CAPÍTULO 30 - A FORMA DE UM ALFA
Sakura Haruno nunca foi de se sentir impotente.
Se alguém lhe dava um tapa ela não oferecia o outro lado do rosto, ela devolvia com uma força maior. Claro que se pudesse ela evitava o máximo possível se meter em brigas, mas geralmente estava fora do seu controle.
As pessoas pareciam inclinadas a olhar para ela e subestimá-la.
Sakura não podia culpá-las.
Tinha um pouco mais de um metro e sessenta, com um cabelo naturalmente rosa e olhos grandes demais para o seu rosto. Qualquer um que olhasse pensava que Sakura era pequena e indefesa, e de fato talvez fosse. Exceto quando era provocada. Por que caralhos os homens pensavam que podiam fazer o que bem entendesse? Só por que era menor do que eles não significava que estava a disposição para ser um saco de pancadas.
Ou para ser esfaqueada.
- Se você gritar, eu estouro os seus miolos.
Senhor, como esse homem era emocionado! Tudo isso por que ela tinha ido embora sem dizer tchau? Pelo amor dos deuses, eles nem estavam juntos a tanto tempo assim. Tinha sido o que? Três meses? Quatro? Ela nem se lembrava a data.
Com certeza não era motivo para invadir sua casa no meio da noite e colocar uma faca no seu pescoço.
E uma arma na sua cabeça.
Sakura olhou para o cano da pistola, se perguntando quando tinha se tornado o padrão ameaçar matá-la. Por que caralhos todo mundo queria tirar sua vida?
A faca se afastou do seu pescoço e ela conseguiu respirar. A arma, porém, ainda estava lá. Por isso não gostava de policiais. Seus olhos se adaptaram a escuridão e ela o observou durante alguns segundos.
Sasori parecia bem acabado.
Seu cabelo estava bagunçado, a barba por fazer, a roupa negra parecia suja. Aquilo era lama?
- Como me encontrou?
Ele sorriu.
- Rastreei seu celular.
Ah.
Policiais.
Era isso: nunca mais sentaria em um oficial da lei. Nossa, custava entender o término? Tudo bem que ela fugiu sem falar nada, mas talvez se ele tivesse estudado um pouquinho mais na escola, saberia interpretar o significado.
- Acho que isso se classifica como tirar vantagem do cargo, ou algo assim.
Quando ela percebeu que a arma não tremia, decidiu se sentar. Sasori era bom de mira, muito bom. Se ele atirasse, era porque queria, e não porque ficou assustado e puxou o gatilho.
Ele nunca fazia nada que não quisesse.
Os tigres rosnaram de novo, mas Sakura se colocou na frente deles. Atirar nela? Não era muito provável. Atirar nos seus bichinhos? Com certeza.
- Se você não tivesse partido, não seria necessário.
Será que também classificava como invasão de privacidade? Ela precisava estudar um pouco sobre as leis futuramente, só para poder dar algumas respostas boas.
- Você destruiu meu apartamento e me fez perder uma vaga de emprego.
O sorriso nos lábios finos desapareceu.
- Já te disse mil vezes que você não precisava trabalhar.
Qual era a dos homens de pensar que mulher queria ser sustentada? Tudo bem que algumas quisessem, isso era uma escolha delas, mas Sakura não iria abrir mão da sua independência justamente porque conhecia como os homens funcionavam, e sabia que se desse poder demais para eles, os idiotas fariam merda.
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Alphas
FantasySakura Haruno estava acostumada a se meter em encrenca - afinal, havia crescido em um orfanato -, porém, essa era de longe a pior situação que ela já havia se metido. Sem emprego há duas semanas, sua conta no banco estava completamente zerada, contr...