juramentado, você é outro príncipe. A história é outra.

𝕺𝖘 𝖘𝖊𝖓𝖍𝖔𝖗𝖊𝖘 𝖉𝖆 𝖌𝖚𝖊𝖗𝖗𝖆 • 𝕷𝖚𝖈𝖊𝖒𝖔𝖓𝖉Onde histórias criam vida. Descubra agora