Se você deixa um dragão vivo, as ovelhas nunca mais estarão seguras;.
—Três cabeças tem o dragão, e três dragões a neve enterrará — Heleana murmura erguendo-se totalmente alheia a multidão violenta formando-se ao imenso portão do Vale dos Arryn.
Ela olhou ao horizonte, sabia onde seu coração a mandava ir, de repente, seus olhos aguaram ao identificar os fios platinados de seus filhos com as amas da senhora Jenny. Por mais doloroso que parecesse, ela devia partir.
1.
Aemond corria através dos tuneis das criptas dos Stark puxando Lucerys pela mão, nenhum dos dois sabiam exatamente como sair daquele labirinto de tumbas, não havia luz ou tochas para os auxiliares, a cada esquina que viraram descobriam mais e mais passagens e cada vez mais o breu os engolia. Mesmo assim, o platinado tentava puxar em sua mente o caminho que fez até seu sobrinho.
— Sete infernos, isso é um labirinto! — Aemond praguejou antes de encontrar uma fraca haste de luz perfurando a parte superior, suspirando aliviado.
Ao sair, vislumbraram a muita neve amontoada como um tapete em todo a extensão dos bosques de Winterfell, apagado e totalmente abandonado de vida. Não havia nada senão a langorosa luz solar encoberta pelas nuvens negras. Algo em Aemond se remexeu internamente, era sua intuição apitando como sempre. Um pressentimento terrível, sua bile subia garganta a cima e sua barriga gelou como nunca. Era uma sensação desconhecida para ele, pois o principe nunca temeu nada antes de conhecer Lucerys. O Velaryon olhava ao redor tentando identificar algum trecho mas logo desistiu, quando Gaia o buscava para o levar a Cregan, ela usava outro caminho, um tipo de atalho que cruzava por dentro do castelo.
— Por onde vamos agora?
— Para porto Real, deve ter algum cavalo no estabulo. Sabe onde fica?
— Cregan me mostrou uma vez, mas eu não me lembro bem. Foi no meu primeiro dia aqui. — Lucerys respondeu automaticamente, acompanhando os passos rápidos de seu tio por entre as arvores que cercavam os represarias sagrados da família Stark.
— Passou trancafiado naquela cela todo esse tempo? — Questionou vividamente, num misto de surpresa e raiva. Afono, Lucerys ficou cabisbaixo — Ele te deixou preso, por quê?
— Não cedi a suas investidas.
Aemond parou seu passo bruscamente fazendo Lucerys dar de cara com as costas tensionadas do tio. A resposta constrangida soou como a gota d'agua ao Targaryen. Ele podia sentir o monstro visceral embolado em sua mente transformando em algo palpável em sua frente.
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𝕺𝖘 𝖘𝖊𝖓𝖍𝖔𝖗𝖊𝖘 𝖉𝖆 𝖌𝖚𝖊𝖗𝖗𝖆 • 𝕷𝖚𝖈𝖊𝖒𝖔𝖓𝖉
FantasyLucerys Velaryon é segundo filho da recém coroada rainha, que precisa casar-se para honrar a alianças do reino com o mais temido e poderoso dos lordes, ao mesmo tempo que é surpreendentemente salvo pelo seu tio, o qual sempre teve uma antipatia, um...