CAPÍTULO 3 - FIQUE LONGE DA FLORESTA
Assustada, Sakura se sentou na cama.
Seu coração estava disparado e seus olhos varreram rapidamente o quarto, procurando o que havia lhe acordado. Não tinha nada fora do comum, exceto pelos pequenos tigres, agora sentados perto da cama, olhando para a janela.
Lá fora ainda estava escuro.
Sakura pegou o celular e conferiu o horário: cinco e quarenta nove.
Geralmente, quando podia, gostava de dormir até mais tarde, coisa que ultimamente havia se tornado quase impossível. Passando a mão pelo rosto, se levantou.
Tinha dormido em torno de quatro horas, talvez um pouco mais, porém, sabia que era melhor sair cedo se quisesse riscar alguns itens da sua lista de tarefas pendente.
Acendendo a luz, contornou os filhotes e foi ao banheiro lavar o rosto, tentando despertar totalmente. Seu reflexo estava melhor do que a noite anterior, porém, ainda era possível ver as olheiras em volta dos olhos e os lábios levemente ressecados.
Mais um item foi adicionado à lista.
Secando o rosto na própria camisa – pois a toalha de rosto fedia levemente e ela não estava afim de pegar uma doença de pele -, Sakura voltou ao quarto.
Os filhotes ainda olhavam a janela.
Ela esticou o pescoço e tentou encontrar o que prendia a atenção deles, porém, não havia nada lá. Nada além de uma floresta escura uns 200 metros de distância. Uma floresta extremamente escura e sinistra, que por alguns segundos parecia falar alguma coisa.
Estava ficando doida, era isso.
Balançando a cabeça foi até o fogão, tentando encontrar uma panela para preparar o café da manhã dos felinos. Dentro do forno encontrou uma razoavelmente limpa e deixou de molho por alguns minutos, enquanto pegava duas carnes grandes para preparar.
Não tinha muito o que fazer, pois não havia nenhum tempero ou óleo para fritar, então Sakura apenas selou as mesmas, colocando-as no pote.
Os tigres vieram comer.
Dessa vez, ao menos não rosnaram para ela.
Um avanço, certeza.
Depois de calçar o tênis velho, escovou os dentes e começou a guardar as coisas no carro, vendo que aos poucos o dia clareava. Colocar os felinos na caixa foi uma luta, e novamente seus braços ficaram vermelhos e doloridos, mas ela ignorou, até porque não havia sido pior do que as outras vezes. Conferindo se havia pego tudo do quarto, trancou a porta e dirigiu até perto da recepção. Deixou a carteira dentro da bolsa, levando só uma nota de cinquenta. Não confiava no velho da noite anterior, e a última coisa que precisava era ser assaltada em um hotel na beira da estrada.
Dessa vez, quando entrou, não viu o homem lá. As luzes estavam acesas, a revista da noite anterior aberta em uma página aparentemente aleatória, algumas latas de cerveja encostadas ao lado e outras no chão, deixando um cheiro de álcool no ambiente. Sakura se inclinou no balcão, tentando ver se o velho tinha desmaiado de tanto beber. Se tivesse, ela não ficaria supresa.
Nada.
Com uma careta, olhou para os lados.
- Olá? – chamou – Eu já estou indo - silêncio - Preciso pagar pela noite! – falou aumentando o tom de voz.
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Alphas
FantasiaSakura Haruno estava acostumada a se meter em encrenca - afinal, havia crescido em um orfanato -, porém, essa era de longe a pior situação que ela já havia se metido. Sem emprego há duas semanas, sua conta no banco estava completamente zerada, contr...