Prologue

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Primeiro livro - Carnificina

Escrita por Bad-Lady


Sakura Haruno não era de se queixar.

Certo, isso era mentira. Ela se queixava de quase tudo, a maior parte do tempo. Porém, eram queixas bestas, como por exemplo seu chocolate ter acabado, ou a previsão do tempo não ter avisado que ia chover - não era como se ela realmente procurasse saber se ia ou não chover, porém, isso não vinha ao caso. Reclamava bastante também do Sasuke, o alfa babaca e gostoso que vivia em sua casa, junto com aquela alcateia dele. Reclamava do destino, reclamava de como todos os lobos comiam como desgraçados, mas nenhum se prontificava a lavar a louça, não sem ela mandar.

Sakura reclamava bastante, mas, dessa vez, a reclamação tinha um fundamento.

- Merda, merda, merda... - repetia a si mesma, enquanto corria.

Devia guardar folego, sabia disso, porém, não conseguia controlar as palavras que insistiam em sair da sua boca. E de qualquer modo, falar ou não, não ia fazer a menor diferença. Ele ouvia seus passos, os galhos quebrando em baixo dos seus pés, seu coração disparado e o cheiro do medo que saia dos seus poros, misturado com o suor que escorria pelo seu corpo.

Dessa vez, ela tinha o direito de reclamar.

Sua cabeça se virou para trás, e ela não viu nada.

Voltando sua atenção para frente, ela diminuiu a velocidade e passou por baixo de um tronco caído, parando no meio da floresta. Seus olhos verdes vagaram rapidamente pelo ambiente, procurando algum lugar para se esconder.

Por fim, sua atenção se voltou para um tronco caído.

Certo, aquilo com certeza era melhor do que nada.

Mais uma vez ela correu, contornando o tronco até perceber que se tratava de uma casca oca e grossa da árvore grande.

Sorte ou deusa da lua, ela agradeceu, puxando o ar com força.

Sakura engoliu o seco e tentou diminuir sua respiração e acalmar seu coração. Precisava se acalmar e fazer silêncio. Tinha sido idiota de entrar na floresta, sabia disso, mas ela realmente achou, por um segundo, que poderia ser a bruxa que deveria, que poderia salvar uma única vida.

Mas ela não podia, na verdade, fez exatamente o que a criatura queria: caiu como uma idiota na armadilha.

Mais uma vez ela respirou fundo, sabendo que precisava se acalmar. Sasuke estava vindo, ela sabia disso. Ele podia ser irritante e super protetor, mas ele prometeu. Ele disse que a protegeria.

Ele prometeu.

Fechando os olhos, ela controlou as lágrimas. Não ia chorar, a alcateia toda ia tirar sarro da sua cara quando a encontrasse aos prantos dentro de uma árvore.

Não ia chorar.

Ela engoliu o choro, e sentiu seu coração voltar a bater em um ritmo constante, e tentou pensar no que fazer. Ah, sim, suas opções pareciam maravilhosas: morrer ou morrer.

Maldita hora que saiu de casa.

O choro da morte soou mais uma vez, e Sakura fez uma careta.

- Vai se foder – sussurrou.

O presságio diminuiu, até se tornar algo possível de se ignorar. Certo, agora tinha que cuidar do problema principal: o que fazer?

A resposta era obvia. Sakura não tinha como lutar, não tinha como correr, então só restava ficar escondida, e em poucos minutos Sasuke chegaria.

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